domingo, março 22

TEOLOGIA REFORMADA x TEOLOGIA DEFORMADA II

I Co. 2:16 - "Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo." O homem em seu estado decaído, ainda que religioso, reivindica para si, consciente ou inconscientemente, por atos ou por ideias, o quer instruir Deus. Entretanto, em nenhuma instância das Escrituras há qualquer apoio a esta prática arrogante e soberba. Ninguém conhece a mente de Deus, salvo aqueles a quem Ele interessa revelar sobre Si mesmo e sobre a verdade. Deus só se dá a conhecer por meio de Cristo, portanto, os que têm a mente d'Ele são conhecidos e conhecem ao Senhor. Por todos os títulos é que a Teologia Deformada em qualquer das suas matizes esvazia-se de conteúdo e significação. Torna-se uma tentativa inglória da criatura em querer conhecer a mente do Criador por si, de si e para si mesma.
Nesta sequência de erros, aparecem os exegetas com suas hermenêuticas esdrúxulas tentando justificar Deus, ante as acusações dos materialistas de todo gênero. Entretanto, Deus não necessita de absolutamente nada que se origina no homem, pois Ele se basta a Si mesmo. O que Ele deseja é apenas uma coisa, a saber, que os eleitos conheçam ao Seu Filho Unigênito e Primogênito.
Augustinho de Hipona adotou o conceito de Teologia Natural da obra "Antiquitates Rerum Humanarum et Divinarum", de Terêncio Varrão, como única Teologia aceitável dentre as três apresentadas por este, a saber, a mítica, a política e a natural. Acima desta, colocou a Teologia Sobrenatural "Theologia Supernaturalis", com base da revelação, e, portanto, considerada superior. A Teologia Sobrenatural, foi considerada fora do campo de ação da Filosofia, não estando subordinada a ela, mas acima dela, que foi considerada como uma serva "Ancilla Theologiae", a qual ajudaria a primeira na compreensão de Deus. Veja que, mesmo um homem cuja vida foi fortemente visitada pela graça de Deus, não possuía muita segurança com relação ao objeto da Teologia.
Teodiceia é um termo empregado como sinônimo de Teologia Natural, tendo sido criado no século XVIII por Leibnitz, numa de suas obras chamada "Ensaio de Teodiceia Sobre a Bondade de Deus, A Liberdade do Ser Humano e a Origem do Mal". Leibnitz utilizou este conceito para referir-se à investigação cujo fim seja explicar a existência do mal e justificar a bondade de Deus. Neste sentido, constitui-se numa tentativa de justificar Deus e não em Teologia Bíblica. O ensino de Leibnitz possui forte influência do Maniqueísmo, ou seja, o confronto entre o bem e o mal. 
Na tradição cristã de cunho agostiniano, a Teologia é organizada segundo os dados da revelação e da experiência humana. Tais dados são organizados, tendo sido reconhecido como Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática. Também é uma inglória tentativa de sistematizar o conhecimento de Deus pela criatura. Nenhum homem, por mais culto e piedoso que seja, não pode resumir Deus a um amontoado de considerações, conceitos, ideias, preceitos, regras, dogmas e princípio. Os eleitos e regenerados terão toda a eternidade para conhecer e prosseguir conhecendo a Deus.
Em todos estes casos verifica-se uma profunda deformação do que se pode conhecer acerca de Deus, porque parte do homem e não de d'Ele. É precisamente neste sentido que se fala em "Teologia Deformada". A deformação consiste em o homem decaído e absolutamente depravado tentar explicar Deus Santo, Justo e Perfeito a partir de suas próprias concepções.
Por todas estas razões é que a Teologia Deformada se deforma cada vez mais em sua busca por definições e objeto que satisfaça a alma humana contaminada pela natureza pecaminosa. Por isso, se fala em Teologia Contemporânea, Teologia Moral, Teologia Gnóstica, Teologia da Libertação, Teologia Cristã, Teologia Espiritual, Teologia da Prosperidade, Teologia Prática e Teologia Liberal, Teologia Relacional, Teologia do Processo, Teologia da Determinação. Em todas elas Deus não está, porque Ele é acima das ponderações e conjecturas humanas. 
Deus não está em nenhuma dessas teologias humanistas e dissociadas da Sua Glória, pois a Ele interessa apenas que se conheça e reconheça o Seu Filho Unigênito como único e todo-suficiente redentor.


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