domingo, agosto 30

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS XIV



I Rs. 22: 14 a 28 - "Porém Micaías disse: vive o Senhor que o que o Senhor me disser isso falarei. E, vindo ele ao rei, o rei lhe disse: Micaías, iremos a Ramote de Gileade à peleja, ou deixaremos de ir? E ele lhe disse: sobe, e serás bem sucedido; porque o Senhor a entregará na mão do rei. E o rei lhe disse: até quantas vezes te conjurarei, que não me fales senão a verdade em nome do Senhor? Então disse ele: vi a todo o Israel disperso pelos montes, como ovelhas que não têm pastor; e disse o Senhor: estes não têm senhor; torne cada um em paz para sua casa. Então o rei de Israel disse a Jeosafá: não te disse eu, que nunca profetizará de mim o que é bom, senão só o que é mal? Então ele disse: ouve, pois, a palavra do Senhor: vi ao Senhor assentado sobre o seu trono, e todo o exército do céu estava junto a ele, à sua mão direita e à sua esquerda. E disse o Senhor: quem induzirá Acabe, para que suba, e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira e outro de outra. Então saiu um espírito, e se apresentou diante do Senhor, e disse: eu o induzirei. E o Senhor lhe disse: com quê? E disse ele: eu sairei, e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E ele disse: tu o induzirás, e ainda prevalecerás; sai e faze assim. Agora, pois, eis que o Senhor pôs o espírito de mentira na boca de todos estes teus profetas, e o Senhor falou o mal contra ti. Então Zedequias, filho de Quenaaná, chegou, e feriu a Micaías no queixo, e disse: por onde saiu de mim o Espírito do Senhor para falar a ti? E disse Micaías: eis que o verás naquele mesmo dia, quando entrares de câmara em câmara, para te esconderes. Então disse o rei de Israel: tomai a Micaías, e tornai a levá-lo a Amom, o governador da cidade, e a Joás filho do rei. E direis: assim diz o rei: Colocai este homem na casa do cárcere, e sustentai-o com o pão de angústia, e com água de amargura, até que eu venha em paz. E disse Micaías: se tu voltares em paz, o Senhor não tem falado por mim."
A primeira fala do profeta Micaías foi seguindo orientação que recebera para falar apenas conforme os outros profetas. No texto hebraico a construção é irônica, ou seja, ele disse a favor do rei em uma determinada entonação que denotava exatamente o oposto do que falava. Quando conjurado em nome do Senhor, o profeta então disse exatamente o que sucederia. O espírito enganado sempre quer ouvir o que lhe interessa, segundo a natureza pecaminosa que nele reina. Isto porque a inclinação natural do homem depois da queda no pecado é invariavelmente contrária a Deus. Este é um princípio e não uma escolha! Mesmo que o homem não regenerado seja reto, íntegro, temente e desvie-se do mal, o que conta é a natureza reinante nele, e não sua religiosidade. As obras humanas contaminadas pela natureza pecaminosa nada podem fazer diante da santidade e justiça de Deus. Sem justificação em Cristo o homem não pode produzir autossalvação  As obras de justiça são boas apenas sociologicamente, mas não espiritualmente.
Na sequência do texto de abertura vê-se que foi o próprio Deus quem deu ordens ao espírito enganador para falar por meio dos falsos profetas ao rei Acabe. A arrogância dos falsos profetas é tamanha que fere e agride aos verdadeiros pregadores a fim de sobrepor suas mentiras à verdade. Entretanto, esta é uma tarefa inglória, pois Deus sempre trás à tona a Sua verdade.
O pecado cega o homem ao ponto de este imaginar que pode construir a paz por suas próprias expensas. Quanto aos verdadeiros regenerados e pregadores fiéis ao Senhor cabe neste mundo, que jaz no maligno, o pão de angústia e a água de amargura. O quinhão deles está no mundo vindouro e não neste mundo e seu sistema iníquo produzido debaixo da natureza contaminada pelo pecado. Por isso estas religiões humanistas prosperam, porque o quinhão dessa gente está neste mundo e na sua glória passageira. Eles pretendem reformar o homem por meio de mudanças comportamentais, Cristo quer matar a natureza adâmica pecaminosa e fazer uma nova criatura que possa conviver na presença de Deus eternamente.

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS XIII


I Rs. 22: 7 a 13 - "Disse, porém, Jeosafá: não há aqui ainda algum profeta do Senhor, ao qual possamos consultar? Então disse o rei de Israel a Jeosafá: ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas só o mal; este é Micaías, filho de Inlá. E disse Jeosafá: não fale o rei assim. Então o rei de Israel chamou um oficial, e disse: traze-me depressa a Micaías, filho de Inlá. E o rei de Israel e Jeosafá, rei de Judá, estavam assentados cada um no seu trono, vestidos de trajes reais, na praça, à entrada da porta de Samaria; e todos os profetas profetizavam na sua presença. E Zedequias, filho de Quenaaná, fez para si uns chifres de ferro, e disse: assim diz o Senhor: com estes ferirás aos sírios, até de todo os consumir. E todos os profetas profetizaram assim, dizendo: sobe a Ramote de Gileade, e triunfarás, porque o Senhor a entregará na mão do rei. E o mensageiro que foi chamar a Micaías falou-lhe, dizendo: vês aqui que as palavras dos profetas a uma voz predizem coisas boas para o rei; seja, pois, a tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem."
Os espíritos enganadores têm autoridade apenas sobre os espíritos humanos dominados pela natureza pecaminosa, a qual lhe confere sempre o engano. O engano é invariavelmente semelhante à verdade, pois do contrário não conseguiria enganar a ninguém. O pecado chamado original, porque ocorreu no primeiro homem, é na verdade a incredulidade. Isto está registrado nas palavras de Jesus em Jo. 16:9 - "...do pecado, porque não creem em mim." Exatamente no que Adão falhou no Éden, visto que Deus havia dito que ele morreria caso comesse do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Satanás veio e disse a Adão que ele não morreria, portanto, Adão deu crédito a essa palavra e não à primeira. O resultado da incredulidade do nosso ancestral comum se vê na miséria e sofrimento da humanidade.
O texto que abre este artigo contém uma profunda mensagem do que é a verdade e do que é o engano. Nesta primeira parte do texo a situação dos reis de Judá e de Israel é um dilema sobre se entrariam ou não em guerra contra o rei da Síria. O rei de Israel, ou seja, das dez tribos do norte, tomou dos seus falsos profetas e, estes, obviamente, trataram de falar o que o rei queria ouvir. Prometeram-lhe a vitória fácil! O rei de Judá ficou muito desconfiado daqueles profetas e perguntou pela existência de um verdadeiro profeta do Senhor que pudesse dar alguma orientação segura. As palavras do rei de Israel acerca do profeta do Senhor não eram muito boas: "ainda há um homem por quem podemos consultar ao Senhor; porém eu o odeio, porque nunca profetiza de mim o que é bom, mas só o mal." Semelhantemente as palavras de Jesus em Mt. capítulo 23: "....sereis odiados de todos por causa do meu nome." Desde o início dos tempos falar apenas a verdade é um mau negócio para quem prega.
Todos os falsos profetas afirmavam categoricamente que os reis deveriam subir contra o rei da Síria, pois sairiam vitoriosos. Ora, qual rei não gostaria de ouvir esta palavra? Entretanto, esta palavra não era unânime! Ao chegar à praça, Micaías, filho de Inlá, profeta do Senhor, afirmara exatamente o contrário. A avaliação dos espíritos enganados é que, se muitos afirmam uma coisa, e, apenas um afirma outra contrária, logo este último está errado. O engano produz uma arrogância quantitativa e qualitativa nos espíritos enganados. Eles confiam em possibilidades e quantidaddes, os espíritos conduzidos por Cristo confiam na Palavra de Deus.

