domingo, janeiro 1

ESCATOLOGIA LXV

II Tm. 3: 16 e 17 - "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra."
Esta é uma declaração e um testemunho de que as Escrituras são oriundas do Espírito de Deus e não de elucubrações humanas. Ainda que alguns utilizem a desculpa que a Bíblia foi escrita pelo homem, entretanto, ela é de inspiração divina. Não há dúvidas disso, pela veracidade dos acontecimentos, e pelo fato que ela não favorece o homem em seu egocentrismo.
No mínimo, ler as Escrituras trás ensino, repreensão e correção moral e ética para a vida da pessoa, independentemente de religião. Todas as pessoas deveriam ler as Escrituras para enriquecimento pessoal.
Após analisar muito superficialmente as profecias de Ezequiel, Daniel e do Apocalipse, ainda restam alguns textos que precisam ser considerados isoladamente. Uma das mais antigas profecias sobre a redenção está no primeiro livro das Escrituras. É sobre ela que se tratará agora neste artigo.
Gn. 3:14 e 15 - "Então o Senhor Deus disse à serpente: porquanto fizeste isso, maldita serás tu dentre todos os animais domésticos, e dentre todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. Porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua descendência e o seu descendente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar."
Esta passagem é considerada o proto-evangelho, porque aborda o advento do Redentor que venceria o pecado na cruz. Indica que o Redentor ou Salvador purificaria o pecado, pagando a pena exigido pela justiça divina: a morte.
Após proferir a sentença contra a serpente por ter servido de aparelho físico a Satanás em sua manifestação ao homem, Deus fala sobre a luta entre os descendentes da serpente, e o descendente da mulher. Ora, sabe-se que a serpente em si, não teria a menor condição de realizar esta obra maligna, pois se trata apenas de um réptil, que não possui a capacidade da articulação da fala, ou mesmo que teria qualquer poder de convencimento racional. A serpente a que alude o texto original era uma espécie muito bonita, era colorida e reluzente, e alada. É dito no contexto que era a mais sagaz entre os animais do campo. 
O texto é muito elaborado gramaticalmente, pois os pronomes "ti", "tua" e "seu", "este", e "tu" indicam com perfeita segurança os sujeitos das ações, bem como os objetos das mesmas. Assim, "... porei inimizade entre ti e a mulher" enuncia a "serpente", a saber, o Diabo, e a mulher é o coletivo da humanidade. Mas, quando diz, "...entre a tua descendência e o seu descendente" a elaboração é bem mais específica. A descendência da serpente é toda a raça humana contaminada pelo pecado original, mas o descendente da mulher é uma pessoa específica, porque está no singular. A descendência da serpente é uma coletividade, mas o descendente da mulher é uma pessoa. Neste caso é uma referência a um homem nascido de mulher e não todos os seres humanos. Este descendente da mulher, a saber, Jesus, o Cristo seria ferido no calcanhar pelos descendentes da "serpente", mas este lhe feriria a cabeça, ou seja, lhe derrotaria. 
As profecias acerca do advento do Messias, do Ungido, do Redentor dizem, por exemplo, em Mt. 1:23 - "Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco." O próprio Jesus, o Cristo se auto-designava de "o Filho do Homem" numa referência à sua humanidade herdada do nascimento da mulher. Assim, tem-se que Cristo é o Filho Unigênito de Deus, que encarnou no homem Jesus filho de Maria. Portanto, Cristo é anterior a Jesus, mas quando encarnado se tornou um ser portador da natureza divina e da natureza humana. Não são duas pessoas vivendo em uma, mas uma pessoa com duas naturezas.
O descendente da mulher venceu a descendência da serpente quando foi levantando na cruz e morreu atraindo os eleitos e preordenados para a salvação conforme o texto de Rm. 8: 29 a 30 - "Porque os que dantes conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos; e aos que predestinou, a estes também chamou; e aos que chamou, a estes também justificou; e aos que justificou, a estes também glorificou."
Esta é, portanto, uma profecia muito clara a respeito do advento do Salvador, o qual é Jesus, o Cristo que sofreu todas as penas do pecado para salvar e redimir os eleitos de Deus. Assim, Ele feriu a cabeça da serpente e venceu a morte e o inferno ressuscitando ao terceiro dia.
Gloria in excelsis Deo"

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