quinta-feira, janeiro 31

OS NEPHILIM IV

Finalmente há um texto digno de ser analisado com maior acuidade. Em Gn. 6:4 diz: "naqueles dias os Nefilim estavam na Terra." Diz o texto que eles estavam na Terra, e não que eram da Terra. Antes do dilúvio eram os "elohim", ou seja, "divinos" ou "deuses", após o dilúvio foram representados pelos seus descendentes resultantes das uniões com as filhas de Adão, sendo chamados de semi-deuses nas mitologias antigas. Isto significa que os anjos caídos vieram para a Terra, assumiram forma corpórea, pois não guardaram o seu principado e abandonaram a sua habitação própria (oiketerion), e se misturaram à raça humana por meio de uniões mistas com as mulheres humanas. Ora, dessas uniões surgiram os Nefilim descendentes que permaneceram na Terra. Alguns desses gigantes se abrigaram entre os filisteus e foram vistos pelos espias quando reconheciam a terra de Canaã. Mesmo após o dilúvio, alguns destes seres "elohim" tentaram permanecer por aqui até que Deus os encerrou em prisões eternas, nos abismos do Tártaro segundo nos informa II Pd. 2:4 -"Porque se Deus não poupou a anjos quando pecaram, mas lançou-os no inferno, e os entregou aos abismos da escuridão, reservando-os para o juízo..." Em inúmeros escritos sumerianos encontrados por arqueólogos há referências a estes "deuses" que habitaram a Terra por milhões de anos.
Em Nm. 13:33 diz: "Também vimos ali os Nefilim, os filhos de Enaque, que são descendentes dos Nefilim." Neste texto há uma aparente redundância, pois aparentemente é repetitivo e sem sentido dizer "vimos os Nefilim... que são descendentes dos Nefilim". O fato é que, a palavra Nefilim é dada, tanto aos descendentes, como aos progenitores daqueles em suas uniões espúrias com as filhas de Adão. Não há contradição alguma, e a redundância é para reforço, pois o povo da época costumava dar a mesma identificação dos progenitores aos seus descendentes e vice-versa. É como se alguém se referisse a uma certa família ou mesmo a uma determinada linhagem étnica.
Algumas traduções antigas das Escrituras traziam a palavra Nefilim (plural em hebraico para decaídos) como sendo gigantes. Todavia, não é esta a tradução real desta palavra, pois gigante em hebraico é "anak" e, por conseguinte, o seu plural é "anakim". Por exemplo, se quiséssemos dizer em hebraico: "lá existem muitos gigantes" diríamos: "iesh anakim medi". Há registros que, tanto Nefilim, Refaim, Enim e Anakim eram gigantescos e apresentavam aberrações genéticas, como, possuir seis dedos. Nas últimas décadas do século XX e agora no século XXI foram encontradas diversas ossadas em diferentes pontos do planeta de criaturas gigantescas. No Peru, por exemplo, só a cabeça de um deles é do tamanho de um homem de estatura normal. No texto de Números 13, afirma-se que os tais Nefilim eram filhos de Enaque, e, sabe-se que este Enaque era descendente dos Anunnaki, que, segundo os relatos sumerianos era descendente dos "deuses" ou "elohim". Segundo Zecharia Sitchin, em seu livro "O Gênesis Revisitado", os Anunnaki chegaram à Terra há 445 mil anos antes da era cristã, sendo a melhor tradução para "Anunnaki", palavra sumeriana, "os que vieram do céu à Terra" ou "aqueles que foram arrojados para fora."
Sl. 82:7 "Todavia, como homens, haveis de morrer e, como qualquer dos príncipes, haveis de cair." A palavra utilizada para o verbo "cair" neste texto é análoga ao substantivo Nefilim, isto é, possui equivalência semântica e gramatical [hasharim tifolu]. Assim, a melhor tradução do hebraico para Nefilim é 'caídos', 'expulsos', 'desertores', 'cortados' ou 'arrojados para fora do seu lugar de origem'. A tradução do sumeriano para Nefilim, que é Anunnaki, é esta: "os que desceram do céu à Terra." Provém de 'AN' = céu + NUN = descer + KI = Terra.
No texto do Salmo 82, percebe-se que Deus está presidindo uma assembléia na presença dos 'elohim', ou seja, dos 'deuses' ou 'divinos'. A referência não pode ser aplicada a juízes terrenos, porque não há paralelo em que Deus participe visivelmente de reuniões com juízes na Terra. Entretanto, há textos que amparam a presença de Deus em assembleias solenes diante de seres espirituais, como por exemplo, Jó 1: 6 a 12 e 2: 1 a 6, e ainda, I Rs. 22: 19 a 23.
Naquela reunião do Salmo 82, Deus está advertindo aos "elohim" que endireitassem os seus atos, porque do contrário eles teriam o mesmo destino de Adão, isto é, morreriam como ele morreu. Eles deveriam usar de misericórdia para com os necessitados e os aflitos. No verso 1 diz: "Deus está na assembléia divina; julga no meio dos deuses..." Então é uma assembléia divina e não terrena, como também é no céu e não na Terra. Deus está presidindo entre "deuses", isto é, entre seres divinos ou espirituais e não entre homens. Também no verso 6 diz: "Eu disse: vós sois deuses, e filhos do Altíssimo, todos vós." Não seriam estes seres os posteriores governadores das trevas mencionados em Ef. 6:12? Porém, os puristas e legalistas dizem: 'mas Deus não estaria presidindo uma reunião de demônios!' Ou então, 'estes anjos caídos não poderiam governar os homens!' Primeiramente, estes "deuses" ainda não tinham decaído, ou seja, não haviam sido expulsos. Secundariamente, tudo, inclusive Satanás está sob a autoridade e a soberania de Deus. Lembre-se que em Judas, somos informados sobre uma contenda do Arcanjo Miguel, o qual não ousou pronunciar qualquer juízo contra Satanás, mas disse: "o Senhor te repreenda." Isto indica que, apesar de decaído e condenado, o inimigo ainda não foi despossado de algumas funções e características hierárquicas.
O que Deus está mostrando no Salmo 82 é que estes "deuses", ou seja, anjos rebeldes deveriam se arrepender, pois do contrário teriam uma sorte semelhante à dos homens e dos príncipes que caíram junto com o anjo querubim antes deles conforme o verso 7. Estes seriam transportados da esfera celeste, sua habitação original, para a esfera inferior e miserável, perdendo o seu corpo espiritual. O quadro que mostra como eles caíram e foram aprisionados está, respectivamente em Ap. 12: 7 a 12 e Ap. 20:10, bem como em Mt. 25:41. Embora sejam textos escatológicos, porém na economia divina, tudo já foi consumado.
Para concluir esta série de artigos, questiona-se muito se este é um assunto digno de consideração? Obviamente que sim, pois II Tm. 3: 16 e 17 afirma: "Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra."
Não é porque uma pessoa não conhece, não entende ou não concorda com um assunto ou interpretação que ela deve ser evitada e banida das Escrituras.