domingo, agosto 23

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS XII


Mt. 4:1 a 11 - "Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; e, chegando-se a ele o tentador, disse: se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães. Ele, porém, respondendo, disse: está escrito: nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus. Então o Diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: que aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: também está escrito: não tentarás o Senhor teu Deus. Novamente o transportou o Diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: tudo isto te darei se, prostrado, me adorares. Então disse-lhe Jesus: vai-te, Satanás, porque está escrito: ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam."
É tão somente diante da verdade que a mentira é avaliada em suas reais proporções. Há uma longa trama de falsificações no tocante ao nefasto projeto de Satanás em retardar o "Supremo Propósito" de Deus. A luz das Escrituras, entretanto, permite distinguir e destituir os espíritos enganadores e suas ações neste mundo. Vê-se que o Diabo tentou envolver o próprio Filho Unigênito de Deus na trama do engano. Jesus foi tentado exatamente na mesma área que Eva o foi: o apetite! O diferencial é que ela, não estava há quarenta dias e quarenta noites sem comer. Bastaria um estalar de dedos para Cristo transformar pedras em pães, independentemente da sugestão do maligno. Ora, se ele não o fez, estando na plena dependência do Pai, porque o faria sob a sugestão do inimigo? O que importou ao Senhor Jesus foi apenas a Palavra de Deus e não a sua possibilidade de fazer pães a partir de pedras, o que ser-lhe-ia muito fácil, visto ter sido Ele mesmo o criador de tudo o que existe segundo o capítulo um de João.O que estava em jogo ali era mais do que comida. Era levar Cristo a desacreditar na Palavra do Pai.
Em uma segunda investida, o que foi colocado em cheque foi a filiação de Cristo. O inimigo começou por jogar a dúvida pela expressão "se és o Filho de Deus." Caso Jesus caísse de cima do pináculo do templo acidentalmente, os anjos o amparariam, porque acerca disto, de fato, estava escrito. Todavia, se ele acedesse à sugestão de Satanás e de lá se atirasse, estaria, outrossim, tentando ou testando a Palavra de Deus, o que se constituiria em matéria de falta de fé e confiança, o que faria d'Ele uma pessoa qualquer e não o Filho de Deus. 
Outro aspecto do engano dos espíritos enganadores é prometer o que não lhes é próprio por direito. Satanás ofereceu a Jesus os reinos e a glória deste mundo, mas Jesus é o Senhor, tanto deste, como do mundo vindouro, porque aceitaria o que lhe é próprio de alguém que é usurpador? Quantos líderes, pregadores, mestres e religiosos em geral estão se vendendo em troca da glória dos homens e dos reinos do poder econômico e político? A quem estão adorando? Ao Senhor da Glória não o é! Quantos espíritos se manifestam em sessões mediúnicas e oferecem um mundo sobrenatural que não existe!
Após todas as investidas, o Diabo deixou Jesus, porque as Suas reações e respostas não foram com base no Seu próprio poder, mas com base na plena confiança nas Escrituras.
Hoje, bastam uma cura aqui, um alívio psicológico ali, uma libertação de drogas, uma ajuda na solução de negócios embaraçados e favores financeiros acolá, os homens se rendem e se entregam a qualquer espírito, sem sequer prová-lo. Por isso, o mundo vai de mal em mal. Conforme as Escrituras, o mundo irá assim até a restauração final. Como estas se cumprem invariavelmente, resta aos eleitos apenas glorificarem a Deus nas maiores alturas e que Ele seja misericordioso com estes.

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS XI


II Tm. 3: 1 a 13 - "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, adiante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados."
Retoma-se o mesmo texto do estudo anterior, dado a riqueza de detalhes a que apresenta em função do assunto em tela. As Escrituras, sem rodeios, caracterizam os enganadores possuídos por espíritos enganadores dentro das igrejas. Eles são "traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela." Então, não se trata aqui neste espaço do exercício ilegal de juízo temerário. Estes enganadores usam o discurso teologicamente correto, mas suas ações e atitudes são de quem não tem a amizade de Deus. Por esta razão pouco lhes importa trair, agir obstinadamente, expor seus orgulhos e suas preferências pelos deleites deste mundo. Muitas destas tristes características são exercidas em nome de Jesus, da igreja, da denominação e dos seus líderes. O que piora a situação dos instrumentos dos espíritos enganadores é o fato de aparentarem piedade, mas em suas ações e frutos negarem a eficácia dela. Podem até ser eficientes religiosamente, mas não são eficazes em seus resultados para o Reino de Deus. Isto porque esta graça só é possível por ação monérgica, a qual eles não conhecem, posto que esta depende exclusivamente de Deus e não de aparência, ritos e religião.
Qual foi o erro de Janes e Jambres, se eram naturalmente instrumentos do Diabo? O fato é que, mesmo vendo a manifestação do poder de Deus por meio de Moisés, ainda assim, não creram e tentaram suplantar a operação de maravilhas de Deus pelas enganações de Satanás. Igualmente, os enganadores religiosos agem pelas mesmas armas e artifícios em nome de um Cristo que não conhecem e não foram por Ele conhecidos. Estes, igualmente os magos de Faraó são reprovados no exercício da verdadeira fé. O que se vê hoje em determinados arraiais religiosos senão ocultismo, demonismo, feitiçarias, enganações e superstições. Banho de descarrego, unção do mijo, unção do leão, unção de Adão, unção do riso, bênção de Toronto, doutrina da prosperidade, teologia da determinação, doutores em divindades. O que são estas coisas, senão apenas coisas deleitosas  O ensino das Escrituras coloca em primeiro lugar o Reino de Deus e a Sua Justiça que é Cristo, e este, crucificado e ressurreto. Estes enganadores enganam e são enganados ao depositarem suas forças e esperanças em coisas. Por esta razão, coisificam Deus e deificam coisas.
Contrariamente, os verdadeiros eleitos passam grandes aflições neste mundo e nada reclamam como propriamente seu. Têm a certeza que aguardam a glória do mundo vindouro e não de coisas perenais que se acabam.
A Deus, pois toda glória perpetuamente.

