domingo, janeiro 22

O EVANGELHO DA CRUZ

Rm. 6: 1 a 11 - "Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que abunde a graça? De modo nenhum. Nós, que já morremos para o pecado, como viveremos ainda nele? Ou, porventura, ignorais que todos quantos fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida. Porque, se temos sido unidos a ele na semelhança da sua morte, certamente também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado fosse desfeito, a fim de não servirmos mais ao pecado. Pois quem está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos, sabendo que, tendo Cristo ressurgido dentre os mortos, já não morre mais; a morte não mais tem domínio sobre ele. Pois quanto a ter morrido, de uma vez por todas morreu para o pecado, mas quanto a viver, vive para Deus. Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus."
É notório que os "evangelhos" pregados e aceitos nas religiões institucionais são aqueles que exaltam o homem. Dizem aos pecadores que tudo depende deles, e que Deus, embora Soberano, não força a barra. Fazem Deus se inclinar e se rebaixar perante a vontade contaminada pelo pecado. O Deus que pregam é um ser limitado pela vontade corrompida do homem. Este não é, efetivamente, o Deus mostrado nas Escrituras. É, antes, um 'deus' humanizado e construído ao sabor da incredulidade. Inventaram um outro 'deus' que controla o homem, a saber, um tal de "livre arbítrio", que, de fato, nem é livre, e muito menos, pode arbitrar. Confundem, por ausência de revelação, a capacidade humana de fazer escolhas mecânicas e naturais, com a incapacidade de fazer escolhas espirituais.
Muitas destas religiões recorrentes, sequer mencionam Jesus, o Cristo como redentor e justificador do homem decaído. Muitos seminários teológicos ensinam que a Bíblia é um livro de lendas e que talvez nem seja confiável, dado o transcurso de tempo e de possíveis alterações. É, igualmente notório, que, na maior parte destas igrejas denominacionais, não se faz qualquer menção à cruz como um caminho a ser percorrido. A cruz é para a maior parte das religiões ditas cristãs, apenas um símbolo. Elas não a veem como um princípio interior, mas como um mero emblema indicativo da crueldade dos religiosos da época, da ação política dos romanos e das facções judaicas daquele tempo. Tornam o projeto eterno de Deus para a redenção do homem em uma mera discussão político-ideológica. Um certo doutor em divindades, se é que alguém pode ser doutor neste campo, afirmou que a páscoa judaica foi copiada de crenças egípcias. Então, vê-se que a mente religiosa, não-regenerada, não poupa esforços para desqualificar a verdade e mistificar as Escrituras.
Os "evangelhos humanistas" se preocupam em demonstrar ações caritativas, humanitárias, e solidárias ante aos graves problemas humanos. Isto é bom sim, mas deveria ser a mera consequência natural da regeneração e não a única causa determinante da redenção do pecador. Na realidade, a miséria e o sofrimento são consequências da natureza pecaminosa dominante e persistente no coração do homem. As injustiças, dores, e sofrimentos ocorrem por causa da natureza decaída, e não a natureza pecaminosa por causa destes fatores. Quando não enveredam por este viés, a maior parte das crenças que se autodenominam cristãs busca um "evangelho soft", que transforma o homem em uma espécie de 'deus' na Terra. Procuram uma pregação que agrade e que seja atraente conforme II Tm. 4:3 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos..."
A sã doutrina é um "evangelho hard", que apresenta o homem como pecador, decaído e absolutamente corrompido. Tal evangelho não faz acordo com o pecado, ao contrário, ele o erradica completamente conforme Hb. 9:26 - "...mas agora, na consumação dos séculos, uma vez por todas se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo." Esta porção das Escrituras, em seu contexto, apontam para o sacrifício substitucionário de Cristo. Não se trata de impecabilidade, como supõe os cegos, mas de eliminar a culpa do pecador perante Deus. É uma questão na esfera espiritual e não apenas no campo comportamental. De fato, se o homem não crê que a morte substitutiva e inclusiva de Cristo é suficiente, eficiente, e eficaz para anular a sua natureza pecaminosa, terá de admitir que o Diabo é mais eficiente do que o seu Salvador. Isto é uma aberração doutrinária!
O evangelho da cruz fala de um batismo: a inclusão do pecador na morte de Cristo, bem como da sua consequente ressurreição juntamente com Ele. Os eleitos e regenerados foram batizados, a saber, imergidos na morte de Cristo na cruz. Igualmente foram emergidos de volta à vida eterna na Sua ressurreição. Agora, regenerados pelo nascimento espiritual por meio da fé, andam em novidade de vida. Foram unidos a Cristo em sua morte, como também em sua ressurreição. O corpo do pecado, ou seja, a natureza pecaminosa herdada de Adão, não lhes domina mais como um princípio.  Quando o homem pecador recebe a graça para se apropriar desta esplendente verdade pela fé, passa a considerar-se como morto para a natureza pecaminosa, mas vivo para Deus, em Cristo Jesus. Este é o ensino do evangelho da cruz, porém, ele é repugnante e sem o menor sentido aos que perecem, ou seja, os que estão mortos espiritualmente, e continuam morrendo fisicamente até a segunda morte.
Sola Gratia!

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