janeiro 30, 2008

E, POR FALAR EM PALAVRA, O QUE É TEOLOGIA?

Não se pode compreender o porquê e o para quê da Teologia. Ela é uma evidente presunção do homem decaído, precisamente, porque, Deus está acima das possibilidades da compreensão humana natural. Caso uma mente pudesse estudar, descrever ou fazer um tratado sobre Deus, certamente, tal mente seria a mente de um 'deus' semelhante e igual em caráter, poder e sabedoria a Ele. Entretanto, tal possibilidade é nula em toda a sua extensão e sentido, pois há um só Deus!
Hoje se vê com mais clareza, que, a Teologia é fruto da alma humana expulsa do paraíso, tentando reencontrar o caminho de volta por suas próprias expensas e riscos. Entretanto, toda vez que chega ao portal, lá estão os anjos guardiões com suas espadas flamejantes, dizendo: não entra! Não com as naturezas pecaminosas! Não com estes trajes da injustiça!
Partindo do pressuposto que Teologia provém de (θεóς) 'theos' = "Deus" + (λóγος) 'logos' = "palavra", e, por extensão de sentido, "estudo", "tratado", "descrição" e "lógica"), fica além das possibilidades humanas realizá-la e desenvolvê-la com precisão e com exatidão. Não se estuda objetivamente um objeto invisível ou não tangível. O que se faz comumente é analisar Deus a partir do que Ele fala de Si mesmo nas Escrituras, ou daquilo que se pode perceber d'Ele na criação. Logo, isto não é teologia, mas apenas uma proclamação daquilo que já foi declarado ou manifestado.
O termo "teologia" foi utilizado pela primeira vez por Platão, em sua obra "A República", porém ele se referia à concepção de Deus por meio da razão, em contraposição à compreensão proporcionada por meio da literatura escrita pelos poetas rapsodos. Aristóteles, discípulo de Platão, se referiu à Teologia por diversas vezes, em dois sentidos: 'theologia" como ramo da filosofia, isto é, a filosofia primeira e, mais tarde chamada de metafísica por outros pensadores; 'theologia' como uma forma de explicar a realidade por meio dos mitos na fase pré-socrática ou pré-filosófica. Neste último sentido, era uma maneira pejorativa de se falar em teologia, cosmogonia, ou teogonia.
Foi Marco Terêncio Varrão (116 - 27 a. C) quem tomou o melhor sentido de Teologia, segundo a concepção de Santo Agostinho. Na obra "Antiquitates Rerum Humanarum et Divinarum", Varrão fala de três teologias: a mítica, a política e a natural. Santo Agostinho toma esta última como plausível. Marco Terêncio Varrão fala também de uma teologia sobrenatural, "Theologia Supernaturalis", como procedente da revelação divina, sendo por isso, superior à Filosofia e acima desta em valor.
Finalmente no século XVIII, Leibnitz se referiu à Teologia como sendo Teodiceia, isto é, uma investigação para discernir a realidade do mal e a bondade de Deus. Entretanto, esta visão tem muita influência do maniqueísmo de origem oriental.
No Cristianismo nominal, a Teologia é organizada e sistematizada a partir da revelação de Deus e na experiência humana, sendo, por isso, chamada de Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática. Este foi o primeiro erro dos cristãos nominais: tentar dogmatizar a mente de Deus. Ora, as Escrituras não foram deixadas para serem organizadas conforme as ideologias humanas. Ou se crê, ou não se crê nelas. A verdade não é adaptativa, mas absoluta.
Assim, há muitas teologias no mundo: teologia gnóstica, teologia da libertação, teologia moral, teologia cristã, teologia da prosperidade, teologia relacional, teologia da determinação, teologia reformada, teologia arminiana, teologia pelagiana, teologia natural, etc.
Toda esta variedade de teologias mostra, no mínimo, que a verdade se perdeu em meio a tantas e diversificadas opiniões humanas sobre o que é a revelação de Deus.
Sola Scriptura!

Um comentário:

zadin disse...

Parabéns professor..show de bola!!!...ja to imprimindo algumas coisas aqui do seu blog..para ler com mais calma rs..
grande abraço!!!