Am. 3: 2 a 7 - "De todas as famílias da Terra só a vós vos tenho conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas iniquidades. Porventura andarão dois juntos, se não estiverem de acordo? Rugirá o leão no bosque, sem que tenha presa? Levantará o leãozinho no seu covil a sua voz, se nada tiver apanhado? Cairá a ave no laço em terra, se não houver armadilha para ela? Levantar-se-á da terra o laço, sem que tenha apanhado alguma coisa? Tocar-se-á a trombeta na cidade, e o povo não estremecerá? Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito? Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas." Do texto, sem prejuízo do seu contexto, se pode entender que Deus escolhe a quem quer conhecer com afetuosa graça, e, por conta disto, Ele pune os seus escolhidos para o aperfeiçoamento deles mesmos. Também, fica evidente que o mal que sucede aos eleitos, provém invariavelmente de Deus. Todavia, a conotação de que é o mal procede sempre do homem e não d'Ele. O que o homem reputa por mal, aos olhos de Deus é o bem, pois a Ele interessa formar um povo eleito para conviver com Ele eternamente. Por parábola, Deus está mostrando a lei das causas e dos efeitos. Assim, por não concordância de natureza, ou seja, Deus não concorda com a natureza pecaminosa no homem, então, não há compatibilidade, e duas naturezas discordantes, não andam juntas.
O texto mostra que a ação monérgica de Deus é que revela a Sua soberana vontade e os seus decretos eternos aos seus profetas, isto é, pregadores da Sua Palavra. Deus não revela a Sua vontade por causa do homem, mas por causa da Sua fidelidade a Si mesmo e para fazer entender a Sua Palavra. O religioso sempre tenta arrastar para si algum mérito nestas situações. Imaginam que Deus os escolhe para esta ou aquela função, cargo, missão ou posição por conta de suas excelsas qualidades. Entretanto, Deus age em função do que Ele é, pelo que é e para o que quer. Seu supremo propósito jamais é frustrado ou melhorado por causa do homem conforme Ml. 3:6 - "Pois eu, o Senhor, não mudo; por isso vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos."
Há no meio do cristianismo nominal uma profunda reivindicação por uma posição mais próxima a Deus, ou mais privilegiada em relação a Ele, pelo fato de julgarem mais merecedores ou mais dignos do que os outros reputados como incrédulos. Entretanto, onde se vê maior incredulidade é no meio religioso, precisamente, porque trocam a verdade pela religião, o conteúdo pelo continente e o essencial pelo assessório. Na verdade, e a bem dela, há de se dizer que comparativamente Deus é mais severo com os seus do que com os que estão entregues às suas próprias naturezas pecaminosas não regeneradas. O fato de os eleitos terem nascido do alto, não os torna em nada melhores do que qualquer outra criatura. Mas, os torna apresentáveis diante de Deus por meio de Cristo, no qual estão sendo aperfeiçoados para o dia do encontro eterno. Nem mais, nem menos do que isto!
Ao longo da história, Deus tem levantado a brasa e o ferreiro. Até mesmo o assolador não assola absolutamente nada se d'Ele não receber ordem. Desta forma, os pregadores que vomitam suas abominações, o fazem porque Deus os manda, para que joio seja percebido como joio, e trigo, como trigo. A linha tênue entre um e outro só se percebe pelos ouvidos refinados por Cristo. Uma vez abertos os ouvidos, se pode ouvir com clareza o que é e o que não é o evangelho da verdade. A mentira para os que estão na mentira, a verdade para os que estão no evangelho da verdade. Da mesma forma que a mentira possui os mentirosos, a verdade possui os verdadeiros, porque foram feitos verdade em Cristo. Não são os eleitos de Deus que possuem a verdade, ela que os possui por misericórdia e graça.
Charles Grandison Finney nasceu em Warren, a 24 de Agosto de 1792 e morreu em Oberlin, a 16 de Agosto de 1875. Finney foi um pregador, professor, teólogo, abolicionista, advogado, maçom e avivalista nos Estados Unidos. Foi um dos líderes do Segundo Grande Despertar "Second Great Awakening". Introduziu várias inovações temerárias para a época, no ministério religioso, tais como a censura pública e nominal de pessoas durante o sermão, apelo aos ouvintes para "aceitarem" a Jesus, a permissão da manifestação de mulheres em cultos para ambos os gêneros e outros. Era também famoso por realizar seus sermões de improviso.
A despeito de todas as suas credenciais e tudo o quanto realizou para o "evangelho", Finney era um arminiano e a sua mensagem de nada aproveitou à implantação do reino dos céus. Bibliografias afirmam, que, dos seus sermões e dos "conversos" neles, quase ninguém permaneceu. Este é o sentido da brasa e do ferreiro de Is. 54:16 - "Eis que eu criei o ferreiro, que assopra o fogo de brasas, e que produz a ferramenta para a sua obra; também criei o assolador, para destruir."
Ele foi doutrinado na Teologia Reformada, mas logo se rebelou contra o seu pastor e impôs a sua própria teologia, conforme lhe convinha crer, ainda que em arrepio às Escrituras. Desta forma passou da Teologia Reformada à Teologia Deformada sem tosquenejar. Não há erro algum em andar por conta própria e pregar a verdade segundo as Escrituras, mas há erro, quando se opta por uma mensagem anti bíblica.
Acerca das idéias e feitos de Charles G. Finney será dada sequência em outro artigo.