quarta-feira, julho 23

O CRISTO DA RELIGIÃO x O CRISTO DO EVANGELHO VIII

O Cristo subproduto da religião cria no homem uma imensa noção de "minha justiça" e de "minha santidade". Precisamente, porque em circunstâncias que tais, o religioso, presume ser ele mesmo o promotor de justos procedimentos e da separação em relação aos valores profanos. Neste caso, e, lamentavelmente, estão enganados e enganam-se a si mesmos, pois se a justiça e a santidade de qualquer homem estiver relacionada a ele mesmo e a sua conduta moral, Cristo não tem parte nele. Enquanto o homem, qualquer que seja, não recebe misericórdia e graça para crer e entender que a sua justiça e a sua santidade é Cristo, porque Ele é tudo isto, de nada valem estas virtudes. Elas não passarão de justiça própria e de esforço humano. Produzem efeitos apenas sociológicos e psicológicos, mas de nada servem à salvação. Por isso, Jesus afirma: "Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus." - Mt. 5:20. A justiça dos escribas e fariseus estava fundamentada na lei cerimonial e na religião herdada dos ancestrais. Cristo não era a justiça deles, e nem poderia ser mesmo, visto que Ele veio para os seus, mas os seus não o receberam. Assim, a justiça e a santidade que garantem a abertura dos umbrais celestes aos eleitos é a de Cristo e não a praticada horizontalmente neste mundo. Esta apenas confere aceitação social, embora, Deus a valorize apenas para o efeito de preservação da paz e da harmonia na Terra.
Se a justiça e a santidade de alguém é o Senhor Jesus, esta pessoa não só possui justiça, como também está justificada, visto que a sua justiça é uma pessoa e não uma concepção filosófica, jurídica ou axiológica. Se alguém se gloria na sua própria justiça e na sua própria santidade, estará glorificando-se a si mesmo. Entretanto, se alguém glorifica a justiça e a santidade de Cristo em si, estará glorificando ao Senhor de toda a glória. Este é o propósito supremo de Deus!
O homem, nascido de Deus ou não, deverá invariavelmente louvar e glorificar a Cristo e não suas atitudes e sua conduta moral. Por isso, pessoas que professam ser nascidas de Deus, caem em desgraça, contradição e em pecado. Porque elas ainda possuem veladamente muita justiça e santidade próprias. Não possuem a justiça e a santidade de Cristo. Logo, nada possuem, e nada podem possuir, a não ser um amontoado de coisas e virtudes que não as conduzem a Cristo. São princípios oposotos: um é apenas coisas, o outro, contrariamente, é uma pessoa sublime e perfeita. A Ele, pois honra, glória, majestade e poder eternamente.

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