janeiro 07, 2013

FELIZ É O HOMEM II

Pv. 3:13 - "Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento."
Felicidade é um substantivo feminino que provém do latim 'felicitatis', indicando em seu sentido comum um estado de prosperidade, dita, ventura, felicidade. Assim, a felicidade se reporta, não àquilo que a determina, mas ao estado da alma humana que deseja as coisas as quais considera como motivo de alegria e satisfação. Vê-se, portanto, que a felicidade é em si mesma, algo subjetivo, pois o que pode redundar em grande felicidade e alegria para um, pode ser uma enorme desgraça para outro. Com isto, não se quer afirmar que a felicidade seja algo relativo, ao contrário, é absoluta. O ser que a deseja e procura que é relativizado e a relativiza.
Há no seio da sociedade algumas palavras mágicas, para não dizer sagradas. Entre elas contam-se: amor, prosperidade, sucesso, fama, riqueza, saúde, paz, alegria, segurança, democracia e felicidade. Entretanto, tais palavras desacompanhadas das atitudes concretas que representam, são apenas palavras. Como dizia um comunicador antigo da 'mass media': "palavras são palavras, nada mais que palavras."  
No texto inicial fica evidente que o homem é feliz quando acha a sabedoria e adquire o entendimento. Observa-se, que, tanto a sabedoria como o entendimento são realidades externas ao homem. Não são realidades inatas a ele, pois uma é achada e a outra é adquirida. Embora o homem imagina que é o autor e promotor da sua própria sorte, a verdade mostra de modo diferente. Uma pessoa pode ter sabedoria não tendo muito entendimento, como também pode ter um bom entendimento sem ter grande sabedoria. Enquanto a sabedoria se traduz por temperança, reflexão, sensatez, astúcia, manha, esperteza, o entendimento se reduz à capacidade de julgar, avaliar, formar opinião sobre os seres e as coisas. Tanto sabedoria como entendimento se desenvolvem pela experiência vivenciada ou por dom de Deus. No primeiro caso é terrena, almática e diabólica, e, no segundo caso espiritual pura e perfeita.
O primeiro passo para achar a sabedoria e adquirir o entendimento é confiando em Deus conforme Pv. 16:20b - "... e feliz é aquele que confia no Senhor." Confiar é o verbo que indica um estado de fé, pois significa depositar fé em algo ou alguém, depositar confiança e esperança em algo ou alguém. O normal do homem após a sua decadência pela natureza pecaminosa é desconfiar de Deus. Por esta razão é que, quando alguém ganha ou acha a graça e a misericórdia divina produz como resultado a felicidade. A felicidade procedente da reconciliação espiritual com Deus independe das circunstâncias objetivas e tangíveis. 
O rei Salomão em toda a sua sabedoria avaliou o seguinte: "depois volvi-me, e atentei para todas as opressões que se fazem debaixo do sol; e eis as lágrimas dos oprimidos, e eles não tinham consolador; do lado dos seus opressores havia poder; mas eles não tinham consolador. Pelo que julguei mais felizes os que já morreram, do que os que vivem ainda. E melhor do que uns e outros é aquele que ainda não é, e que não viu as más obras que se fazem debaixo do sol." Assim, na avaliação do rei, os mortos eram mais felizes que os vivos, pois estariam livres das opressões dos poderosos. As más obras que se praticam no mundo eram a causa da infelicidade, dor e sofrimento para muitos na avaliação de Salomão. 
O mesmo Salomão considerava o trabalho e a capacidade de realizar obras uma espécie de vaidade humana conforme o capítulo 4 do Cântico dos Cânticos: "Também vi eu que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja que o homem tem do seu próximo. Também isso é e vaidade e desejo vão." Para ele todo o esforço para realizar obras e produzir bens eram por inveja e não por um desejo natural e desprovido de interesses. Por isso, o rei afirmava o seguinte: "melhor é um punhado com tranquilidade do que ambas as mãos cheias com trabalho e vão desejo." Então, na avaliação do rei Salomão é mais feliz aquele tem pouco ou o suficiente, que aquele que se enche de afazeres e desejos para ter mais que os outros. Faz todo sentido, pois se gasta tanto tempo tentando produzir bens e riquezas que não sobra tempo para aproveitá-los.
Em Atos 26, capítulo 2, o apóstolo Paulo demonstra estar feliz por poder se defender de severas acusações dos seus compatriotas judeus perante o rei Agripa - "Sinto-me feliz, ó rei Agripa, em poder defender-me hoje perante ti de todas as coisas de que sou acusado pelos judeus." Considerando a situação em que se achava o apóstolo, bem que ele poderia se sentir extremamente infeliz por estar sendo julgado e condenado pelos seus compatrícios judeus, mas para ele a felicidade naquele momento era poder se defender. Desta maneira o que conta são as circunstâncias que produzem ou destroem a felicidade. O paradoxo é o homem e não a felicidade em si.
Ora, se é feliz o homem que acha a sabedoria e adquire o entendimento, tal homem somente será feliz quando for achado por Cristo. Ele afirma que é o caminho, a verdade e a vida. Tendo Cristo, se tem caminho seguro, verdade absoluta e vida eterna. Estas realidades produzirão no homem a real felicidade. Por isto, o Mestre afirma em Jo. 8:36: "...se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres." Tal afirmação foi proferida aos líderes religiosos do seu tempo, os quais alegavam serem livres por ser descendência de Abraão e por conhecerem os preceitos da lei. Entretanto, Cristo demonstra a eles que eram escravos do pecado e não livres.
Sola Scriptura!

Um comentário:

Unknown disse...

Parabenizo o autor, que Deus sempre o ilumine, para produzir textos como este. Nivaldo.