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS X



II Tm. 3: 1 a 13 - "Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas de pecados, levadas de várias concupiscências; que aprendem sempre, e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade. E, como Janes e Jambres resistiram a Moisés, assim também estes resistem à verdade, sendo homens corruptos de entendimento e réprobos quanto à fé. Não irão, porém, avante; porque a todos será manifesto o seu desvario, como também o foi o daqueles. Tu, porém, tens seguido a minha doutrina, modo de viver, intenção, fé, longanimidade, amor, paciência, Perseguições e aflições tais quais me aconteceram em Antioquia, em Icônio, e em Listra; quantas perseguições sofri, e o Senhor de todas me livrou; e também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados." Quando se trata de assuntos religiosos, os "crentes" agem mais ou menos assim: os cristãos são sempre corretos e os demais são sempre errados. Admitem comportamentos, práticas e ritos absolutamente diabólicos, entretanto, desde que praticados dentro de uma determinada igreja chamada de evangélica são tidos como puros; quando tais práticas ou ritos ocorrem em outra religião ou seita, dizem que são diabólicos. Alguns vão mais longe, afirmando que apenas os que são da sua igreja, confissão ou denominação estão certos ou agem corretamente, todos os demais, ainda que de alguma igreja dita cristã, são errados, heréticos ou desviados. Entretanto, o alerta do apóstolo Paulo, não especifica categorias de pessoas, religiões, condições socioeconômicas ou intelectuais. O texto de abertura faz parte de uma carta doutrinária de Paulo a um filho seu na fé, Timóteo, que agora estava sendo investido no pastorado de uma Igreja. Esta epístola não foi enviada a incrédulos, mas a crentes.
O texto que dá início a este artigo se refere aos últimos dias, dando, assim, um sentido escatológico ao contexto e ao conteúdo tratado. Todavia, estes últimos dias se iniciaram desde a ascensão do Senhor Jesus e o início da Igreja conforme I Jo. 2:18 - "Filhinhos, é já a última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora." Ao longo de toda história da Igreja, anticristos se têm manifestado em lugares e graus diferentes, porque o que conta é o princípio pecaminoso que reina na natureza humana, a qual tem uma inclinação natural contra Deus, Cristo e a verdade. Também, esta inclinação não é uma atitude explícita ou ostensiva contra a Igreja, os eleitos e as Escrituras. Ao contrário, os maiores inimigos agem como se cristãos fossem, pois do contrário seriam imediatamente rechaçados e rejeitados. Então, se o apóstolo João, pelo Espírito de Cristo, já detectava atitudes de anticristos no século primeiro do Cristianismo, imagine nestes tempos recuados dois mil anos na história?
Levantar todas estas questões não se constitui em atitude propositada e acusadora dos defeitos e fraquezas de pessoas por falta de amor. Trata-se, outrossim, de uma constatação visível e perceptível à luz das Escrituras. Estas péssimas qualidades arroladas no texto de Paulo a Timóteo podem ser percebidas e, em certos casos, sentidas na própria pele, em muitos arraiais religiosos. No seio de algumas igrejas cujo governo obedece a uma hierarquia humana, onde se estabelecem cargos e funções de destaque, veem-se verdadeiros embates de soberba, disputas e presunção na luta por cargos e prestígio.
Quantos "crentes" são visivelmente sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis e obstinados em nome da denominação, de doutrinas e da lealdade a este ou aquele pastor? A pior qualidade de um religioso é aprender sempre e nunca chegar ao pleno conhecimento da verdade. A questão é que eles conhecem-na apenas como conceito, enquanto a verdade é uma pessoa, a saber, o próprio Cristo. A verdade que pode ser apreendida por tais religiosos é apenas doutrinária ou intelectiva, mas a verdade que liberta verdadeiramente é de cunho espiritual.
Estes religiosos descritos no texto, são como Janes e Jambres, os magos de faraó, que resistiram a Deus diante do seu enviado, Moisés. Tentam, por meio de espíritos do engano iludir os "crentes" com palavras persuasivas, milagres e maravilhas supostamente de origem espiritual, enquanto, de fato, são de origem maligna. Neste sentido, o engano continua servindo aos intentos de Satanás no seio das próprias igrejas e não no mundo, pois este jaz inteiramente no maligno. Logo, porque ele se preocuparia em iludir o mundo que já é sua posse? Também o fato de alguém estar nesta ou naquela igreja humana não é garantia de absolutamente nenhuma espiritualidade, pois o que conta é o ter nascido de Deus conforme I Jo. 5:4.

segunda-feira, agosto 17

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS IX


Os. 9:7 - "Chegaram os dias da punição, chegaram os dias da retribuição; Israel o saberá; o profeta é um insensato, o homem possesso de espírito é um louco; por causa da abundância da tua iniquidade e do teu grande ódio." A manifestação de espíritos enganadores e de doutrinas de demônios ocorre quando o profeta, ou seja, o pregador é um insensato e o homem  possuído por espírito é louco. A causa destas realidades é a abundância da iniquidade e do ódio natural às coisas de Deus. O texto que vem de ser lido está dentro de um contexto histórico, no qual, Deus mostra os pecados de Israel como uma nação de dura cerviz. Deus traz à memória do povo os seus desvios, os quais são chamados de prostituição, com o sentido de seguir deuses estranhos e se vender ao paganismo e aos costumes alheios à verdade a eles revelada. É este o sentido e o significado de prostituição nas Escrituras.
Iniquidade é um substantivo feminino que traz em sua significação o seguinte: 'falta de equidade, qualidade de iníquo, e ação ou coisa iníqua'. Neste sentido é que as Escrituras dizem e com muita propriedade que iniquidade é pecado. Por esta razão Jesus afirma em Mt. 23:28 - "Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e de iniquidade." Em I Jo. 5:17a é dito: "toda a iniquidade é pecado..." Em uma outra tradução dessa mesma passagem, a palavra iniquidade é substituída por injustiça. Faz todo sentido, porque o pecado é a injustiça a qual necessita ser destruída na justificação em Cristo, o Justo. Só alguém justo poderia justificar alguém injusto, visto que o injusto não pode justificar-se a si mesmo.
A ação de espíritos enganadores e a produção de religiões enganadas é o resultado da iniquidade ou da injustiça naturais no homem decaído. Os religiosos, de modo geral, imaginam que estas ações só ocorrem em religiões ou seitas esdrúxulas e nunca nas suas crenças. Todavia, todos os religiosos estão expostos a ela, tanto quanto os que se dizem ateus. Isto acontece porque muitos aceitam as obras dos espíritos enganadores como se fossem divinas, e também, porque prestam um culto irracional a Deus. A adoração deles é viva e não ressurrecta! Existem diversas maneiras de adorar, mas apenas uma é aceita diante do trono do Altíssimo! Aquela na qual o regenerado é revestido de Cristo e se torna aceitável diante do Pai conforme I Pd. 2:5 - "...vós também, quais pedras vivas, sois edificados como casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo." Sem a morte com e em Cristo e a vivificação na ressurreição juntamente com Ele, não há como adorar a Deus de modo aceitável. Por isso é possível espíritos enganadores possuírem religiosos e imitar as obras de Deus a fim de produzir engano, mentira, confusão e desvios. O objetivo disto é tentar retardar o juízo de Deus sobre todas as hostes da maldade. O Diabo sabe que o tempo dele está se esgotando, e, quanto mais se aproxima aquele dia, ele aumenta e intensifica os seus ataques à verdade.
Mt. 7: 22 - 23 - "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade." Ora, o contexto deste texto vem falando sobre a questão principiológica da natureza que reina no homem. Mostra que árvores boas produzem bons frutos, e que árvores ruins produzem frutos ruins. Por símile, significa dizer que cada homem produz e reproduz aquilo que a sua natureza é. Mesmo quando as ações aparentemente parecem boas e corretas, há um princípio fundamental que as classifica perante os olhos de Deus. Pode ser que Ele não as aceite, porque resultam de uma mescla de coisas boas, porém na sua origem são praticadas por naturezas contaminadas pela iniquidade, isto é, o pecado. Neste caso, não há aceitação por parte de Deus, porque Ele não homologa obras originadas de naturezas pecaminosas. Esta situação é como alguém que, após ter caído em uma fossa séptica, e, ao sair dela, toma um bocado de pão e o oferece a outra pessoa. É necessário que a velha natureza ou o velho homem seja destruído conforme Rm. 6: 1 a 10.

