sábado, maio 11

SOBRE O FIM DOS TEMPOS XXXIV

Ap. 9:13 a 21 - "O sexto anjo tocou a sua trombeta; e ouvi uma voz que vinha das quatro pontas do altar de ouro que estava diante de Deus, a qual dizia ao sexto anjo, que tinha a trombeta: solta os quatro anjos que se acham presos junto do grande rio Eufrates. E foram soltos os quatro anjos que haviam sido preparados para aquela hora e dia e mês e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens. O número dos exércitos dos cavaleiros era de duas miríades de miríades; pois ouvi o número deles. E assim vi os cavalos nesta visão: os que sobre eles estavam montados tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre; e as cabeças dos cavalos eram como cabeças de leões; e de suas bocas saíam fogo, fumaça e enxofre. Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam das suas bocas. Porque o poder dos cavalos estava nas suas bocas e nas suas caudas. Porquanto as suas caudas eram semelhantes a serpentes, e tinham cabeças, e com elas causavam dano. Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que nem podem ver, nem ouvir, nem andar. Também não se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos."
Com o soar da sexta trombeta serão liberados quatro anjos caídos que estão presos na Mesopotâmia. Estes anjos demônios estão presos no mundo inferior ou "inferus" há milhares de anos, esperando a hora, o dia, o mês, e o ano para cumprirem um destino funesto: matar a terça parte da humanidade. Os exércitos que estarão sob o comando destes espírito imundos é de 200 milhões de soldados, porque João ouviu o número deles. Não são soldados humanos, mas demônios que acompanharam Lúcifer, e, que noutras eras primitivas viveram na Terra. 
Acerca destes anjos caídos há algumas indicações do que aconteceu com eles em eras remotas. II Pd. 2: 4 e 5 - "Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo; se não poupou ao mundo antigo, embora preservasse a Noé, pregador da justiça, com mais sete pessoas, ao trazer o dilúvio sobre o mundo dos ímpios." Antes da destruição da raça antediluviana, estes anjos abandonaram seu mundo e suas formas originais e se materializaram. Tentaram estabelecer uma miscigenação com os humanos conforme o registro de Gn. 6:1 a 7 - "Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a Terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: o meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os nefilim na Terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses nefilim eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade. Viu o Senhor que era grande a maldade do homem na Terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem na Terra, e isso lhe pesou no coração. E disse o Senhor: destruirei da face da Terra o homem que criei, tanto o homem como o animal, os répteis e as aves do céu; porque me arrependo de os haver feito." Embora haja objeção da parte de alguns teólogos em relação a mesclagem entre os tais "filhos de Deus" e as "filhas de Adão", o fato é que os Nefilim eram seres não humanos e estavam na Terra. Eles não eram da Terra, mas depois que coabitaram com as mulheres humanas nasceram-lhes descendentes que eram semi-deuses cujos corpos e os poderes eram anormais. Isto aparece nos registros de todas as mitologias orientais e ocidentais. As alegações contrárias fundamentam-se na afirmação bíblica que anjos não se casam e não se dão em casamento. Entretanto, deixam de mostrar que a passagem se refere a anjos que estão no céu e que permaneceram fieis a Deus. Também há os que sustentam que estas "filhas de Adão" são da linhagem de Sete, porque após o nascimento deste filho de Adão, foi iniciado o culto a Deus.  Todavia, se esta linhagem de Sete era tão santa e pura, porque foram destruídos no dilúvio? Também, como em um espaço geográfico tão pequeno como o Oriente Médio, a linhagem de Sete nunca se misturou à linhagem de Caim? Finalmente, a própria palavra Nefilim significa em hebraico bíblico "arrojados para fora" ou "decaídos" e não gigantes como traduziram. Gigante em hebraico é Anak e o plural é Anakim. A expressão "filhos de Deus" aparece em Jó capítulos 1 e 2, fazendo referência a anjos e não a homens. Salvo, os eleitos e regenerados que foram feitos filhos de Deus por adoção, nenhum homem tem filiação divina. O homem foi feito por Deus e não gerado como o Seu Filho Unigênito. Os seres celestes criados diretamente por Deus são chamados de filhos por criação e não por geração.
Jd. 6 e 7 - "... aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia, assim como Sodoma e Gomorra, e as cidades circunvizinhas, que, havendo-se prostituído como aqueles anjos, e ido após outra carne, foram postas como exemplo, sofrendo a pena do fogo eterno." O apóstolo Judas, irmão de Jesus, o Cristo, nos dá um grande esclarecimento sobre estes anjos caídos que ousaram se misturar aos humanos. O texto grego original diz que eles não guardaram o seu principado, ou seja, a região que lhes fora destinada no espaço. Também diz que eles abandonaram a sua forma original e os seus corpos, pois os termos utilizados são "eautõn arkhê" que é estado ou forma original e "oiketérion" habitação ou revestimento próprio. Não se trata de casa ou palácios, mas de seus próprios corpos celestiais. Então, Judas mostra que aqueles anjos se prostituíram  ou seja, se misturaram aos humanos, semelhantemente os habitantes de Sodoma e Gomorra. A expressão "outra carne" no texto original indica diferente em espécie e em natureza. Caso fosse o cruzamento entre as linhagens de Caim e de Sete esta expressão seria sem sentido, porque ambas são humanas.
Durante os três dias da morte de Jesus, o Cristo, ele foi ao mundo inferior "inferus", a saber, o inferno para pregar a estes espíritos decaídos. Não se sabe o teor desta pregação, mas, com certeza, não foi para salvá-los. O mais provável é que foi para testemunho de que era o Filho Unigênito de Deus. O apóstolo Pedro também informa acerca deste assunto em I Pd. 3:18 a 20 - "Porque também Cristo morreu uma só vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; sendo, na verdade, morto na carne, mas vivificado no espírito; no qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé..." Estes espíritos em prisões foram rebeldes antes do dilúvio, quando Noé pregou a justiça e ninguém o ouviu.
Vê-se pelo texto de abertura, que, mesmo após este segundo "ai", os homens continuaram em suas práticas espiritualmente erradas. Não houve qualquer arrependimento ou respeito. Isto acontece, porque nenhum homem possui inclinação natural para Deus. Os que foram salvos ao longo da história da humanidade, o foram, por graça e misericórdia de Deus que os elegeu, predestinou, chamou, justificou e glorificou em Cristo. Nenhum homem, por mais honeste e correto que seja, pode ir a Deus por conta própria.
Sola Fide!

Nenhum comentário: