domingo, setembro 25

ESCATOLOGIA VI


Is. 46: 9 e 10 - "Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro; eu sou Deus, e não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: o meu conselho subsistirá, e farei toda a minha vontade."
Já se comentou que profecia não é adivinhação e que tudo quanto Deus quis anunciar acerca dos acontecimentos futuros, já o fez desde a antiguidade. Ele anuncia o fim desde o princípio, o Seu conselho subsiste e Ele faz toda a Sua vontade soberanamente. Deus não realiza a Sua vontade pela metade ou ao acaso como supõem alguns. Nada Lhe escapa ao controle, posto que é Soberano e Absoluto. Como o homem é um ser relativizado no tempo e no espaço, a sua visão ou percepção de Deus fica comprometida com tal relativização. Por isso, surgem tantas teologias reducionistas, tais como Teologia da Determinação, Teísmo Aberto, Teologia Relacional, etc. Por não receber a graça para crer à verdade, inventam suas próprias verdades, dando-lhes o nome de teologia. Entretanto, elas nada têm a ver com a verdadeira revelação e natureza de Deus. O homem sem a experiência do novo nascimento jamais poderá ver a verdade. É necessário nascer de novo, e, para tanto, necessário é, primeiramente, morrer em Cristo. Tudo isto se opera e se operacionaliza pela fé.
Ao que tudo indica ao apurar a verdade bíblica sabe-se que as posições mais viáveis são a pré-milenista e a pré-tribulacionista, pois os fatos descritos nas profecias indicam que a Igreja será arrebatada antes do início do milênio, e que o milênio é literal e não figurado como pretendem alguns intérpretes. Não faria sentido o Senhor Jesus morrer para purificar a Igreja para o encontro eterno e abandoná-la à míngua no governo do Anticristo. Ao contrário, os textos bíblicos mostram que Ele estaria com os seus eleitos todos os dias, e que não os abandonaria. Também não teria muito sentido o milênio ser figurado, porque os fatos descritivos durante a sua vigência são fatos reais e não fictícios. Tais fatos acontecem numa sequência lógica e são executados pelo próprio Cristo e os santificados. Logo, não se executam fatos fictícios por personagens reais ou vice-versa.
A linguagem profética trata com tipos e símbolos. Um tipo deve ser sempre interpretado com base nas semelhanças do seu antítipo. O tipo aparece apenas uma vez e deve ser identificado com o seu antítipo pelo menos em alguns aspectos similares e só é compreendido quando o seu antítipo se manifesta historicamente. Adão foi um tipo de Jesus, Eva foi um tipo da Igreja e as Sete Igrejas do Apocalipse são tipos da Igreja ao longo da história. O tipo possui diversas denotações, sendo as mais comuns a presença, a semelhança e similaridade comportamental. Um exemplo de tipificação a que alude Jesus é a que se acha em Jo. 3:14 e 15 - "E como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado; para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna." A serpente de bronze levantada no deserto era um tipo de Jesus levantado na cruz. Assim como ao olhar para a serpente Neustã, no deserto, curava do veneno das picadas das serpentes abrasadoras, olhar para Jesus na cruz e crer que Ele o atraiu à Sua morte, cura do pecado original que foi a pecada da serpente possuída pelo Diabo no Éden.
O símbolo possui sempre um significado determinado sem a necessidade de semelhança. Um símbolo pode ocorrer diversas, ou apenas uma vez e pode ser compreendido antes do seu cumprimento concreto no tempo e no espaço. O símbolo exige de alguma forma algo que lhe dê o sentido. Sempre quando aparecem no texto seres ou objetos celestes, estes não são simbólicos. Um exemplo de simbologia é o que se encontra no texto de Ap. 12: 13 a 15 - "Quando o dragão se viu precipitado na Terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão. E foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente. E a serpente lançou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, para fazer que ela fosse arrebatada pela corrente." o dragão simboliza o Diabo, a mulher a Igreja, o filho varão são os eleitos e regenerados remanescentes durante a tribulação, deserto é a tribulação ou perseguição, a serpente é outro símbolo de Satanás. 
Uma outra expressão simbólica muito significativa é: "um tempo, e tempos e metade de um tempo." Trata-se de periodizações da história da redenção no período da grande tribulação pela ótica e economia de Deus. É uma referência simbólica aos três anos e meio do governo pleno do Anticristo.
O maior problema da profecia é que os estudiosos e teólogos não levam em consideração os tipos, símbolos, a linguagem literal ou simbólica em seus devidos termos e lugares. Por isso, muita gente se arrisca em fazer previsões tolas que nunca se cumprem, envergonhando o evangelho e aumentando a incredulidade dos pecadores. Muitos religiosos têm contribuído grandemente para o endurecimento dos corações dos pecadores decaídos.
Da lucem, Domine!