Dt. 29:29 - "As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei." Com estas palavras Moisés, o legislador de Israel abre um discurso de cunho teológico. Fica evidente que aos eleitos de Deus cabe tão somente depender da revelação que Ele dá aos seus santificados. Contrariamente, as coisas que não são reveladas pelo Eterno não devem ser objeto de especulação, pois estão na esfera do que compete apenas a Ele. Este texto nunca é levado em consideração por aqueles que estão à cata de fábulas e mitos do passado. Procuram em descobertas arqueológicas algo que possa ser utilizado contra as Escrituras. Estão sempre levantando dúvidas sobre a veracidade de Palavra de Deus.
Há no mundo apenas dois sistemas: o da verdade e o da mentira. O primeiro procede de Deus e da Sua misericórdia e graça aos que a Ele agrada revelar-se; O segundo procede do próprio homem na inglória tarefa de querer ser como um deus. Neste sentido, a verdade é algo que vem do alto, enquanto a mentira provém do homem e se destina a ele mesmo numa propositura de encontrar por si só o caminho de volta ao Paraíso perdido no Éden. Com isto alimentam suas próprias naturezas contaminadas e mortas para Deus.
Teologia, do grego θεóς, transliterado para 'theos', isto é, "Deus" + λóγος, 'logos', isto é, "palavra", por extensão de sentido, "estudo", "tratado", "tese", no sentido literal, é o estudo de Deus. Percebe-se de imediato que falar em Teologia é por si só uma grande presunção humana, pois qual criatura pode se atrever a estudar o seu Criador? Se uma mente pudesse conceber e estudar Deus, tal mente seria equiparada a Ele em conhecimento e em poder. Nisto consiste a audácia produzida pela mente humana por meio da natureza pecaminosa residente e persistente no homem decaído.
Como toda ciência humana, a teologia postula-se por meio de um objeto de estudo, que, no caso, é Deus. Como não é possível estudar diretamente um objeto que não se vê e não se toca, estuda-se Deus a partir da sua própria revelação e das suas representações nos diferentes sistemas culturais. Assim, a Teologia Reformada pauta-se pelo estudo por meio do que Deus revela de Si mesmo nas Escrituras, enquanto a Teologia Deformada pauta-se pela percepção do próprio homem acerca do que concebe como sendo Deus. Logo, tratar acerca de Deus, não quer necessariamente dizer que se conheça a Ele em sua profundidade e extensão. Tal tarefa é impossível sem a revelação d'Ele mesmo.
O termo Teologia foi usado pela primeira vez pelo filósofo Platão, no diálogo denominado "A República", referindo-se à compreensão da natureza divina de forma racional, em oposição à compreensão literária típica da poesia dos rapsodos. Posteriormente, o filósofo Aristóteles empregou o termo em numerosas ocasiões, com dois significados: a) Teologia como parte integrante da Filosofia, também chamada filosofia das coisas primeiras ou ciência dos primeiros princípios. Mais tarde esta Teologia foi cognominada de Metafísica por seus seguidores; b) Teologia como manifestação do pensamento mítico anterior à Filosofia, possuindo conotação pejorativa, referindo-se aos pensadores antigos não filósofos, como Hesíodo e Ferécides.
Destarte, existem muitas Teologias neste mundo, influenciadas pelas mais diversas religiões humanas. Logo, existe a Teologia Budista, a Teologia Islâmica, a Teologia Católica, a Teologia Mórmon, a Teologia Evangélica Tradicional, a Teologia Pentecostal, a Teologia Hindu entre tantas outras. Neste sentido, ao invés de a Teologia influenciar a religião do homem, a religião humana influencia a Teologia, constituindo-se assim em matéria absurda e em mentira religiosa.
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