março 31, 2010

A SÍNDROME DE JÓ XXIII



Jó 40: 1 a 9 - "Disse mais o Senhor a Jó: contenderá contra o Todo-Poderoso o censurador? Quem assim argui a Deus, responda a estas coisas. Então Jó respondeu ao Senhor, e disse: eis que sou vil; que te responderia eu? Antes ponho a minha mão sobre a boca. Uma vez tenho falado, e não replicarei; ou ainda duas vezes, porém não prosseguirei. Então, do meio do redemoinho, o Senhor respondeu a Jó: cinge agora os teus lombos como homem; eu te perguntarei a ti, e tu me responderás. Farás tu vão também o meu juízo, ou me condenarás para te justificares a ti? Ou tens braço como Deus; ou podes trovejar com uma voz como a dele?" No capítulo 39, Deus continua no processo de iluminação da mente e do coração de Jó por confutação. Mostra-lhe a simplicidade das Suas ordenanças e da falta de conhecimento do homem decaído, por mais que seja reto, íntegro, temente e que se desvie do mal. É como afirma Benjamin Warfield em uma mensagem sobre a justificação pela fé: "As obras de um homem pecador serão, naturalmente, tão pecaminosas quanto ele é, e nada além da condenação pode ser construída sobre elas."Ele mostra que se o homem pecador pudesse construir sua própria justificação ela para nada serviria, pois tem a sua origem na natureza pecaminosa. Assim são os religiosos que se afirmam em seus sistemas de justiça própria por meio de comportamento ético e moral. Nada, por melhor que seja sociologicamente, que se origina de uma natureza defeituosa poderá ser perfeito.
Aos olhos de Deus o homem não-regenerado é apenas um resmungão e censurador. Ávido por justificar-se, torna-se contendedor, ou seja, que tenta arguir Deus com base em si mesmo e na percepção pessoal sobre a verdade. O procedimento do homem é sempre o mesmo, desde o Éden após a queda: para se afirmar na posição de autossuficiência  apresenta suas justiças próprias como moeda de troca. Deus, por seu lado, mostra ao homem que ele nada sabe sobre as determinações e ordenanças divinas, e, que, portanto, não pode arguir, contender ou reivindicar nada nestas condições. É necessário nascer do alto primeiro! E, mesmo depois do novo nascimento, o faz por meio de Cristo.
Após todo o processo de conscientização de Jó por meio dos argumentos de Deus, ele, então, recebe a graça da fé para reconhecer-se o que de fato era. Afirma por suas próprias palavras que era um homem vil e que a partir de agora não mais falaria, mas, antes, colocaria a mão sobre a boca para não repetir torpeza diante do Todo-Poderoso. Esta sim deveria ser a postura de todo homem diante de Deus. As Escrituras afirmam que na multidão de palavras há tolice!
Mediante a humilhação de Jó, Deus então o convida a se colocar na posição de homem, porque até então, ele havia se colocado na posição de "deus", acusando o Senhor de ter contra ele uma questão e de lhe ser injusto. Esta tem sido a posição de muitos homens, quer por palavras, quer por atos, quer por relação, quer por posição. Quando as coisas lhes são favoráveis, julgam que assim o são por mérito seus, quando desfavoráveis, julgam que são vítimas de um Deus cruel e sarcástico que se diverte as custas da desgraça humana. Reivindicam o direito de serem abençoados com base em meros comportamentos moral e ético. Comportamentos, estes, moldados e refinados com base em crenças, ritos, regras, normas, dogmas, preceitos, os quais Deus não requer de nenhum homem. O único quesito exigido por Ele é que o nome deste pecador esteja escrito no livro da vida do Cordeiro que foi morto antes da fundação do mundo conforme Ap. 13:8 - "... esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo." Aqueles cujos nomes não estão arrolados no livro da vida, adorarão à besta que é a fiel representante de Satanás na Terra. Eles não têm parte e nem sorte na vida eterna como filhos de Aba. Esta é uma afirmação escriturística e não produzida pela vontade de quem quer que seja. Entretanto, a maioria dos homens não crê nas Escrituras como palavra de Deus, mas tão-somente como manual de religião.
O homem fora da regeneração, ou do nascimento do alto, se arvora de ser "deus" e ousa condenar o próprio Deus por exercer o seu direito de "Oleiro Eterno" sobre o barro conforme Rm. 9: 20 a 22 - "Mas, ó homem, quem és tu, que a Deus replicas? Porventura a coisa formada dirá ao que a formou: por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro poder sobre o barro, para da mesma massa fazer um vaso para uso honroso e outro para uso desonroso? E que direis, se Deus, querendo mostrar a sua ira, e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita paciência os vasos da ira, preparados para a perdição."
Sola Scriptura!
Solo Christus!
Sola Fide!
Sola Gratia!
Soli Deo Gloria!

