abril 30, 2018

RAÇA ELEITA x RAÇA DE VÍBORAS


I Pd. 2:9 - "Mas vós sois a raça eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."
Mt. 23:33 - "Serpentes, raça de víboras! como escapareis da condenação do inferno?"
Na Aliança da Graça, Jesus, o Cristo e João, o Batista fazem referência a um grupo específico de pessoas como raça de víboras. Por outro lado, o apóstolo Pedro faz referência a outro grupo específico de pessoas como a raça eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Trata-se de uma comparação entre duas categorias de pessoas: uma escolhida e outra rejeitada. Esta questão não é passiva de debate. É uma afirmação peremptória das Escrituras e não uma opinião de quem quer que seja. Os portadores da natureza decaída sempre tentam polemizar os decretos eternos de Deus. Entretanto, Deus não muda a sua soberana vontade por causa das opiniões dos homens.
A expressão "raça de víboras" era recorrente entre os judeus da época de Jesus, o Cristo, como uma metáfora dirigida àqueles cujas naturezas são originalmente pecaminosas. Não era uma questão de escolha, pois o homem natural, religioso ou não, não pode fazer escolhas espirituais. Portanto, escolher uma determinada religião, não o faz escolher Deus. Deus escolheu os eleitos para os regenerar por meio da inclusão deles na morte de Cristo. Isto fica evidente em Jo. 6: 44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." O texto é enfático e literal. Ninguém pode aceitar ou se inclinar para Cristo sem que Deus, o Pai o incline para tanto. Uma vez levado a Cristo, o pecador eleito é atraído na cruz para ser justificado conforme Jo. 12: 32 e 33 - "E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim. Isto dizia, significando de que modo havia de morrer." Jesus, o Cristo foi levantado da Terra três vezes: na sua crucificação, na sua ressurreição e na sua ascensão ao céu. O texto é claro ao demonstrar que se trata da sua morte de cruz. O resultado final é o que consta do texto de Gl. 2: 20 - "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim."
A expressão "raça de víboras" provém do hebraico [זֶרַע צִפְעוֹנִים] que transliterado é 'Zêrah Tsfonim'. Tal expressão figurada pode ser traduzida por 'descendência da serpente', porque o vocábulo 'zêrah' significa serpente, enquanto o vocábulo 'tsfonim' significa descendentes. A origem da descendência da serpente se acha em Gn. 3:15 - "Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar." Do texto, pode-se depreender que 'ti' é Satanás incorporado na serpente; 'a tua descendência' é a descendência da serpente, a saber, de Satanás. Incluindo-se todas as pessoas após a queda de Adão e Eva; 'o seu descendente' é Jesus, nascido de mulher, no qual encarnou o Cristo Filho Unigênito de Deus; Esta profecia se cumpriu na cruz, quando a descendência da serpente perfurou as mãos e os pés de Jesus, o Cristo, mas este derrotou Satanás, condenando-o eternamente por sua morte e por sua ressurreição triunfante e eterna. Foi na cruz que Cristo esmagou a cabeça da serpente. Caso Cristo não houvesse resuscitado, o plano redentivo de Deus não teria se completado.
A natureza de serpente se perpetuou na raça humana, tendo sido evidenciada logo após a queda no fratricídio de Caim sobre seu irmão Abel. Caim é o tipo da raça da serpente conforme I Jo. 3:12 - "... não sendo como Caim, que era do Maligno, e matou a seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas." Abel é o tipo dos justificados, não por obras de justiça própria e por méritos, mas por crer no substituto, pois ofereceu a Deus um cordeiro, o que indicava a morte de Jesus, o Cristo.
Desta forma, desde a queda, passando por Caim, depois por Lameque que matou duas pessoas, a natureza da serpente se multiplicou em toda a humanidade. O caso de Lameque, o quinto depois de Adão é confirmado em Gn. 4: 23 e 24 - "Disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zila, ouvi a minha voz; escutai, mulheres de Lameque, as minhas palavras; pois matei um homem por me ferir, e um mancebo por me pisar. Se Caim há de ser vingado sete vezes, com certeza Lameque o será setenta e sete vezes."
A natureza da serpente é confirmada em Rm. 5:12 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram." Na crucificação de Jesus, o Cristo, se vê claramente os dois lados da humanidade: o malfeitor que atormentava e acusava Jesus e o malfeitor que creu que Jesus, o Cristo era o Salvador. Enquanto o primeiro exigia de Jesus, o Cristo uma solução ao seu problema de condenação, o segundo reconhecia sua condição pecaminosa e confiava que Jesus, o Cristo era o Filho do Altíssimo. 
A geração eleita é originada da raça de víboras, porém com o diferencial que foram eleitos antes da fundação do mundo e preordenado para a vida eterna conforme Rm. 8: 29 e 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou." E importante saber que a raça eleita, em nada, é melhor que a raça de víboras até que seja regenerada. Não são méritos e justiça própria que faz a diferença, mas a Graça de Deus. O texto de I Pedro que abre este estudo afirma que a geração eleita é formada por um povo adquirido e não por religiosos inchados em sua soberba e orgulho. Esta geração ou raça eleita tem uma destinação: ser sacerdócio real e uma nação santa para anunciar as grandezas de Deus. Foram chamados das trevas, a saber, da condição de raça da serpente, para a maravilhosa luz, a saber, o conhecimento de Deus.
Sola Scriptura!

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