março 30, 2018

APRESENTADA SEM MANCHA E SEM RUGA

Ef. 5: 25 - 27 - "... como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra, para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa semelhante, mas santa e irrepreensível."
O vocábulo IGREJA provém do grego koinê [Εκκλησία] que, transliterado é "ekklesia" a qual é uma palavra composta: 'ek' (para fora) + 'kaleo' (chamar). Este vocábulo foi tomado emprestado da política ateniense, na Grécia Antiga. Denominava-se "ekklesia" o grupo de cidadãos que era convocado para uma assembleia a fim de discutir e deliberar para o bom andamento da "polis", ou seja, da cidade ou da sociedade. Por isso, o vocábulo "ekklesia" quer dizer convocados ou chamados para fora, precisamente, porque a assembleia ficava fora das áreas residenciais. igualmente, a Igreja verdadeira é o conjunto de pecadores que, por Graça, é chamado para fora da natureza pecaminosa para ser o corpo vivo de Cristo. Isto não torna nenhum filho de Deus melhor que qualquer outra pessoa. Torna-o parte da assembleia justificada e que está sendo santificada. Por fim, a Igreja será apresentada diante do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, santa e irrepreensível. Entretanto, até lá, a Igreja atravessa o deserto para perder a roupagem própria e receber o revestimento pleno de Cristo.
O Cristianismo nascente tomou emprestado apenas o sentido semântico da palavra "ekklesia" para indicar que os eleitos e regenerados são pessoas comuns chamadas para pertencer a um grupo espiritualmente gerado do alto nos termos de Jo. 3: 3 e 5. Até o século IV d. C. não haviam igrejas em templos. A igreja se reunia em diferentes locais em função das circunstâncias desfavoráveis, cumprindo o que dispõe o texto sacro em Mt. 18:20 - "Pois onde se acham dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." O Império Romano e os judeus perseguiam a igreja por julgar que a mesma era uma nova força política que iria lhes retirar o poder e o ganha pão. Isto está registrado, por exemplo, em At. 4: 1 a 3 - "Enquanto eles estavam falando ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos, deitaram mão neles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte; pois era já tarde." Vê-se, pelo texto, que os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus sentiam-se muito magoados porque os discípulos anunciavam em Jesus a ressurreição. Os sacerdotes, em sua maior parte, eram fariseus e tinham desprezo quanto a nova fé cristã. O capitão do templo era o responsável pelo serviço sujo dos sacerdotes. E os saduceus eram da seita que não acreditava em ressurreição dos mortos. Desta forma, todos tinham suas próprias razões para perseguir a Igreja.
O texto de abertura declara, solenemente, que Cristo amou a Igreja. Entretanto, não é amor da categoria almática. Foi utilizado o verbo amar no pretérito [ἀγαπᾶτε] ou transliterado "'agapãte" que é amor divino e perfeito. Amou no sentido pleno da palavra, a saber, amou sem exigir qualquer virtude que ela pudesse oferecer. A Igreja, no sentido bíblico, é o conjunto de pecadores regenerados por Graça e Misericórdia de Deus. Deste grupo não fazem parte os justos aos seus próprios olhos e os cheios de méritos por fazer e deixar de fazer coisas comportamentais, visando convencer Deus a lhes ser favorável. O homem, em seu estado decaído, não pode fazer ou deixar de fazer qualquer coisa para aumentar ou diminuir o amor de Deus. Deus é amor! Ele não tem porções de amor para borrifar um ou outro homem em função dos seus atos de justiça própria contaminados pela natureza pecaminosa. Deus toma o pecador tal como ele se acha e o leva à cruz, para, nela, inclui-lo na morte de Cristo. Isto é ensinado em Jo. 6: 44 - "Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia." Portanto, é Deus quem conduz pecadores à cruz e não atos de justiça própria! Tentar produzir sua própria salvação é desqualificar o sacrifício inclusivo e substitutivo de Cristo. É afrontar a justiça de Deus!
Então, Jesus, o Cristo amou a Igreja, purificou-a com a sua Palavra e a apresenta santa e irrepreensível diante de si mesmo. Ele tornou a Igreja sem mácula e sem rugas, ou qualquer coisa análoga a estas. Isto implica dizer que os eleitos e regenerados são purificados de todas as suas culpas. A verdadeira Igreja de Cristo nada tem a ver com estas igrejas nominais e institucionais que estão perante a sociedade. A igreja de Cristo está  em Cristo, porque ele a resgatou para si e não para se tornar meio de engajamento social, enriquecimento fraudulento ou mecanismo de sustentação política. A verdadeira Igreja é santa e irrepreensível, mas porque Cristo é Santo e Irrepreensível. Seus membros são as piores pessoas deste mundo, porque o mundo as odeia conforme Lc. 21:16 a 19 - "E até pelos pais, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós; e sereis odiados de todos por causa do meu nome. Mas não se perderá um único cabelo da vossa cabeça. Pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas."
Por estas razões, pode-se afirmar sem recair em juízo temerário que, a depender de manchas e rugas retiradas, as igrejas institucionais que aí estão, não estarão de pé diante de Deus no último dia. Não por questões morais, mas por não crerem na inclusão do pecador na morte e na ressurreição de Cristo. O pecado que separa o homem de Deus é a incredulidade e não atos e atitudes humanas. Estas são consequências daquelas e não o contrário.
Sola Scriptura!

