II Tm. 1: 8 a 11 - "Portanto não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro seu; antes participa comigo dos sofrimentos do evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e chamou com uma santa vocação, não segundo as nossas obras, mas segundo o seu próprio propósito e a graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos eternos, e que agora se manifestou pelo aparecimento de nosso Salvador Cristo Jesus, o qual destruiu a morte, e trouxe à luz a vida e a imortalidade pelo evangelho, do qual fui constituído pregador, apóstolo e mestre."
No mundo há apenas dois sistemas teológicos: o da mentira e o da verdade. Não importa qual religião seja analisada, invariavelmente, ela estará inserida no sistema da mentira. Mentira é um substantivo feminino e significa: engano, impostura, falsidade, fraude. Também a mentira é engano dos sentidos e do espírito, que induz ao erro e à ilusão. A mentira se expressa por meio de fábulas, ideias, opiniões, ficção ou falso juízo. Portanto, o que é mentido será sempre originado no homem ou da sua percepção da realidade.
A verdade não é uma ideia, concepção, opinião, ficção, fábula. A verdade é uma pessoa, a saber, Jesus, o Cristo. Ele próprio assim o confessou de si mesmo em Jo. 14: 6 - "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim." Possuir ou ser portador de uma verdade é algo relativo, entretanto, ser a própria verdade é algo absoluto. Portanto, o evangelho ensinado nas Escrituras é absoluto, porque se origina de uma pessoa e não de uma concepção filosófico-religiosa. Quem está em Cristo está, não em um sistema religioso, mas em uma pessoa absoluta. Jesus, o Cristo não fundou nenhuma religião e não deixou nenhuma instrução acerca de igrejas denominacionais entre quatro paredes. A única ordem dada foi: "Portanto indo, fazei discípulos de todas as nações..."
A gravura que serve de adorno a este estudo acha-se gravada na parede de uma casa antiga no Monte Paladino em Roma ainda hoje. Trata-se de um grafite que mostra a figura de um homem, um corpo humano crucificado, do qual emerge uma cabeça de asno ou jumento. Tal grafite é acompanhado de alguns dizeres em latim popular. Os dizeres significam em língua portuguesa: "Alexamenos adora o seu deus." Esta era a posição dos romanos em relação ao Cristianismo e aos cristãos. Tal fato mostra alguém expressando o repúdio à Cristo e a este Alexamenos nesta parede, ficando isto registrado até ao dia de hoje.
Enquanto o Cristianismo permaneceu em suas bases originárias e escriturísticas causou intensa reação por parte das outras crenças anteriores. Milhares de cristãos foram queimados vivos, crucificados, atirados às feras em arenas romanas para servir de espetáculo ao mundo. Entre os judeus houve alguma tolerância inicial, permitindo-se que alguns apóstolos e discípulos do primeiro século pregassem a doutrina de Cristo nas sinagogas. Mas, logo os líderes se colocaram veementemente contra, pois a nova doutrina não se alinhava ao velho ensino judaísta. Consideravam que tal ensino confrontava-se com seus anseios de um Messias libertador político. Desta forma se sentiam ameaçados em sua forma de sobrevivência econômica às custas da religião judaica.
No livro dos Atos dos Apóstolos está registrado o fato que alguns dos líderes judeus se sentiam condoídos, porque os discípulos pregavam a Cristo conforme At. 4: 1 a 3 - "Enquanto eles estavam falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos, deitaram mão neles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte; pois era já tarde."
O texto de abertura mostra que o cristão não deve se envergonhar do evangelho segundo o poder de Deus. É o verdadeiro evangelho que traz o sentido do testemunho, isto é, o martírio, tanto de Jesus, o Cristo, como também dos seus discípulos verdadeiros. Todo aquele que foi incluído na cruz para ter o seu pecado aniquilado na morte de Cristo, carrega as dores e sofrimentos d'Ele. Este é o "trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus..." de II Co. 4:10. Por Ele somos entregues à morte todos os dias conforme Rm. 8:36 - "Como está escrito: por amor de ti somos entregues à morte o dia todo." Em nenhuma instância do evangelho de Cristo há promessa de prosperidade, vitória e triunfo sobre o mundo e sobre o mal para qualquer cristão individualmente ou coletivamente. Todas as promessas de vitória e triunfo são prometidas à Igreja cuja cabeça é o Senhor Jesus. Tal triunfo e vitória é espiritual e não material ou político. Ainda que um cristão possa ser próspero e de grande projeção política, todavia estas coisas não produzem um cristão. A vida cristã, a saber, a vida de Cristo no nascido do alto não se constitui de coisas, mas d'Ele mesmo. É o que se chama, na religião, de "santificação" e no evangelho da verdade de produção da santidade de Cristo nos eleitos.
Este evangelho que se prega nas religiões históricas e nominais é um evangelho espetacular e espetaculoso. Apregoa-se um triunfalismo que só existe no ideário de pessoas cujas escamas não foram retiradas dos olhos. Tal evangelho não é o que consta nas Escrituras. A verdadeira Igreja não necessita de prédios, músicas, hinários, bíblias, pregadores, editoras, gravadoras, livros e compêndios de teologia, hierarquia humana, indumentárias e riquezas. A verdadeira Igreja requer apenas a fé, a comunhão e o Cristo julgado, condenado e crucificado. Todavia, quem o julgou, condenou e crucificou foi o próprio Deus, antes dos tempos eternos, por amor aos eleitos e predestinados. Este mesmo Deus, o ressuscitou dentre os mortos. Juntamente com Ele, também, trouxe à vida os que n'Ele foram incluídos para justificação. Por que Cristo é tudo em todos para honra e glória de Deus eternamente. Por esta razão é que o evangelho é segundo o poder de Deus e não segundo o curso das religiões humanas. O mundo continuará no seu caminho largo para a perdição por mais religioso que seja.
Sola Scriptura.
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