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS VIII


I Tm. 4:1 - "Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios." Uma das características do engano é vivenciar uma realidade que não é a real. Esta característica se evidencia em três aspectos: a) o religioso porta a Bíblia apertada ao peito, entretanto, não a examina com sabedoria do alto, neste sentido, fazem dela apenas um apetrecho de crente; b) o religioso examina as Escrituras acerca das coisas de Deus, fazendo deste ato uma penitência e um hábito mecânico, mas não consegue ver o Deus das Escrituras; c) e, finalmente, o nascido do alto que recebeu graça para crer mas, todavia, não toma conhecimento das esferas espirituais e suas manifestações, sendo por isso, usado como instrumento de engano.
O texto que abre este artigo é da lavra do apóstolo Paulo como parte da doutrina escatológica, a qual ensina ao seu discípulo Timóteo. Verifica-se que é o Espírito Santo quem afirma a verdade, não é uma sugestão do apóstolo; é dito que nos tempos finais, alguns apostatarão da fé, sendo isto muito significativo, pois é da fé e não da religião, ou mesmo da Igreja; o motivo da apostasia é explicitado e fica por conta do 'dar ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas demoníacas'. As Escrituras são muito claras e simples! O que acontece, via de regra, é que os religiosos leem estas palavras, mas não as toma como palavras de Deus. Tomam-na apenas como uma carta de Paulo a Timóteo. Imaginam que tais ensinos se referem sempre aos outros, às outras igrejas e às religiões diferentes da sua e que nunca diz respeito a eles pessoalmente. Não veem as Escrituras como afirmações vindas de Deus, mas apenas como um amuleto religioso que permite dar legitimidade às suas crendices. Andar e ler a Bíblia passa a ser apenas um estilo de vida, um comportamento clichê, um hábito sem profundidade espiritual.
Dar ouvidos é uma expressão geral que indica acatar para si uma determinada afirmação, tornando-a um princípio, uma regra, um preceito, e uma norma. O religioso invariavelmente imagina que na sua igreja, ou religião jamais um espírito enganador e uma doutrina de demônio terão chances. Todavia, é exatamente isto que o inimigo das almas dos homens deseja que se imagine. Em qualquer religião ou igreja há esta possibilidade, porque o papel do inimigo é atuar onde há pregação do evangelho. Tudo o que ele deseja é mesclar a mentira à verdade a fim de enganar e confundir. Onde se ensina demonologia e satanismo ele não necessita de atuar, pois ali, ele já recebe os louvores e a adoração. Este é um dos mais grosseiros enganos entre os religiosos que não conhecem o caminho da cruz e o levar o morrer diário de Cristo.
Apostasia é um substantivo feminino que significa abandono da fé de uma igreja, mais especialmente do cristianismo. Virar as costas à fé genuína, substituindo-a por doutrinas adequadas e adaptadas aos enseios de um mundo que busca a vida, a fama e o sucesso. O homem decaído procura construir o seu próprio paraíso na Terra sem passar pela morte na cruz. Este é portador da "Síndrome de Lúcifer" que, não satisfeito em ser um dos mais elevados anjos, intentou ser ele mesmo, um 'deus'. Esta apostasia foi inoculada no homem ainda em seu estado de comunhão com Deus. A sugestão de Satanás no Éden é a mesma hodiernamente conforme Gn. 3:5 - "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal." A expressão "... e sereis com Deus" é a chave para a busca do auto-endeusamento do homem. Por isso, ele dá ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônio ainda hoje. Cada homem segue a natureza que lhe é dominante: se é a natureza do pai da mentira, a mentira; se é a natureza verdadeira de Cristo, a verdade.
O engando, que por natureza é também enganador, nunca recebe esta palavra com verdadeira, mas apenas como uma possibilidade. Não lê as Escrituras como Palavra de Deus, mas apenas como um manual de ritos religiosos. Busca produzir sua própria salvação em função dos seus méritos e da sua justiça própria. Há três tipos básicos de homens no tocante à verdade: a) os que não nasceram do alto, mas praticam uma religião puramente formal; b) os que praticam uma religião com todo ardor, mas são enganados e possuídos por espíritos enganadores; c) e os que nasceram de Deus, por inclusão na morte com Cristo, e ressuscitaram juntamente com Ele. Os regenerados vivem com base nas Escrituras e não nas injunções e conjecturas religiosas. Estes últimos em nada são melhores do que os demais, entretanto receberam misericórdia e graça para assim viverem o deserto da produção da santidade de Cristo até a restauração final.