março 11, 2018

A OPERAÇÃO DO ERRO, DA MENTIRA E DO ENGANO V

Am. 3: 7 - "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas."
No filme "O Advogado do Diabo" o protagonista que representou o Diabo diz, em um certo diálogo, que ele é o verdadeiro amigo do homem e deseja apenas o seu bem. Afirma, outrossim, que Deus é quem é inimigo do homem, porque permite que este tenha muitos desejos, porém não dá liberdade para que satisfaça tais desejos. Obviamente que, a mensagem do autor da trama pretendeu passar apenas uma mensagem: 'Deus é mau e o Diabo é bom'. Entretanto, o mesmo não esclareceu o porquê de Deus não permitir ao homem satisfazer seus desejos. É simples! Deus não pactua com o homem decaído e portador da natureza pecaminosa. Também, porque, a natureza pecaminosa não permite o estabelecimento de um limite para o mal no coração humano. Caso Deus deixasse o homem decaído totalmente livre, a maldade humana poderia operar sem limites.
Acontece, no entanto, que o homem está contaminado com o veneno da serpente. Por isto, possui natureza separada ou morta para Deus. A glória de Deus que revestia o homem antes da queda foi retirada por conta do pecado original. Desde então, todos nascem portadores da natureza decaída e totalmente depravada. A pessoa mais bem comportada e que não pratica determinados delitos, possui igualmente, tal natureza decaída e está morta para Deus. Portanto, todos carecem da graça de Deus por meio de Cristo para ser redimido e reconciliado com Deus conforme Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." O verbo destituir implica em perda total e não parcial como pretendem algumas doutrinas religiosas espiritistas e humanistas. É como um servidor público que foi destituído ou exonerado do cargo. Não poderá voltar e trabalhar no dia seguinte.
Desta forma, o Diabo mantém controle sobre as almas dos homens treinando-os, inclusive, para serem dissimulados quanto aos bons comportamentos e a busca por uma religião. Ele sabe que os comportamentos produzem um tipo de ética que torna um homem aceito na sociedade, mas espiritualmente este homem continua morto para Deus. O que comunica a vida eterna é a fé que o pecador foi incluído na morte com Cristo conforme Rm. 6: 6 a 9 - "... sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele." É este o único processo que permite restaurar a comunhão entre criatura e Criador. A isto dá-se o nome de redenção ou salvação monérgica. A salvação é da alma, porque é ela que está contaminada com a natureza pecaminosa inoculada pelo Diabo em todos os homens conforme Rm. 5: 12 - "Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram."
O texto de abertura deste estudo mostra que Deus mantém os seus eleitos e regenerados sempre informados acerca do processo da redenção dos homens individualmente e da restauração de todas as coisas. É ele quem lhos revela antes de acontecer. Por isso, pode-se afirmar que este engodo do erro, da mentira e do engano sobre seres extra-terrestre como solução para a humanidade é mais uma astúcia do inimigo para continuar o seu projeto nefasto de levar o homem a querer ser deus de si mesmo conforme Gn. 3: 4 e 5 - "Disse a serpente à mulher: certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como Deus, conhecendo o bem e o mal." Uma das tarefas mais primitivas de Satanás é levar o homem a não crer na Palavra de Deus. Isto explica a atual conjuntura do mundo que reputa os textos como meros mitos ou lendas antigas. Mas, Deus sempre revela a sua verdade aos seus eleitos para os regenerar. 
Tudo o que foge à revelação compendiada, recai no campo do erro, da mentira e do engano de Satanás para tentar produzir um paraíso na Terra. Em qualquer parte das Escrituras e dos ensinos diretos de Cristo NÃO HÁ menção a seres evoluídos de outros mundos enviados à Terra para libertar, melhorar ou salvar a humanidade. Ao contrário, os textos são muito claros sobre o fato de que o novo nascimento é o único meio conforme Jo. 3: 3 e 5 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jesus respondeu: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Sem morrer em Cristo, não vê. Sem nascer da água, ou seja, pela pregação da Palavra e sem nascer do espírito, a saber, ser uma nova criatura ou ser gerado de novo em Cristo, não entra.
Atente-se para o fato que, a partir de agora, aumentarão as aparições de seres extra-terrestres ou alienígenas no mundo, fazendo e operando grandes sinais e prodígios. Porém, tudo estará associado à operação do erro, da mentira e do engano.
Solo Christus.

