terça-feira, agosto 7

ELEITOS E PREDESTINADOS

Ef. 1: 4 a 6 - "... como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para sermos filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para o louvor da glória da sua graça, a qual nos deu gratuitamente no Amado."
A doutrina bíblica da eleição e predestinação é uma das mais rejeitadas pelo homem. É quase unânime a ideia errônea que ela sentencia Deus como injusto, porque privilegia alguns e não a todos. Por conta desta distorção, as religiões denominacionais buscam encontrar o ponto ideal, para, nem negar as Escrituras, nem provocar a desaprovação de alguns religiosos. Entretanto, não há diversas e diferentes formas de eleição e predestinação no ensino bíblico. Há apenas uma, e, esta é a que consta nas Escrituras em quaisquer contextos quando se quer estudar com honestidade. A Palavra de Deus não foi inspirada e escrita para satisfazer posições humanas, mas para testemunhar a graça e a soberania d'Ele. Quem não recebe graça para crer, viva segundo seu entendimentos puramente humano e aproveite bem a vida, pois a alegria será apenas esta.
Alguns dizem que a eleição e a predestinação resultam de uma ação especial de Deus em relação a algumas pessoas, as quais Ele separou para determinado fim especial. Citam, por exemplo, o apóstolo Paulo que teria sido escolhido apenas para evangelizar os não judeus. Entretanto, não há respaldo algum para ensinar isto, sendo apenas uma dedução lógica e não revelada espiritualmente. Acrescenta-se, que, Paulo foi o apóstolo que mais ensinou a eleição e a predestinação do modo correto. Logo, ele mesmo não entraria em contradição, recebendo uma direção de Deus e ensinando-a de modo divergente no evangelho.
Outros afirmam ainda que a eleição e a predestinação são executadas conforme a presciência de Deus, ou seja, Ele escolheu e predestinou apenas aqueles que Ele anteviu que o escolheria no futuro. Bem, neste caso, não há predestinação alguma, pois os tais o escolheria com base no mérito de si mesmos, logo a predestinação seria anulada. Além do que, se Deus escolhesse os predestinados conforme o que anteviu de suas boas obras, Jesus Cristo seria absolutamente dispensável, pois tais pessoas estariam sendo salvas por suas próprias justiças e méritos. Não necessitariam de um salvador para morrer por eles e com eles, incluindo-os em sua morte de cruz, para ressuscitá-los juntamente com Ele. O próprio Cristo afirma que só há um que é bom, o Pai. Logo, baseado em que justiças, méritos e bondades os pecadores seriam escolhidos e salvos? Neste caso, esta predestinação não salvaria uma pessoa sequer. A grandiosidade de Deus consiste exatamente no fato que Ele escolheu e predestinou pessoas que jamais o escolheria livremente. É esta a máxima expressão da graça de Deus: amar e escolher quem o odeia e o rejeita por natureza.
I Pd. 1:2 - "... eleitos segundo a presciência de Deus Pai, na santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas." A palavra 'presciência' neste texto é, no original, 'prognôusin', que, por sua vez provém de 'prognôskô', que significa um conhecimento anterior, segundo o mais profundo sentido do verbo conhecer, a saber, 'designo de antemão para uma posição ou função'. Deus escolheu alguns que determinou pela sua soberana vontade. Este conhecimento prévio dos eleitos é uma espécie de amor afetuoso que Deus dispensou a eles, antes mesmo deles existirem. A palavra 'presciência' como substantivo é 'prognôsis' e significa conhecimento prévio e propositado, ou seja, Deus conheceu amorosamente estas pessoas e determinou em seu propósito que elas seriam redimidas. Isto se confirma no fato que Deus, não apenas, os amou e os escolheu, mas criou todos os meios para que eles conhecessem a verdade e fossem por ela vivificados. A escolha e predestinação ensinadas na epístola de Pedro é que os escolhidos seriam santificados pelo Espírito que neles habitaria, conduzindo-os à obediência à purificação realizada pelo sangue derramado por Cristo na cruz para lavar o pecado original. Não foi com base nos feitos ou mal feitos deles, mas nos meios que Deus criou para que eles fossem purificados e salvos. Na mesma linha do ensino da eleição e predestinação é o que consta de At. 2:23 - "... a este, que foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, vós matastes, crucificando-o pelas mãos de iníquos." Pedro está fazendo uma exposição apologética sobre a vida e a morte de Jesus, o Cristo. Ele mostra que quem entregou Jesus para morrer foi o conselho e a presciência de Deus. Ele determinou que Cristo viria, se encarnaria no homem histórico Jesus, viveria por certo tempo, pregaria e faria todos os sinais previstos e que morreria pelas mãos dos pecadores. É o mesmo sentido da palavra presciência do texto da epístola de Pedro. Logo, Deus não enviou Cristo com base no que Ele conhecia do futuro de Jesus, mas tudo foi preordenado segundo o conselho íntimo e soberano do Pai com o próprio Cristo. Cristo veio ao mundo sabendo o que o aguardava e como seria o processo da redenção dos pecadores. Tudo preordenado por Deus! Assim como Deus conhecia o seu filho unigênito, justo e santo, também conhecia de antemão os pecadores decaído e absolutamente depravados pela natureza pecaminosa. Assim, Cristo o obedeceria para satisfazer a sua vontade para salvar aqueles que não o obedeceria por si próprios para a salvação.