sábado, agosto 15

ESPIRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS VII


Lc. 24:49 e At. 1:4 e 5 - "E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. E, estando com eles, determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que disse ele, de mim ouvistes. Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias." Há no seio de algmas igrejas denominacionais, uma série de crendices supostamente bíblicas. Uma delas é a crença que os novos convertidos devem ter um tempo de espera para receber o Espírito Santo. É a malfadada 'teologia da segunda bênção'. Para tanto, muitos religiosos promovem reuniões de 'espera' pelo Espírito Santo. Baseiam-se eles em porções de textos, muitas vezes fora dos seus contextos, os quais afirmam que os discípulos esperaram um determinado tempo antes de acontecer o Pentecoste, conforme mostram os textos que abrem este artigo. Naquele tempo, de fato,  era necessário esperar porque o Senhor Jesus, o Cristo ainda não havia ascendido ao Pai para que o Espírito Santo viesse. Isto aconteceu cinquenta dias após a ascensão de Cristo. Por isto foi chamado de pentecostes, que provém de penta que é cinco e a desinência que forma cinquenta.
Afirma esta 'pseudoteologia da espera' que os discípulos esperaram passivamente dez dias, porém os textos não mostram que eles ficaram ali passivos. Mostram que eles oraram e suplicaram até que o tempo de Deus se cumprisse conforme promessa escriturística e não por conta da espera ou das orações e súplicas. Depois de At. 1:4 não se viu mais esta prática de esperar a manifestação do Espírito Santo entre os primeiros cristãos, pelo menos, que tenha sido registrada no livro de Atos dos Apóstolos ou nas Epístolas. Contrariamente, em todos os demais textos é utilizada a palavra 'receber' conforme At. 19:2. Só se recebe aquilo ou aquele que já foi determinado ou dado, jamais o que é procurado ou buscado pelo próprio homem.
É necessário entender que a condição de novos "crentes" que chegaram à "", não pode ser comparada à situação dos discípulos e apóstolos antes da descida do Espírito Santo. O próprio Cristo derramou por algumas vezes o Espírito antes do Pentecoste, e, em cada uma destas ocasiões, não houve espera alguma, preparo algum. O Espírito Santo da promessa é o Paracleto, a saber, o Companheiro, o Consolador e o Ajudador dos regenerados em todo o tempo e não ocasionalmente conforme Jo. 15:26 - "Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim." Também em At. 2: 33, 38 e 39 - "De sorte que, exaltado pela destra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vós agora vedes e ouvis. E disse-lhes Pedro: arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo; Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos, e a todos os que estão longe, a tantos quantos Deus nosso Senhor chamar." O texto não dá qualquer margem à existência de uma segunda bênção, contrariamente, o recebimento do Espírito Santo segue, ato contínuo, a conversão e o batismo em águas. Não há espera, não há penitência, não há nada de excepcional na pessoa que recebe o Espírito Santo.Excepcional é se dizer crente e não receber o dom do Espírito Santo conforme prometido por Cristo.
A única espera que há para os eleitos e regenerados é com relação à espera pelo encontro final com Deus, ao longo da qual, o Espírito Santo trata com atos pecaminosos do regenerado para formar nele a imagem e a semelhança de Cristo. Nada tem a ver com o 'esperar que o Espírito Santo venha' apregoado sem conhecimento das Escrituras. Nestas reuniões de 'espera pelo Espírito Santo' o que acontece é a vinda de espíritos enganadores que promovem manifestações sensoriais que nada têm a ver com a fé genuína das Escrituras, a qual não exige qualquer sinal. São erros comuns que levam a estas manifestações do engano: a) orar pela vinda ou o envio do Espírito Santo, porque Ele é dom de Deus e já foi enviado, conforme Lc. 11:13 e Jo. 14:16 - "Pois se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo àqueles que lho pedirem? E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós." b) não se deve 'esperar' pelo Espírito Santo, mas apropriar-se d'Ele que já foi enviado, ou recebê-Lo das mãos do Senhor Jesus conforme Jo. 20:22 e Ef. 5:18 - "E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo.E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito."
Finalmente as Escrituras dizem que Cristo batizaria os eleitos e regenerados com o Espírito Santo conforme Mt. 3:11 - "E eu, em verdade, vos batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais poderoso do que eu; cujas alparcas não sou digno de levar; ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo." É contrário, portanto, à sã doutrina 'orar ao Espírito Santo', 'confiar no Espírito Santo', ou 'obedecer ao Espírito Santo', como também 'esperar o Espírito Santo descer', como se vê abundantemente em determinados ciclos ditos evangélicos que nada sabem do evangelho. É isto que dá lugar às mistificações de espíritos enganadores, os quais tentam imitar as obras de Deus, produzindo religião e teologia do engano. Há muitos presumidos cristãos que estão servindo aos interesses do Maligno.

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS VI


I Jo. 1: 7 - "Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado." Andar na luz no sentido bíblico é andar segundo o conhecimento da verdade, a saber, de Cristo. Ele mesmo é a verdade, e não apenas uma verdade! Ele é luz, e não apenas possui luz! O resultado desse verdadeiro conhecimento é a comum união entre os regenerados e a purificação dos pecados por meio do sangue de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus. Verifica-se que a purificação é de todo o pecado, como uma referência ao pecado original. O artigo definido faz grande diferença entre o pecado que trouxe a morte espiritual e os pecados como consequentes daquele. Há enorme confusão acerca deste texto, pois o mesmo se circunscreve na esfera das proteções espirituais almejadas pelos homens em função dos seus medos, dramas, desejos e aflições da vida. Entretanto, o contexto no-lo indica que se trata da proteção espiritual contra a morte causada pelo pecado.
Hb. 10: 12 a 20 - "Mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados. E também o Espírito Santo no-lo testifica, porque depois de haver dito: esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: e jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniqüidades. Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado. Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus, Pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne..." A questão da proteção absoluta, definitiva e única está colocada com clareza no texto de Hebreus acima. Os justificados em Cristo foram por este ato aperfeiçoados e santificados. Deus fez uma nova aliança em Cristo, escreveu as leis que antes eram apenas letra nos corações e nos entendimentos dos eleitos. Esta é a luz! Também Deus perdoa e esquece eternamente os pecados dos que foram purificados, por isso, não há necessidade de contínuos sacrifícios como nos ritos mosaicos. O pecado original de cada eleito foi remido de uma vez para sempre pelo lavar regenerador no sangue de Jesus, o Cristo. Agora os eleitos não devem ficar apavorados buscando proteção extra, mas podem com a ousadia que lhes foi concedida, entrar no Santo dos Santos, a saber, na presença de Deus, por mediação de Cristo que é o novo e vivo caminho, a verdade e a vida. É Cristo mesmo o caminho, isto é, o método de Deus.
Há basicamente três atitudes da mente humana sobre o conhecimento verdadeiro: a) supor que sabe algo; b) permanecer em uma atitude de neutralidade; e c) demonstrar absoluta convicção por meio da fé. Os judeus do tempo de Cristo emitiram todas estas posturas em relação a Ele: uns diziam, é um falso profeta, outros, não sabemos, e outros ainda, afirmavam, sabemos. Um dos maiores perigos no que tange ao discernimento dos espíritos enganadores e das religiões enganadas é a posição de neutralidade. É tudo o que o inimigo deseja que os homens pensem sobre ele mesmo e sua negreganda atuação nesse mundo.
São atitudes errôneas acerca da proteção do sangue de Cristo que permitem a atuação tranquila dos espíritos enganadores e da operação do erro enviada aos filhos da desobediência. Destarte, o sangue de Jesus, o Cristo nos purifica de todo o pecado: a) se andarmos na luz; e b) se confessarmos os nossos pecados conforme o ensino de I Jo. 7: 7 e 9. Também acrescenta-se que o sangue de Jesus dá acesso à presença de Deus, tornando os pecadores regenerados aceitáveis perante a face Santa d'Ele. E, finalmente, o sangue de Jesus é a base legal da vitória sobre Satanás em função da ação purificadora que ele proporciona ao regenerado conforme Ap. 12:11 - "E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte."
É puro engano religioso invocar o sangue de Jesus para se lvirar de possessão e opressão, ou de problemas materiais e psicológicos. A ação do sangue de Jesus se dá no âmbito espiritual, porque esta guerra é na presença de Deus, quando Satanás, acusa os santos de dia e de noite acerca dos seus pecados. É neste tribunal que Jesus advoga anulando e aniquilando a ação do Diabo.
O maior erro do religioso é usar as armas erradas, no lugar errado, para fins errados, ainda que para combater o inimigo certo.

