terça-feira, novembro 16

A ORAÇÃO SEGUNDO AS ESCRITURAS III


Mt. 6: 5 a 8 - "E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes."
Há sempre duas maneiras de orar: a maneira que procede da vontade de Deus, e a maneira que procede da vontade humana. O texto de abertura deste estudo demonstra que o propósito da oração não é o de alterar os desígnios de Deus, mas o de obter para si mesmo e/ou para outras pessoas a graça que Ele já decidiu conceder espiritualmente, mas que deve ser solicitada e apropriada objetivamente conforme Ef. 1:3 - "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo".
Arthur Wilson Tozzer afirmou: "Quando começamos a falar excessivamente em oração, podemos estar quase certos que estamos falando conosco mesmo". Não é pela nossa maneira de orar que Deus se dispõe a realizar a Sua vontade, pois ela é Soberana e Eterna. Em I Rs. 18 nos versos 36 e 37 é demonstrado que a oração segundo a vontade de Deus é sintética, firme e confiante - "Sucedeu pois que, sendo já hora de se oferecer o sacrifício da tarde, o profeta Elias se chegou, e disse: ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque, e de Israel, seja manifestado hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme a tua palavra tenho feito todas estas coisas. Responde-me, ó Senhor, responde-me para que este povo conheça que tu, ó Senhor, és Deus, e que tu fizeste voltar o seu coração." Contrariamente, os sacerdotes do 'deus' Baal armaram um circo, no qual, um teatro fantástico foi montado para convencer o 'deus' deles. Estes religiosos contavam apenas com as suas ações, enquanto Elias contava apenas com a ação de Deus. Esta é a diferença fundamental entre o que ora com o foco em Deus, e o que ora com o foco em si mesmo. Algumas pessoas oram para convencer Deus a lhes ser favorável, enquanto o ensino bíblico indica que é Deus quem convence os seus filhos do que Ele já lhes proporcionou eternamente. Religiosos pedem coisas, Deus tem a si mesmo para doar, a saber, o seu Filho Unigênito e Primogênito dentre os mortos.
Não são os supostos méritos e justiças próprias que determinam as respostas de Deus, mas a bondade, a misericórdia e a graça d'Ele. Isto está registrado nas palavras de Cristo em Mt. 7: 7, 8 e 11 - "Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?" São três os verbos ativos: pedir, buscar e bater. Entretanto, o que ora pode pedir segundo Deus, ou segundo seu próprio desejo egoísta; pode buscar com base na graça, ou com base nos "seus" méritos; pode ainda bater à porta que é Cristo, ou bater à porta das "suas" justiças próprias. Por isso, muita gente não recebe conforme as Escrituras, mas conforme a si mesmas, ou conforme o Diabo, pois ele também está interessado em responder aos anseios dos homens para lhes aumentar o orgulho religioso, a soberba material, e a confiança em si mesmo e não na justiça de Deus em Cristo.
Sola Gratia!

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