Jo. 15: 16 a 20 - "Vós não me escolhestes a mim mas eu vos escolhi a vós, e vos designei, para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo conceda. Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros. Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, guardarão também a vossa."
O verbo escolher neste texto é o mesmo para eleger, ou seja, não é o homem quem escolhe ou elege a Deus em sua vida, mas Ele o elege, porque escreveu o seu nome no livro da vida do Cordeiro conforme Ap. 13:8 - "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a Terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." Desta forma, todos aqueles cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro, que é Cristo, adorarão à besta, a saber, o representante de Satanás na Terra. Aqueles, porém, cujos nomes estão escritos no livro da vida desde a fundação do mundo, não a adorarão. Suas naturezas pecaminosas foram anuladas por meio da justificação e da vivificação em Cristo. Eles, todavia, em nada são melhores que aqueles cujos nomes não foram escritos no livro da vida. O deferencial é que foram escolhidos por graça e misericórdia. O livro da vida é o único que a borracha não apaga conforme Ap. 3:5 - "... e de maneira nenhuma riscarei o seu nome do livro da vida."
A eleição é um ato monérgico, ou seja, é ato que cabe apenas a Deus, pois é da exclusiva e soberana vontade d'Ele. Isto implica em que há um número daqueles que Ele decidiu escolher para filhos conforme Ef. 1:5 - "... e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade..."; Ele escreveu os nomes dos eleitos no livro da vida conforme Lc. 10:20 - "... alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus." Ele os conduz à Cristo conforme Jo. 6:44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer." Ele os faz ressuscitar juntamente com Cristo conforme Ef. 2:6 - "... e nos ressuscitou juntamente com ele." Vê-se, que, ir a Cristo, não é uma questão do querer, mas de poder, e, neste caso, ninguém pode por seus próprios esforços. O pecador sozinho não pode e não vai a Cristo, pode até ir a um sistema de crença, mas não à pessoa de Cristo.
A eleição é rejeitada, porque os religiosos norteiam as suas vidas com base no que fazem ou deixam de fazer. A religião cria na mente do homem uma relação sacrificial, a saber, cada um supõe que vale o que faz de bom, sendo isto, uma espécie de bolsa-salvação. Entretanto, Jesus deixou claro que nenhum homem é bom, apenas Deus o é. O homem, por si mesmo, não pode desenvolver um salvo conduto que abre caminho da Terra ao céu por meio de méritos e justiças próprias. Ninguém, por mais correto que seja, merce absolutamente nada e as justiças humanas são como trapos de imundície conforme Is. 64:6 - "... e todas as nossas justiças como trapo da imundícia." A natureza decaída do homem foi contaminada pela "síndrome de lúcifer", ou seja, o desejo almático de ser 'deus' por conta própria. Após a queda, o homem, adotou um programa de falsa autonomia, buscando a perfeição sem o Senhor da vida. Para tanto, criou a religião como um mecanismo de manipulação e disfarce de sua própria condição pecaminosa, visando forçar a porta de entrada na eternidade por seus próprios esforços conforme Mt. 11:12 - "E desde os dias de João, o batista, até agora, o reino dos céus é tomado a força, e os violentos o tomam de assalto." Neste ponto, o leitor que é religioso praticante torce o nariz e diz: 'este artigo é errado, a pessoa que o escreveu é um herege, pois ensina o oposto do que eu creio.' Este é o problema da religião: cria uma presunção de verdade conforme o que cada um espera de si mesmo e do que desejam forçar Deus a realizar por eles. O texto de abertura não ilude os nascidos de Deus, afirmando que serão odiados por causa da pregação da verdade. Certamente, que, aqueles que não podem ver o reino de Deus, o odeia, como odeiam aos que o prega! Como não podem atacar as Escrituras, atacam aos que pregam-nas.
Ao contrário do que postulam as doutrinas religiosas, as Escrituras ensinam, que, só através da inclusão na morte de Cristo é que se consegue entrar no reino de Deus conforme Jo. 3:2 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." Ora, só pode haver novo nascimento, se houve morte antes. O texto original desta passagem fala de 'nascer do alto', portanto, é o resultado da eleição prévia de Deus e da execução do seu programa monérgico utilizando os meios que providenciou. O caminha sobrexcelente foi aberto por Cristo conforme Hb. 10: 19 e 20 - "Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu, isto é, da sua carne..."
Neste ponto, a pessoa que lê este texto se põe a imaginar: bem, se assim é, como saberei se sou uma eleito de Deus? Ora, talvez o próprio fato de você se preocupar a este ponto e buscar a verdade já seja o início do processo de chamamento de Deus a você. O fato é que Ele te conheceu de antemão, te elegeu, te predestinou, te chamou, te justificou em Cristo e te glorificou n'Ele. Isto tudo, foi realizado no conselho de Deus, mesmo que você não tenha consciência disto. Ele quem começou a boa obra, é poderoso para completá-la segundo a sua própria e boa vontade conforme Fl. 1:6 - "... tendo por certo isto mesmo, que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus..." Igualmente é Ele quem opera nos eleitos todo o processo da fé para a salvação conforme I Ts. 2:13 - "... como palavra de Deus, a qual também opera em vós que credes."
Sola Gratia!
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