segunda-feira, agosto 30

NÃO SUPORTARÃO A SÃ DOUTRINA II


II Tm. 4: 3 e 4 - "Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo grande desejo de ouvir coisas agradáveis, ajuntarão para si mestres segundo os seus próprios desejos, e não só desviarão os ouvidos da verdade, mas se voltarão às fábulas."
A sã doutrina é consequência de se receber as Escrituras como verdade vinda de Deus, e não como mero manual de religião. Depreende desta realidade, o fato de a verdade ser inconveniente, e, por vezes, perturbadora ao homem portador da natureza contrária a Deus conforme Rm. 3:10 a 18 - "... como está escrito: não há justo, nem sequer um. Não há quem entenda; não há quem busque a Deus. Todos se extraviaram; juntamente se fizeram inúteis. Não há quem faça o bem, não há nem um só. A sua garganta é um sepulcro aberto; com as suas línguas tratam enganosamente; peçonha de áspides está debaixo dos seus lábios; a sua boca está cheia de maldição e amargura. Os seus pés são ligeiros para derramar sangue. Nos seus caminhos há destruição e miséria; e não conheceram o caminho da paz. Não há temor de Deus diante dos seus olhos."
Por natureza, o homem decaído não é justo, não entende as coisas espirituais, e não busca a Deus, porque não tem inclinação para isso. A inclinação do coração é má todo o tempo, mesmo quando se dedica a uma religião, fala acerca de Deus, de Cristo, das Escrituras, porque tais atitudes podem ser apenas um assentimento intelectual, ou mesmo um exercício de rituais vazios e exteriores. São, em geral, carências e medos produzidos pela cultura maniqueísta adquirida no meio social em que se vive. Estas pessoas, possuem gargantas que falam coisas fétidas como sepulcros abertos exalando os odores dos corpos em decomposição; são extraviados e inúteis; enganam com palavras pronunciadas por lisonja, ainda que na mais profunda ética circunstancial; há malícia e veneno nas suas bocas, quando falam mansamente, ou raivosamente; amaldiçoam e possuem queixas, rancores e amarguras contra os outros e contra Deus; são ligeiros e eficientes em caminhar para fazer o que é mau, derramar sangue culpado, ou inocente; não conhecem, e não praticam a paz verdadeira; e não temem a Deus como Deus, mas como um mero negociante de quem desejam tirar alguma vantagem. O "deus" do religioso é semelhante ao gênio da lâmpada de Aladim: está sempre ao dispor dos seus desejos e caprichos.
Assim, um ser nestas condições descritas nas Escrituras não suportará mesmo a sã doutrina, porque esta o expõe aos olhos de Deus e diante das sua própria consciência. Cristo, ao contrário, joga luz nos mais escuros recônditos da alma desta criatura separada e morta para Ele. Esta luz, a saber, o conhecimento e o reconhecimento do pecado, acaba por ser incômoda aos que perecem. Por isso, o conselho do apóstolo Paulo ao pastor Tito, conforme Tt. 1:9 - "...retendo firme a palavra fiel, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para exortar na sã doutrina como para convencer os contradizentes." É com base na fidelidade da Palavra de Deus, e não na opinião de homens, que os regenerados devem se conduzir. Neste sentido, a mensagem terá o poder de exortar na sã doutrina, e de calar os que entram em contradição contra esta mesma sã doutrina. O que se vê na prática é o oposto a tudo isto nos círculos religiosos. São, no geral, homens dissolutos, enganando e sendo enganados, pregando o que não creem, bajulando os que têm algo a oferecer e desprezando os miseráveis e necessitados. Buscam a fama e o prestígio, mesmo que isto custe o sacrifício da verdade e da sã doutrina. Escorraçam os que pregam a verdade, porque estes não lhes rendem louvores e glórias humanas.
A palavra do pregador deve ser conforme a doutrina, e a doutrina conforme a verdade das Escrituras, o que passa disso é anátema conforme Gl. 1:8 - "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema." Neste sentido há muitos religiosos financiando e vendendo o anátema como se verdade fosse. O poder que Deus concede ao regenerado, não consiste em fazer portentos e maravilhas para o seu próprio prazer e soberba, como se busca nestes tempos de muito misticismo e real miticismo nas igrejas ditas cristãs. Como seriam cristãs, se o Cristo está do lado de fora batendo à porta e desejando entrar?
Em Cristo

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