março 28, 2010

A SÍNDROME DE JÓ XXII



Jó 38: 1 a 3 - "Depois disso o Senhor respondeu a Jó dum redemoinho, dizendo: quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento? Agora cinge os teus lombos, como homem; porque te perguntarei, e tu me responderás." Nos capítulos 36 e 37, Eliú, o mais moço, além dos três pretensos amigos de Jó, após o início do processo de tratamento dispensado a este por Deus, prossegue aquele em sua avaliação correta em relação à Deus, mas equivocada em relação a Jó. Ele teceu uma série de considerações moralmente corretas acerca de Deus e do seu eterno poder, mas não conseguiu ver que todas as ações d'Ele não eram causadas por conta de alguma má conduta de Jó, pois todo homem nasce pecador e Deus não trata os pecadores com base no que fazem, mas com base no que são por natureza. Ainda hoje os religiosos, especialmente os arminianos, confundem a natureza pecaminosa com os atos pecaminosos dela decorrentes.
A partir do capítulo 38, do livro de Jó, Deus interrompe os discursos humanos e toma a palavra para si, realizando o processo final de comunicação da verdade. Por extensão, tal processo é o mesmo a todos os eleitos ao longo dos tempos. O máximo que o homem decaído consegue com seus discursos, suas doutrinas, seus preceitos, suas normas e suas regras religiosas é obscurecer o conselho de Deus. Quando mais falam, menos entendem e conhecem. As palavras originadas em uma mente corrompida pelo pecado são, no mínimo, sem conhecimento. Não possuem luz do alto, mas apenas o saber humano ofuscado pela natureza pecaminosa que limita e escraviza a inteligência, a mente e o coração humano. Por isso, Paulo afirma em Rm. 1:22 - "Dizendo-se sábios, tornaram-se estultos..." Também em I Co. 1:25 - "Porque a loucura de Deus é mais sábia que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte que os homens." Entretanto, o orgulho e a soberba, especialmente a religiosa não permitem ao homem perceber estas verdades simples e cristalinas.
No capítulo 38, Deus tece uma série de indagações a Jó, para evidenciar o quanto ele estava distante de conhecer o verdadeiro soberano Senhor e dominador dos céus e da Terra. Mostra-lhe as leis naturais que foram postas para dar termo as coisas e fazê-las obedecer a vontade de Deus.
Nos versos 22 e 23 Deus faz profecia de acontecimentos reservados para o tempo do fim. Nos versos seguintes Ele transfere as indagações para o espaço sideral acerca das ordenanças do céu. Tudo isto para mostrar a Jó a sua infinita pequenez diante da grandiosidade da criação e das leis que a rege. A soberba humana decaída e separada da glória de Deus, não permite ao homem reconhecer, confessando estas verdades. Quando as reconhecem são meras declarações sem fé. Por esta razão é que Paulo mostra em Rm. 3:23 - "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus." A única maneira de ser restituído à glória de Deus é por meio do nascimento do alto conforme Jo. 3: 3 e 5 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jesus respondeu: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus." Entretanto, para nascer do alto, como está no original grego, é necessário crer que foi crucificado com Cristo e que com Ele ressuscitou. Quando cremos que morremos em Cristo, na Sua morte de cruz, significa que nosso pecado original foi destruído conforme Rm. 6:6 - "... sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado." Igualmente, quando cremos que ressuscitamos juntamente com Ele, significa que ganhamos a sua vida eterna e abundante conforme Cl. 2: 13 - "... e a vós, quando estáveis mortos nos vossos delitos e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-nos todos os delitos."
A Cristo, pois, honra, força e majestade eternamente.
Sola Fide!