Mt. 7: 13 a 23 - "Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram. Guardai-vos dos falsos profetas, que veem a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramente: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade."
Todos os ensinamentos, a saber, a doutrina de Cristo tem por objeto a questão da natureza no homem. Tal natureza, é, por origem, pecaminosa. E, consequentemente, é a natureza pecaminosa que determina os atos pecaminosos. Tais atos pecaminosos sao os erros, deslizes, fraquezas e delitos cometidos por todos em todos os tempos e lugares.
O pecado denominado por Santo Agostinho de "pecado original", foi o que tomou lugar no primeiro homem, o qual deu origem a todos os demais homens. Como a matriz veio a decair-se, tudo o que dela derivou, desenvolveu a síndrome da corrupção adquirida.
Foi este pecado por natureza que Jesus, o Cristo veio retirar do mundo conforme Jo. 1:29 - "No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo." Quanto aos atos pecaminosos derivados, são objeto de constante cura almática realizada por Cristo ao longo da jornada.
A cristandade nominal, a saber, apenas religiosa insiste em ensinamentos de homens, os quais passam ao largo dos ensinos bíblicos. Muitos creem que o pecado de Adão foi a desobediência, o orgulho, o desejo etc. Todavia, estes foram apenas atos pecaminosos causados pelo pecado da incredulidade. Foi dito a Adão que não comesse do fruto do conhecimento do bem e do mal, pois certamente isto lhe traria a morte. Porém, o Diabo incorporado na serpente, fez uma segunda pregação, a qual afirmava que, com certeza, ambos, homem e mulher, não morreriam. O primeiro homem creu na segunda pregação e não na primeira. Ora, isto caracterizou-se como incredulidade ao que Deus lho houvera predicado. Com efeito, isto é confirmado em Jo. 16:7 a 9 _"Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Consolador não virá a vós; mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo: do pecado, porque não crêem em mim." O pecado que separou o homem de Deus foi a incredulidade. Tudo o que decorre por causa da incredulidade, são os atos pecaminosos consequenciais.
Ditas estas coisas, pode-se afirmar que a natureza humana é inclinada naturalmente à incredulidade, mesmo quando afirma-se em uma fé autoproclamada. Isto conduz o homem, invariavelmente, às escolhas executadas com base no que se pode ver, tocar e experimentar. É a fé em si mesmo e não no que diz a Palavra de Deus.
O texto de abertura fala sobre dois caminhos e duas portas: uns largo e espaçoso e outros apertado e estreito. Obviamente, a maioria segue o caminho espaçoso e entram pela porta larga, porquanto isto satisfaz suas naturezas decaídas. Todavia, o caminho apertado e a porta estreita são destinados àqueles cujas naturezas decaídas foram aniquiladas na cruz por meio da inclusão na morte e na ressurreição com Cristo. Este ensino é fundamentado em Hb. 9:26 - "[...] doutra forma, necessário lhe fora padecer muitas vezes desde a fundação do mundo; mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo."
Ato contínuo, o texto prossegue alertando sobre os falsos pregadores e suas falsas doutrinas. Jesus, o Cristo pede aos eleitos e regenerados cautela sobre tais doutrinas. Isto porque não se deve perder tempo e energia com tais ensinos de homens. Não se abandona a fonte de água limpa para beber água suja.
A forma de identificação do que é falsificado e do que é verdadeiro são os frutos: se o fruto é bom, a árvore é boa; se o fruto é mau, a árvore é má. Portanto, é uma clara conotação à natureza dominante em uma pessoa. É uma relação de causa e efeito. O efeito é o que a fonte que lhe dá origem é.
Jesus, o Cristo afirma que apenas aqueles que fazem a vontade de Deus, entrarão no Reino Eterno. Ora, a vontade de Deus é externada em Jo. 6:29 - "Jesus lhes respondeu: A obra de Deus é esta: que creiais naquele que ele enviou." Portanto, a vontade ou a obra de Deus, consiste não em oferecer sacrifícios de méritos e de justiça própria, mas de ganhar a fé. E o que é fé senão confiar apenas no que diz a Palavra de Deus?
O texto termina expondo um caso concreto. Aqueles os quais requererão para si os atos religiosos, como, pregação, exorcização de demônios e realização de milagres. Entretanto, Jesus, o Cristo lhes afirma, peremptoriamente, que nunca os conheceu. Veja, o verbo está no passado. Isto indica que eles não foram arrolados no Livro da Vida do Cordeiro conforme Ap. 13.8. Como o Deus Onisciente não conheceria qualquer criatura? Por que Ele se referiu ao conhecimento espiritual e não ao conhecimento intelectual ou natural. Este ensino é encontrado em Jo. 10:14 - "Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem."
Então, acautelai-vos daqueles que falsificam o Evangelho e se disfarçam apresentando-se com aparência de verdade, sendo mentirosos. O caminho proposto e a porta que dão passagem à Vida Eterna foram preordenado antes dos tempos eternos aos eleitos e regenerados conforme a presciência de Deus por meio de Jesus, o Cristo.
Sola Scriptura!