abril 10, 2012

A DIFERENÇA ENTRE HUMANISMO E REGENERAÇÃO

I Co. 2: 9 a 16 - "Mas, como está escrito: as coisas que olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Porque Deus no-las revelou pelo seu Espírito; pois o Espírito esquadrinha todas as coisas, mesmos as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens entende as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? assim também as coisas de Deus, ninguém as compreendeu, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, mas sim o Espírito que provém de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus; as quais também falamos, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo."
Entende-se por humanismo uma filosofia moral que coloca o homem como o ser principal na escala de importância entre todos os seres. É uma perspectiva com grande ênfase na postura ética fundamentada na dignidade, capacidade e aspirações humanas, notadamente na racionalidade. Contrapõe-se ao sobrenatural, ou mesmo, a um ser superior e soberano. O humanismo opõe-se ao clericalismo institucional, entretanto, abrange religiões não teístas e se afirma numa proposta de vida essencialmente humanista.
Em Karl Marx, o humanismo baseia-se apenas na consciência como origem e fonte do saber. Em geral, os humanistas se afastam do transcendentalismo e se aproximam do cientificismo e do racionalismo, como, por exemplo: ateus, gnósticos e ignósticos. Alguns, denominados 'Humanistas Sigilosos' se aproximam mais de aspectos espirituais e menos da lógica formal. São por vezes deístas, ocasionalmente associados a artistas e cristãos liberais. O Ignosticismo ou Igteísmo é atribuído ao rabino Sherwin Wine fundador do Judaísmo Humanista. Na Renascença, o humanismo tomou a forma de antropocentrismo, ou seja, o homem é a medida de todas as coisas. O homem é o centro ao invés de Deus. 
Ainda se pode falar de 'Humanismo Positivista' de Augusto Comte, que se afirma no homem e rejeita a teologia e a metafísica como propostas coerentes para explicar, organizar e explorar a realidade. Uma das vertentes deste tipo de humanismo é a 'Religião da Humanidade', a qual propõe a substituição moral, filosófica, política e epistemológica dos seres supranaturais, pela concepção pura de humanidade. O 'Humanismo Logosófico' de Gonzales Pecotche propõe ao ser humano a sua própria realização do processo de evolução que o conduz à superação de suas qualidades até alcançar a excelência de sua condição humana. Já o 'Humanismo Universalista' propõe como um valor essencial, o de ser internacionalista, aspirando assim, uma nação humana universal, porém não um mundo uniforme, mas um mundo múltiplo em etnias, línguas e costumes. O fundador desta vertente humanista - Mario Rodrigues Luis Cobos - afirma: "nada acima do ser humano e nenhum humano abaixo de outro". Prega a não-violência ativa como forma de controle.
O texto de abertura fala por si só, mostrando claramente a mente humana em seu estado natural, ou seja, sem a regeneração espiritual. Assim, todas estas propostas humanistas estão perfeitamente em consonância à natureza humana apartada de Deus pelo pecado. Porém, é necessário salientar que, o pecado é um estado de impossibilidade do homem crer em Deus e sua mensagem redentora. Por esta razão, o homem natural busca uma auto-justificação às suas próprias expensas, visto que não pode crer. A isto dá-se o nome de depravação total, ou degenerescência espiritual. O papel de Cristo foi exatamente o de reconciliador entre o homem natural e Deus, por meio da morte, da morte espiritual do homem, na morte inclusiva d'Ele. Para a mente natural, isto é apenas uma propositura louca e sem sentido empírico, racional, ou experimentável. Por isso, não podem crer em algo fora de si mesmos.
A realidade do humanismo é a expressão concreta do homem decaído que, por não poder prescrutar as coisas espirituais, prefere negá-las, ignorá-las, ou rejeitá-las. Isto lhe foi inoculado no Éden, quando da sua opção pelo falso autonomismo e a suposta condução da sua vida sem Deus. Assim, restou ao homem apenas a possibilidade de discernir-se a si mesmo com base apenas na sua dimensão almática, tomando isto como saber, conhecimento, evolução, escolha livre. O homem presume ser o deus de si mesmo.
O homem natural não pode compreender as coisas de Deus, porque não recebeu o Espírito de Deus. Não é uma questão de escolha, ou mesmo, de querer, mas de não poder. Por não ter experimentado a regeneração, não pode comparar o que é espiritual com o que é espiritual. Permanece morto para as coisas do Espírito de Deus. A regeneração é exatamente a nova geração de um novo homem por meio da aniquilação do pecado conforme Hb. 9:26 - "... mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." A manifestação humana do Filho Unigênito de Deus visa incluir o homem morto para Deus, em sua morte de cruz, para depois, ressuscitá-lo juntamente com Ele e lhe restituir a comunhão espiritual com o Pai. Isto é o que significa ter a mente de Cristo no texto de abertura. Sem morte não há regeneração, assim como sem ressurreição não há nascimento do alto. Este é o método de Deus para redimir o homem de si mesmo relegando o humanismo como meio de se aperfeiçoar e atingir um estado de auto-endeusamento.
Sola Gratia!

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