segunda-feira, agosto 10

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS V


I Co. 2:15 e 16 - "Mas o que é espiritual julga bem tudo, e ele de ninguém é julgado. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." Há, no meio religioso, alguns pontos intocáveis. Dentre eles evidencia-se um que é demasiadamente utilizado para tornar determinados questionamentos inalteráveis. É o caso do chamado julgamento! Sempre quando alguém deseja emitir uma opinião ou análise de alguma posição teológica, ritual, ou cerimonial, logo aparecem os legalistas, dizendo: não faça julgamentos! Não julgue! O julgamento a que as Escrituras desaconselham é o julgamento temerário, isto é, precipitado, infundado e sem base. O julgamento mostrado no texto retromencionado não é um juízo de valores morais, de coisas, ou de pessoas, mas de fatos espirituais conforme o contexto indica. De fato, Deus não autoriza ninguém neste mundo julgar as consciências dos outros. Entretanto, as Escrituras autorizam que se deve julgar os espíritos e o ensino pelas lentes de Cristo e sua Palavra.
Neste texto que abre este artigo, o verbo julgar na língua original, o grego koinê, é 'anakrinei' e significa julgar, examinar e inquirir por comparação. Não força uma tradução no sentido de julgamento temerário, pois trata-se de um exame completo de sondagem ou preliminar.
Portanto, o regenerado deve sim, julgar, examinar investigar e decidir com bse neste exame judicioso, porém à luz das Escrituras. Apenas os que foram recriados em Cristo são convidados a julgar ou examinar as obras do Espírito, porque têm a mente de Cristo. Assim, todas as coisas devem ser checadas para que se possa saber se são vindas de Deus, do homem, ou do próprio Satanás. Há hoje uma grande mistificação de coisas sobrenaturais tidas como procedentes de Deus, quando de fato, são provenientes de demônios que são espíritos enganadores, ou mesmo da alma do homem, que, em suma, é enganada e enganadora. Neste sentido, a primeira ação do regenerado é julgar-se a si próprio pelo crivo espiritual, antes de julgar todas as coisas espirituais. Isto é indicado em I Co. 11:31 - "Porque, se nós nos julgássemos a nós mesmos, não seríamos julgados." Quando se negligencia o autojulgamento torna-se alvo da disciplina ou julgamento de Deus para trazer à lume nossas próprias falhas.
O regenerado 'aprovado e amadurecido' deve ser capaz de julgar, trazendo à prova todas as coisas conforme II Tm. 4:2. 'Provar todas as coisas' em I Ts. 5:21 visa o conhecimento das coisas espirituais a fim de obter discernimento e aprovar as 'coisas excelentes' a fim de ser 'sincero e inculpável até o dia de Cristo' conforme Fp. 1:10.
Neste sentido, nunca o mundo cristão careceu tanto de julgamentos, como nestes dias escatológicos. Expressões, tais como visão, ministério, unção, bênção, ministrações, louvor, doutrina, libertação, cura, poder, profecia, teologia disso, teologia daquilo, devem ser detidamente examinadas à luz das Escrituras. Isto visa por à prova os espíritos para saber se são vindos de Deus ou do Diabo.
O princípio norteador para livrar os eleitos do engano dos espíritos ensinadores e das religiões do engano é crer à verdade. Contra a mentira de Satanás só existe o antídoto da verdade, a saber, Cristo e a cruz inclusiva e substitutiva. Por isso, o Senhor afirma com absoluta autoridade: "conhecereis a verdade e a verdade vos libertará." - Jo. 8:32. A verdade que liberta não são manifestações subjetivas ou sobrenaturais! É Cristo mesmo, visto que ele é, o doador e a doação ao mesmo tempo. Ele atraiu o pecador a Si na cruz conforme Jo. 12:32 e 33. Ele destruiu o corpo do pecado, porque crucificou o velho homem, incluindo-o na sua morte de cruz conforme Rm. 6:6.
A salvação possui etapas processuais, a saber, o conhecimento da verdade pela pregação do evangelho; o recebimento da verdade do evangelho pela graça mediante a fé; e o exame da verdade do evangelho para testemunho e ensino a outros. Após crer que Deus o elegeu antes dos tempos eternos em Cristo para destruição do pecado na cruz, e, que também, Ele executou a sentença contra o pecado na morte de Seu Filho Unigênito, incluíndo o pecador por fé, ocorre o nascimento do alto ou regeneração. Após a regeneração não há mais como retroceder. Resta a partir deste ponto o processo de formação da semelhança de Cristo no regenerado. Este é um processo de deserto, posto que é solitário, desconstrucionista das mentiras que foram inculcadas ao longo da história de vida.
O apóstolo dos gentios define muito bem os estágios da redenção: "...porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia." - II Tm. 1:12b. A sequência é: saber, crer e ter certeza.
A Cristo toda glória perpetuamente!