Rm. 8: 29 e 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou." Este texto segue o mesmo padrão de eleição e predestinação: Deus conhece e escolhe afetuosamente e profundamente, predestina, provê os meios para alcançar, chama, justifica e glorifica os que escolheu antes dos tempos eternos. Nada é feito com base no que o homem faria ou deixaria de fazer, mas com base apenas na decisão soberana de Deus. Ora, não teria Ele o direito de escolher aqueles que irão viver eternamente com Ele? Também se Deus tivesse intencionado salvar a todos os homens, certamente Ele o faria, pois nada pode impedi-lo em sua soberania. Ainda, se Deus tivesse determinado que nenhum homem seria salvo, nada lhe faltaria ou seria subtraído da sua justa soberania. Ele si basta a si mesmo e é eterno! é o oleiro que tem poder sobre o barro e não o barro que tem poder sobre o oleiro.
Rm. 9:11 a 18 - "... pois não tendo os gêmeos ainda nascido, nem tendo praticado bem ou mal, para que o propósito de Deus segundo a eleição permanecesse firme, não por causa das obras, mas por aquele que chama, foi-lhe dito: o maior servirá o menor. Como está escrito: amei a Jacó, e aborreci a Esaú. Que diremos, pois? Há injustiça da parte de Deus? De modo nenhum. Porque diz a Moisés: terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão. Assim, pois, isto não depende do que quer, nem do que corre, mas de Deus que usa de misericórdia. Pois diz a Escritura a Faraó: para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra. Portanto, tem misericórdia de quem quer, e a quem quer endurece." Então, assim é a eleição e a predestinação ensinada nas Escrituras e não por homens. Esaú e Jacó sequer haviam nascido, feito o bem ou o mal, mas Deus já havia escolhido a Jacó para fazer surgir um povo por meio do qual o Salvador nasceria. A eleição e a predestinação não se dá por causa de obras de justiça do homem, mas pela firmeza dos decretos eternos de Deus. Ele amou a Jacó e não a Esaú, o por quê, ninguém sabe. Isto não torna Deus injusto, porque apenas Ele pode decidir qualquer coisa sem incorrer em injustiça. Ele tem misericórdia de quem quer, tem compaixão de quem quer, pois tais ações monérgicas, não dependem de quem corre, ou seja, de quem se apressa em fazer obras de justiça própria para conquistar um lugar no céu. 
O texto de abertura mostra com clareza meridiana que Deus elegeu os que iriam ser salvos antes da fundação do próprio mundo. Eles foram eleitos em Cristo, porque a expressão "nele" [em+ele] indica inclusão em sua morte. Foi Deus quem predestinou os eleitos para se tornarem filhos adotivos por meio da inclusão na morte de Cristo, como também, na sua ressurreição. Tudo isto foi determinado segundo o beneplácito da sua vontade e para o louvor da sua graça. Tudo foi preordenado por Deus antes da fundação do mundo, antes que houvesse o próprio homem na Terra, e que houvesse aparecido o pecado. Tudo foi por sua imensurável graça e não por méritos e justiças humanas.
Sola Gratia!

2 comentários:

Juliana Sousa disse...

Você está indo de acordo com estudos humanos. A verdade é que nem todos os salvos são escolhidos, mas todos os escolhidos são salvos. Dentre os salvos, há os chamados e escolhidos. Os escolhidos são aqueles que estarão a frente da obra, passarão dificuldade e poderão ir a morte por isso. Os chamados incluem a família dos escolhidos (visto que a casa será salva por promessa) e todos os outros que não estão a frente da obra. Um exemplo de chamado que foi salvo é aquele que estava a direita da cruz de Jesus. Se você apenas seguir os estudos humanos, você morrerá. Porque a letra mata e o Espírito vivifica.

MENDIGO ENTRE MENDIGOS disse...

E você está indo conforme uma tese apenas religiosa sem qualquer fundamentação escriturística. A impressão que tenho é que você, de fato, não leu o texto. Lamento, mas se você ler o que escrevi verificará que não tem nada de humanismo. Muito pelo contrário, tudo quanto escrevo em nada protege ou promove o homem decaído.