terça-feira, setembro 7

O MISTÉRIO DA INIQUIDADE JÁ OPERA I


II Ts. 2: 7 - "Pois o mistério da iniquidade já opera; somente há um que agora o detém até que seja posto fora."
Iniquidade é um substantivo feminino em língua portuguesa, trazendo, como significações as seguintes: "caráter daquilo ou daquele que é iníquo, que é contrário à equidade". Ela é a expressão recorrente de uma natureza dada ao que é mau, e ao que é do mal. Recai em perversidade, maldade, oposição ao que é justo, à equanimidade e à moral. O adjetivo relativo à iniquidade é "iníquo", a saber, mau, perverso, malévolo, contrário à equidade.
Feitas as considerações gramaticais para o efeito de analogia e compreensão em sua extensão e profundidade no ser humano, poder-se-á analisar textos escriturísticos que permitem desenvolver a clara convicção que, de fato, os tempos são penosos, ou difíceis como previsto em II Tm. 3:1 - "Sabe, porém, isto, que nos últimos dias sobrevirão tempos penosos."
O texto de abertura deste artigo afirma que "o mistério da iniquidade já opera". Considerando que o apóstolo Paulo escreveu estas palavras por volta do final do século primeiro depois da ascensão de Cristo, o advérbio de tempo "" não está em anacronia. Pode-se dizer, portanto, que o tal mistério sempre operou. Um mistério se define por ser algo secreto, oculto, ou não ostensivo. É algo reservado a um pequeno grupo de pessoas, as quais se comprometem a não revelá-lo. É algo que pressupõe a participação apenas dos que são iniciados. Assim, a iniquidade está associada às coisas ocultas, secretas e guardadas em segredo por uns poucos iniciados, esclarecidos, iluminados no caminho da iniquidade. Portanto, é algo velado e não aparente.
Iniquidade é o antônimo de equidade, e esta, se define como um julgamento justo de algo ou alguém. Recai em correção, lisura na maneira de proceder, julgar e opinar. É retidão equanimidade, imparcialidade, ou virtude de quem manifesta respeito à igualdade de direitos.
Os tempos foram, são e serão cada vez mais penosos, porque os homens são por natureza iníquos. A evidência desta realidade é o inequívoco mal moral que se manifesta em todos os tempos e lugares. Paulo esclarece esta realidade na continuidade do texto de II Tm. 3: 3 a 5 - "...pois os homens serão amantes de si mesmos, gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a seus pais, ingratos, ímpios,sem afeição natural, implacáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder."



Então, os homens do século I d. C. não diferiam muito dos homens do século XXI. A iniquidade deles, em nada diferia da dos de hoje. Esta falta de equidade, ou a iniquidade não é considerada apenas pelo que as pessoas fazem, ou externam em comportamentos e palavras, mas, sobretudo, na capacidade potencial para praticar qualquer falha de conduta descrita no texto paulino. Comumente, quando se levantam estas questões de natureza, ou principiológicas, sempre alguém se levanta para adotar uma postura excludente, ou aparentemente amorosa, cheia de compaixão pelos seus semelhantes. Entretanto, a realidade mostrada nos noticiários indicam que as Escrituras têm razão. Mesmo a criatura mais mansa, compreensiva, fleumática e cordata é capaz de agir com iniquidade, porque é da sua natureza. Muitos não se dão à prática constante da iniquidade, porque temem ser apanhados pela lei, e se tornarem objetos da justiça, e finalmente do juízo e da condenação social. Observa-se um fato simples, e até mesmo, corriqueiro que evidencia o que o homem possui de tendência iníqua: quando um caminhão cheio de uma certa carga valiosa, ou consumível sofre um acidente, em questões de minutos a carga desaparece, sendo levada por moradores próximos. Também, quando alguém acha no chão algum dinheiro, a primeira coisa que faz é olhar para todas as direções para ver se não há testemunhas. Será porque?



No texto de Gênesis 6, o próprio Deus declara: "...viu o Senhor que era grande a maldade do homem na terra, e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era má continuamente."
O mistério da iniquidade está operante no meio da sociedade moderna, a despeito dos valores consagrados e aceitos como padrão para a paz social.
Maranata!

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