domingo, agosto 9

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS IV


I Pd. 5: 8 e 9 - "Sede sóbrios; vigiai; porque o Diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar; Ao qual resisti firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo." O alerta do apóstolo Pedro é para que os regenerados sejam sóbrios e vigilantes. Sobriedade é um substantivo feminino derivado do adjetivo 'sóbrio' que quer dizer "moderado", ou "que não está sob o efeito de bebida alcoólica". Já vigiar é um verbo transitivo direto e significa "observar atentamente", "estar atento a", "atentar em". A razão de tamanho sobreaviso é o fato de o Diabo, o adversário dos eleitos, andar em volta, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Ele não pode tragar qualquer um, mas apenas aqueles os quais ele possa, ou seja, os que estão debaixo da sua jurisdição, a saber, do pecado. A maneira para tornar-se inalcançável pelo Diabo é a capacidade de resistir na fé as aflições. Percebe-se, pelo texto, que o Diabo está constantemente rondando por perto, fazendo muito barulho, e buscando a quem lhe dá ocasião. A única coisa que dá direito legal para que Satanás atue é o pecado, o qual produz os atos pecaminosos. Enquanto estes são o resultado objetivo daquele, aquele é a condição subjetiva que se originou na queda do homem no Éden. É a natureza pecaminosa não destruída na cruz que dá direito legal ao inimigo que ronda, brama e busca a quem possa enganar.
A visão que o Diabo é alguém feio, chifrudo, rabudo, bestial e deformado é originada nas lendas e crendices medievais, quando a igreja dominante mantinha os homens subordinados a ela pelo medo. Contrariamente, o Diabo é descrito como alguém muito bonito, inteligente e astucioso. Dele se diz: "e não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz." Ele não é um anjo de luz, mas se transfigura para enganar os cegos em seus entendimentos por conta da presunção de possuírem a verdade segundo a suas obras de justiça, e que não estão fiados e confiados na justiça eterna de Deus na cruz.
É do interesse do 'príncipe deste mundo' que não se dê crédito à sua existência; que sua figura é um mito; que sua lenda é utilizada como marionete de teatro mambembe; que sua lenda popular é o resultado da ignorância de camponeses analfabetos; que suas más ações são apenas um tabu religioso e impróprio em concerto ao século XXI, quando se fazem viagens pelo espaço sideral e o homem sonda e anda entre os corpos celestes. Portanto, a diplomacia conveniente a Satanás é a do anonimato. Nele, não crendo, a vítima torna-se presa mais fácil.
No filme 'Fim dos Dias' estrelado por Arnold Schwartzneger, como um policial de Nova Iorque, o Diabo lhe aparece no corpo de um banqueiro, propondo todas as soluções aos dramas deste policial afligido pela perda da esposa e da sua filhinha. Estas foram assassinadas por bandidos dentro de sua própria casa, quando estava ausente. O Diabo confronta tal perda com o fato de o policial ter sido íntegro e nunca ter recebido uma propina. Afirma, outrossim, que Deus é quem o abandonara, e, que, finalmente matara sua família. Propõe acordo, oferecendo em troca a possibilidade de fazê-lo encontrar-se com a família, contanto que se passasse para o seu lado. É exatamente este engano que Satanás realiza no mundo. Mostra que, quem é tirano e antidemocrático é Deus, e não ele. Por isso, há tantas ilusões oferecidas em forma de unções, doutrinas de prosperidade, curas, libertações, ministrações, etc. Satanás se apressa em oferecer coisas, enquanto Deus já resolveu o pecado antes dos tempos eternos imolando o Cordeiro que tira o pecado do mundo. O Diabo oferece soluções paliativas, Deus destrói o corpo do pecado na cruz. O Diabo mantém o homem na morte, Deus mata a morte do pecador na morte de Cristo e o faz ressuscitar ao terceiro dia.
Para ilustrar estas realidades pergunta-se: quem, entre Deus e o Diabo humilha e exalta o homem? Alguns respondem imediatamente: quem humilha é o Diabo e quem exalta é Deus. Todavia, é exatamente o contrário, Deus humilha os seus eleitos para os aperfeiçoar, enquanto o Diabo exalta o homem a fim de manter o seu orgulho, a sua arrogância apostatada para preservar a sua natureza pecaminosa longe da cruz. Assim, Deus humilha para purificar e trazer luz aos seus filhos gerados em Cristo, enquanto o Diabo exalta para satisfazer as naturezas decaídas inoculadas por ele mesmo desde o Éden.
A Cristo a majestade e o domínio perpétuo do universo.

ESPÍRITOS ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS III


Ap. 12: 9 - "E foi precipitado o grande dragão, a antiga serpente, chamada o Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados com ele." Em um único versículo são citados diversos nomes do arqui-inimigo das almas dos eleitos de Deus. Entretanto, o que deve ser evidenciado é o fato dele ser o que engana todo o mundo. Neste sentido, e, tendo isto em mente, é que se deve levar em consideração a verdade escriturística sobre tal enganador. Todavia, um enganador só possui função se houver enganáveis. Os enganáveis e os enganados são exatamente os que vivem na presunção da verdade, não a conhecendo. São os que presumem ser os promotores da sua própria salvação com base em seus comportamentos morais e éticos apenas. São ainda aqueles, os quais dão crédito à mentira, a qual dilui a graça de Deus em obras de justiça e sacrifícios da lei cerimonial. É relevante o fato que o engano é aquilo que mais se assemelha à verdade. A mentira jamais se apresenta com cara de mentira, pois do contrário dar-se-ia que as suas presas seriam afugentadas.
No livro de Gênesis há muitas revelações espirituais, sendo uma delas muito esclarecedora no tocante aos espíritos enganadores e aos religiosos enganados. Refere-se ao fato de a serpente, agente físico utilizado pelo Diabo, ter enganado a Eva e não a Adão conforme II Co. 11:3 - "Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo." O nome da adjutora de Adão significa 'mãe da vida', tipificando a vida de Cristo comunicada à Igreja. Portanto, assim como Satanás enganou a Eva, tenta ingloriamente enganar a igreja. Todas as confusões doutrinárias que ele tem derramado sobre a Igreja do Senhor Jesus, o Cristo, têm-na mais fortalecido do que enfraquecido. Precisamente porque, os que são eleitos e regenerados, a cada provação ficam mais aperfeiçoados no amor para o dia de Cristo. O inimigo pode até corromper os sentidos dos filhos de Deus, pode até apartá-los da simplicidade e da pureza do evangelho, porém jamais poderá retirar-lhes a alegria da salvação. O Senhor Jesus prometeu que, caindo o justificado sete vezes, sete vezes o levantaria. Assim tem sido ao longo da história da graça!
O Apocalipse é o livro da revelação de Jesus Cristo. Não é uma revelação acerca apenas das coisas concernentes a ação de Cristo, mas sobretudo, da própria pessoa de Cristo. Sabe-se que o falso sempre e invariavelmente tenta se igualar ao verdadeiro, pois do contrário não lograria êxito em seus intentos de engano. Semelhantemente, Satanás simula sempre o falso como se verdadeiro fosse. No Apocalipse mostra que Deus enviou Seu Filho Unigênito para redimir os eleitos; Satanás enviará o anticristo para enganar e dominar as nações. Jesus é o Cordeiro de Deus imolado antes da fundação do mundo para substituição e inclusão do pecador; Satanás quer fazer do seu anticristo uma semelhança de cordeiro conforme Ap. 13:11. Jesus estabeleceu a sua Igreja amada que será apresentado ao Pai sem mancha e sem rugas; Satanás simula uma falsa igreja alegorizada numa mulher vestida de púrpura e de escarlata, embriagada com o sangue dos santos e dos mártires conforme Ap. 19: 12 e Ap. 17: 4 e 6. A Igreja de Jesus Cristo é a Noiva Virgem e Pura; a igreja falsa de Satanás é a mulher 'a grande prostituta' montada no sistema político-econômico do mundo sob o pecado. A Igreja de Jesus é a "Santa Cidade" conforme Ap. 21: 2 e 10; a falsa igreja de Satanás é a 'grande cidade' que persegue a 'santa cidade'. O nome da falsa igreja vem estampado na sua fronte e chama-se 'mistério'. Ao contrário da falsa doutrina, do falso ensino e da mentira enganosa, a verdade do evangelho de Cristo é simples, clara e reveladora e sem mistérios. O único mistério que havia já foi revelado conforme Cl. 1:27 - "... a quem Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, a esperança da glória."
A Cristo, pois honra, glória, força, majestade e poder eternamente.

