segunda-feira, junho 27

ESPIRITO, ESPÍRITOS, E ESPIRITUALISMO IX

Is. 8: 19 e 20 - "Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os feiticeiros, que chilreiam e murmuram, respondei: acaso não consultará um povo a seu Deus? acaso a favor dos vivos consultará os mortos? A Lei e ao Testemunho! se eles não falarem segundo esta palavra, nunca lhes raiará a alva."
A propensão do homem natural ao erro é inata, porque o seu coração é absolutamente inclinado para si mesmo e para o que não procede de Deus. Há duas categorias de homens, segundo o fundamento do ensino cristão conforme I Co. 2: 14 a 16 - "Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque para ele são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, enquanto ele por ninguém é discernido. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." Resumidamente, o homem natural 'psikikós' é o que não passou pelo processo de regeneração espiritual; o homem espiritual 'pneumatikós' é o que foi regenerado pela justificação em Cristo. Pelo fato de possuir a mente de Cristo, consegue discernir a verdade e os espíritos.
Tal propensão do homem natural o conduz a reinventar a verdade em função daquilo que lhe é favorável ou compreensível, porque ele só compreende as palavras, mas rejeita o conceito e a ideia. Assim, tem-se que as Escrituras afirmam uma determinada verdade, mas os homens naturais ou almáticos sempre fazem uma hermenêutica e uma exegese própria e que possa ser acomodada dentro dos limites da sua aceitação. Estes limites são, para ele, a sua verdade particular.
Em Ml. 4:5 e 6 diz - "Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor; e ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais; para que eu não venha, e fira a terra com maldição." O texto veterotestamentário segue a regra áurea de interpretação, a qual é chamada de dupla referência da profecia. Isto quer dizer que, o texto pode se referir a um fato numa época e a outro fato similar em outra época. Assim, quando veio João, o batista pregando no deserto e batizando em águas no rio Jordão, alguns religiosos judeus foram interrogá-lo para saber quem ele era. O próprio João, o batista responde nos seguintes termos em Jo. 1:19 a 21 - "E este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para que lhe perguntassem: quem és tu? Ele, pois, confessou e não negou; sim, confessou: eu não sou o Cristo. Ao que lhe perguntaram: pois que? És tu Elias? Respondeu ele: não sou. És tu o profeta? E respondeu: não." Ele pessoalmente, diante dos seus inquisidores respondeu claramente que não era o Cristo, que não era Elias, e que não era o profeta. Então, porque os espiritistas e espiritualistas afirmam que João, o batista era Elias reencarnado?
Lc. 1: 13 a 17 - "Mas o anjo lhe disse: não temais, Zacarias; porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, te dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João; e terás alegria e regozijo, e muitos se alegrarão com o seu nascimento; porque ele será grande diante do Senhor; não beberá vinho, nem bebida forte; e será cheio do Espírito Santo já desde o ventre de sua mãe; converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus; irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, e os rebeldes à prudência dos justos, a fim de preparar para o Senhor um povo apercebido." O texto da revelação a Zacarias, pai de João, o batista é muito claro: João viria 'no espírito e no poder de Elias". Não afirma que ele seria Elias reencarnado. Ora, é apenas uma forma linguística por símile que enfatiza a forte semelhança entre João e o profeta Elias. Daí os que defendem a doutrina da reencarnação se apropriam dos textos para forçar a exegese em seu favor e afirmar o que o texto não afirma. Isto é fazer eisegese, ou seja, colocar no texto suas próprias ideias e palavras. O correto é fazer exegese, a saber, extrair o que o texto afirma. Seria um absurdo afirmar que João, o batista era Elias, porque para reencarnar é necessário morrer, e Elias não morreu, antes foi trasladado em vida.
Pelo princípio da dupla referência pode até ser que o texto ainda se aplique no fim dos tempos ao retorno de Elias, porque o Apocalipse fala do aparecimento de duas testemunhas que pregarão insistentemente em Israel. Como Enoque e Elias não morreram fisicamente, pode ser que sejam eles estas duas testemunhas escatológicas. Talvez tenham de experimentar a morte física antes da grande e final restauração, pois o texto apocalíptico diz que estas duas testemunhas serão assassinadas em Jerusalém.
Sola Scriptura!

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