sábado, setembro 4

NÃO SUPORTARÃO A SÃ DOUTRINA IV


Tt. 1: 5 a 12 - "Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem o que ainda não o está, e que em cada cidade estabelecesses anciãos, como já te mandei; alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher, tendo filhos crentes que não sejam acusados de dissolução, nem sejam desobedientes. Pois é necessário que o bispo seja irrepreensível, como despenseiro de Deus, não soberbo, nem irascível, nem dado ao vinho, nem espancador, nem cobiçoso de torpe ganância; mas hospitaleiro, amigo do bem, sóbrio, justo, piedoso, temperante; retendo firme a palavra fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos insubordinados, faladores vãos, e enganadores, especialmente os da circuncisão, aos quais é preciso tapar a boca; porque transtornam casas inteiras ensinando o que não convém, por torpe ganância."
Inversamente ao que supõem os religiosos, a sã doutrina esvazia igrejas. Ela não é um atrativo às pessoas, porque a natureza do homem portador do pecado, não o inclina para Deus. O evangelicalismo é originário do avivalismo, especialmente de Charles G. Finney. Ao longo da história da igreja confundiram, a ordem para pregar o evangelho a toda criatura, e a denominada 'ordo salutis', a saber, ordem de salvação. A ordem para anunciar o evangelho a todos, não implica, necessariamente, na salvação de todos, mas apenas para que todos saibam dele. A massificação do evangelho, igualmente, não é garantia de que a mensagem das Escrituras esteja sendo anunciada como sã doutrina. Além do mais, o texto em que tal ordem é dada, não diz "ide e anunciai...", mas, "indo, anunciai..." Isto faz grande diferença, pois, no primeiro caso, impõe esforço e centralidade humana, no segundo, é consequencia da condição de novo nascido. Os tradutores preferem o imperativo, porque este aparentemente coloca o poder no homem. Não se iluda, Deus não necessita em absolutamente nada do homem para realizar o Seu supremo propósito.
O evangelho são boas novas e não um conjunto de preceitos, regras e normas morais, ou cerimoniais impostas para produzir salvação. A salvação é um ato monérgico, isto é, da absoluta e soberana competência de Deus conforme Sl. 3:8 - "A salvação vem do Senhor; sobre o teu povo seja a tua bênção." Em nenhuma instância bíblica se afirma que a salvação é uma ação da iniciativa humana. Sendo o evangelho as boas novas, obrigatoriamente deve ser novidade ao que o recebe, posto que é uma verdade desconhecida pela natureza humana decaída. Entretanto, o que se anuncia como evangelho não são boas, e, muito menos, novas. Há milênios que se anunciam apenas dogmas, preceitos morais, regras religiosas, e doutrinas humanistas como se boas novas fossem. É imperioso saber que Deus não realiza apenas uma reforma moral no homem, Ele faz uma nova criatura em Cristo Jesus. Reformar o homem é típico das ações filantrópicas, das instituições jurídicas, e dos ritos e crendices religiosos. Um homem pode ser curado de uma grave enfermidade, de vícios, de maus hábitos e, ainda assim, não conhecer Deus.
Sucintamente sabe-se, que, aos que ainda não têm experiência de nascimento do alto, prega-se a doutrina da inclusão na cruz, e da ressurreição com Cristo. Porém, aos que já experimentaram o novo nascimento, ensinam-se doutrinas para produzir a santidade de Cristo neles. Por meio do ensino da sã doutrina, estes vão ganhando a vida d'Ele para que se cumpra o supremo propósito de Deus em fazer o homem à Sua imagem, e à Sua semelhança. Estes objetivos foram interrompidos no Éden, por ocasião da incredulidade de Adão, o "cabeça federal de raça". Entretanto, na religião querem dar 'filet mignon' a quem não largou ainda a 'papinha'. Não se dá alimento sólido a quem ainda não possui dentes, ou seja, é jogar pérolas aos porcos e as coisas santas aos cães o ensino da sã doutrina, a quem não conhece experimentalmente ao Senhor Jesus em processo de regeneração.
Muitos pregadores agem como quem aprisiona um urubu, e, após pintá-lo de amarelo, coloca diante dele uma vasilha com alpistes diz: agora come e canta canário! Chamar urubu de canário é anti-natural e anti-racional. O mesmo se dá ao chamar toda criatura que adere a uma, ou a outra religião, de 'irmão fulano'. Alguém só é irmão quando possui a mesma paternidade, e, esta, acontece apenas quando alguém é feito filho de Deus por meio do novo nascimento conforme Jo. 3: 3 e 5 - "Respondeu-lhe Jesus: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Jesus respondeu: em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus."
Conforme o texto, é problema escolher qualquer um para ser bispo, ancião, mestre, pastor, presbítero, líder. Paulo, aconselha a Tito, no texto de abertura, a escolher para tal função alguém com determinadas características: marido de uma só mulher, irrepreensível, bom pai, não-irascível, não-espancador, nem beberrão, nem explorador de torpe ganância. Estas exigências não são fundadas meramente no comportamento moral, mas é o comportamento moral deste naipe que é para os que têm a vida de Cristo já cristalizada. Ninguém consegue ter um elevado nível de caráter, se não estiver n'Ele. Ao que parece, salvo as raríssimas exceções, hoje os líderes são exatamente os que preenchem todas estas mazelas e defeitos de conduta. Por isto, a mentira religiosa destroi casas inteiras e joga a fé na vala comum do mundanismo por similitude ao mundo sem Cristo.
A torpe ganância é o desejo de ser e ter além do que convém, quer seja no conhecimento, quer seja no acúmulo de bens, fama, prestígio e no campo espiritual.
Em Cristo!

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