ESPÍRITO ENGANADORES E RELIGIÕES ENGANADAS II


II Co. 2: 10c e 11 - "...para que não sejamos vencidos por Satanás; Porque não ignoramos os seus ardis." O apóstolo Paulo está escrevendo à Igreja em Corinto para instruí-la sobre questões práticas de como se deve conviver com a verdade e a mentira, dando a cada uma à sua real dimensão. Mostra que é importante ter claro discernimento a fim de que não se torne vencido pelos ardis de Satanás. O fundamento da carta do apóstolo é mostrar que a verdade é posta aos homens diante de Deus sem falsificações conforme v. 17 - "Porque nós não somos, como muitos, falsificadores da palavra de Deus, antes falamos de Cristo com sinceridade, como de Deus na presença de Deus." Prega a Cristo como Deus que Ele é, e na presença de Deus, sem medo de errar, porquanto, o faz segundo a Palavra do próprio Deus. A palavra sinceridade deriva de sincero, que por sua vez, provém de 'sem cera', isto é, sem rodeios e sem remendos, os quais visam deixar a superfície ou o exterior aceitável e bonito. Os marceneiros utilizam a cera para corrigir os defeitos da madeira e deixar os móveis esteticamente bonitos. Assim são algumas pregações e ensinos religiosos, enquanto peças retóricas perfeitos, enquanto verdade que vem do alto defeituosos e sem fundamentos.
O grande mal da igreja nominal e dos religiosos, em geral, é ignorar os ardis de Satanás. Por isso, e a despeito da religiosidade, penitência e sacrifícios, são vencidos por ele no que concerne à finalidade objetiva da Igreja. Não basta conhecer o Diabo só pelas lendas e "estórias" que lhes são atribuídas no ideário popular. Também não é o bastante saber que ele existe e que é inimigo e enganador. Pois, se não há discernimento para identificar suas mensagens dissimuladas de verdade, de amor, de bem e de dignidade, ele prosseguirá no seu desiderato funesto. Enquanto, no ideário religioso popular, o Diabo é tido como alguém poderoso, malévolo, tinhoso e perigoso, com chifres e rabo, o Senhor Jesus o trata com mais exatidão. Para Cristo ele é o "pai da mentira" e o "príncipe deste mundo." O apóstolo Paulo se refere a ele como o "deus deste século." Biblicamente o inimigo das almas é chamado de Satanás, Diabo, Demônio, Belzebu, Dragão, Antiga Serpente e Espírito Imundo. Enquanto as pessoas sentem medo ou ignora a realidade de Satanás, as Escrituras tratam-no tal como ele é. Nem mais, nem menos!
Esta série de estudos em torno do falseamento dos ensinos nas religiões, visa tão somente divulgar a verdade do evangelho de Cristo, pois só então, a mentira, os artifícios e os planos do inimigo serão revelados. Destarte, glorificar-se-á apenas a Cristo como o Filho Unigênito de Deus que se encarnou para que, pela sua morte, aniquilasse o Diabo, o imperador da morte do homem decaído conforme Hb. 2:14 - "Portanto, visto como os filhos são participantes comuns de carne e sangue, também ele semelhantemente participou das mesmas coisas, para que pela morte derrotasse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o Diabo."
Há no mundo inumeráveis religiões, tais como: islamismo, budismo, espiritismo, lamaísmo, judaísmo, hinduísmo, xintoísmo, xamanismo, animismo, cristianismo. Há igualmente o satanismo, demonismo, diabolismo, o gnosticismo, a cientologia, etc. Todas estas religiões e crenças existem com suas ramificações e suas múltiplas seitas e subseitas. O cristianismo também se enquadra nesse conjunto de religiões, porque Jesus, o Cristo, não é o seu fundador. Antes, o cristianismo foi fundado, enquanto religião pelo império romano a partir dos séculos III e IV d. C. Foi em Antioquia que, pela primeira vez, os fieis foram chamados de cristãos. Eles não se autointitularam de cristãos, mas foram assim chamados, porque na concepção dos habitantes pagãos daquela cidade da Ásia Menor, eles eram meros seguidores de um homem chamado Jesus Cristo.
I Tm. 3: 6 e 7 - "Não neófito, para que, ensoberbecendo-se, não caia na condenação do Diabo. Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta, e no laço do Diabo." Este conselho de Paulo a Timóteo é muito oportuno na compreensão do discernimento de espíritos enganadores no seio das religiões. Após dar uma lista de procedimentos comportamentais que devem caracterizar o bispo, isto é, o pregador, o doutrinador e pastor, Paulo destaca: "... ensoberbecendo-se não caia na condenação do diabo." Destacando-se a expressão: "... na condenação do Diabo." que, em grego é: "eis krima empese tou diabolou." No gênio da língua grega "diabolou", ou seja, Diabo, não é o sujeito do julgamento, mas sim o objeto, porque "krima" quer dizer crime, ou pecado. Isto quer dizer, com mais exatidão que, se o mestre, pregador, pastor, bispo, evangelista, doutrinador se ensoberbecer, recairá no mesmo pecado ou crime do Diabo, a saber, na idolatria de si mesmo. Neste sentido passa a ser um antideus, anticristo e o seu julgamento não tardará.
Eis então a profunda questão dos ensinos enganadores dos espíritos malignos dentro das igrejas denominacionais e nominais disfarçados de verdades. A finalidade é dar ao Diabo a primazia e um reino no lugar de Cristo. Este trabalho é lento, gradativo, tênue, constante e dissimulado. Muitos naufragaram no afã de pregar a verdade sem experiência de novo nascimento, acabaram fortalecendo o reino de Satanás no mundo.