março 10, 2018

A OPERAÇÃO DO ERRO, DA MENTIRA E DO ENGANO IV

II Co. 11: 14 a 15 - "E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras."
Já foi assaz dito, nos estudos anteriores, que as supostas aparições de seres extra-terrestres ou alienígenas carecem de clareza e verdade. E não é por falta de informações de governos ou de órgãos públicos dos países mais poderosos. É por falta de genuinidade dos fatos acerca deste assunto. Entretanto, ainda que houver qualquer aparição concreta e documentada, por si só, pode não constituir verdade absoluta, porque será uma revelação unilateral, visto que nenhuma nação terrena poderá ir ao espaço sideral e comprovar a origem de tais seres de outros mundos. Surtirá, neste caso, o mesmo efeito de uma crença religiosa, pois dependerá apenas do que os tais seres disserem em seu próprio favor. 
Neste sentido é que estas manifestações se inserem no contexto do erro, da mentira e do engano. Primeiramente, porque as Escrituras não registram qualquer verbete acerca destes seres e da possibilidade de contatos imediatos para resolver o problema da humanidade. Secundariamente, o problema da humanidade é a sua queda e depravação total diante de Deus. Muitos não creem nesta realidade, porque suas naturezas decaídas jamais se inclinam para a fé e para a verdade conforme está registrado em Rm. 3: 10 a 12 - " como está escrito: não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só." Obviamente que, nem para crer que este texto é de inspiração divina eles podem. Não se trata de uma questão de escolhas, mas de impossibilidade posicional e relacional. A natureza pecaminosa inclina o homem, invariavelmente, para si próprio. No máximo, procuram uma religião para aplacar seu desespero. O próprio Jesus, o Cristo revelou o seguinte sobre a natureza do homem decaído: "Eu vim em nome de meu Pai, e não me recebeis; se outro vier em seu próprio nome, a esse recebereis. Como podeis crer, vós que recebeis glória uns dos outros e não buscais a glória que vem do único Deus?" - Jo. 5: 43 e 44. Mesmo quando o homem decaído busca uma crença religiosa, o faz para receber glória e não para glorificar.
É deste contexto de impossibilidade de ter uma verdadeira comunhão reconciliada com Deus, que a humanidade receberá seres materializados como sendo superiores e enviados para produzir o paraíso na Terra. Os sistemas econômicos, políticos e religiosos produzidos pelo homem decaído até hoje tentou, ingloriamente, produzir o paraíso na Terra por conta própria. A frustração diante da miséria e pobreza que aumenta, da luta contra a morte e a angústia da falta de paz, o levará a abraçar tais falsas revelações de anjos caídos como sendo a solução final para a humanidade.
O texto de abertura deste estudo é claríssimo, visto que não carece de qualquer interpretação ou exegese. Mostra que Satanás se disfarça em anjo de luz e que seus demônios se propõem a ministrar a justiça em substituição à justiça de Cristo concretizada na cruz e na ressurreição ao terceiro dia. Esta será a tentativa final de golpe de Satanás no afã de conseguir o estabelecimento do seu falso reino sobre a Terra. Com certeza será bem-vindo e recebido por aqueles cujos nomes não estão escrito na Livro da Vida do Cordeiro que foi imolado antes da fundação do mundo conforme o texto de Ap. 13: 8 - "E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo."
Sola Gratia!