terça-feira, agosto 3

A CRUZ COMO UM LUGAR E COMO UM CAMINHO V


Hb. 12: 1 a 3 - "Portanto, nós também, pois estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus. Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas." Esta nuvem de testemunhas a que alude o texto é uma referência aos que foram justificados pela graça por meio da fé, mesmo antes da manifestação do Cristo de Deus.
A salvação sempre foi pela graça mediante a fé, tanto antes, como durante, e igualmente depois da encarnação do Cristo no homem histórico, Jesus. Por isto, o texto escriturístico de Rm. 4:3 afirma que "... creu Abraão a Deus, e isso lhe foi imputado como justiça." O texto de abertura deste artigo mostra que o pecado não mais tem domínio sobre os regenerados, apenas os afeta. Não devem os regenerados se embaraçarem com a influência do pecado que prevalece no mundo, mas deve prosseguir no conhecimento de Cristo, autor e consumador da fé. Ele suportou a cruz para que, nela, o pecador eleito fosse justificado da culpa do pecado e perdoado dos seus atos pecaminosos. Também, o ensino na epístola paulina aos Romanos revela que a questão do pecado é tratada, no homem, em três aspectos: a) o pecador foi liberto da culpa e da condenação do pecado; b) o pecador está sendo liberto da influência do pecado; c) o pecador será liberto da presença do pecado. Passado, presente e futuro!
No artigo anterior foram postos os conceitos de posse e de propriedade. Entende-se que posse é um direito de uso, mas não de disponibilidade; enquanto propriedade é o direito de uso e de disponibilidade. Então, em sua morte de cruz, Jesus deu a sua alma em resgate das almas dos pecadores eleitos, e recuperou a posse da Terra e de tudo que nela há. Ele passou a ser o novo proprietário das almas destes que foram conhecidos de antemão, predestinados, chamados, justificados e glorificados pela sua morte remidora. Todas estas almas e a Terra sempre foram pertencentes a Jesus, porém o homem concedeu o domínio a Satanás por causa do pecado.
O preceito na realização de um negócio é a lavratura de um auto de compra: uma escritura ou registro aberto, e outra escritura ou registro fechado e selado. Ambos contêm o mesmo texto, de igual teor, e igual valor jurídico. No caso da transação realizada na cruz, pela qual Jesus comprou as almas dos eleitos, o registro aberto são as Escrituras, e o registro fechado está no céu em poder de Deus conforme Ap. 5: 1 a 9 - "Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, bem selado com sete selos. Vi também um anjo forte, clamando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro e de romper os seus selos? E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque não fora achado ninguém digno de abrir o livro nem de olhar para ele. E disse-me um dentre os anciãos: não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, venceu para abrir o livro e romper os sete selos. Nisto vi, entre o trono e os quatro seres viventes, no meio dos anciãos, um Cordeiro em pé, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra. E veio e tomou o livro da destra do que estava assentado sobre o trono. Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um cântico novo, dizendo: digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue compraste para Deus homens de toda tribo, e língua, e povo e nação." Então, só Jesus, o Cristo - Cordeiro de Deus - é o legítimo comprador das almas dos eleitos e regenerados. Apenas Ele tem o direito de quebrar os selos e abrir o livro de registros da compra das almas dos eleitos e regenerados. Ele é o dono destas almas, porque pagou o resgate delas quando derramou a Sua própria alma na cruz.
Assim, os pecadores eleitos e regenerados pela inclusão na morte de Cristo, bem como, na Sua ressurreição, foram objeto de um negócio feito na forma da Justiça de Deus. Logo, os regenerados não devem mais absolutamente nada ao posseiro e usurpador. Jesus, o nosso parente remidor, se tornou o legítimo dono das almas dos eleitos eternamente, por isso, o apóstolo Pedro afirma em I Pd. 2:9: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."
Sola Gratia!

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