quarta-feira, janeiro 30

OS NEPHILIM III

Dando continuidade aos artigos acerca das ingerências de seres celestiais ou anjos na Terra, tem-se o texto de Gn. 6: 1 a 4, onde se lê: "Sucedeu que, quando os homens começaram a multiplicar-se sobre a Terra, e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então disse o Senhor: o meu Espírito não permanecerá para sempre no homem, porquanto ele é carne, mas os seus dias serão cento e vinte anos. Naqueles dias estavam os Nefilim na Terra, e também depois, quando os filhos de Deus conheceram as filhas dos homens, as quais lhes deram filhos. Esses Nefilim eram os valentes, os homens de renome, que houve na antiguidade."
A questão retratada no texto acima é muito grave e requer uma análise profunda e desarmada de qualquer tendência, até porque, este não é um assunto doutrinário. O que não se pode é fechar o filtro às realidades escriturísticas, passando ao longe delas, só porque não concorda, não entende, ou ainda porque já possui uma opinião formada, geralmente, de segunda mão. O que comumente ocorre na religião dos homens é isto: apegam-se a um líder, teólogo, mestre ou assemelhado e, a ele submetem os seus dilemas, carências, dificuldades. Em função dos títulos ou da suposta autoridade do expositor, tais religiosos alienados apropriam-se apenas da sua versão, opinião ou interpretação, sem jamais buscar o conhecimento do Altíssimo pela Sua própria revelação escriturística. Neste ponto, os religiosos que supõem terem sido libertos do pecado pela religião, tornam-se duas vezes escravos: de homens e de falsos ensinos pela mesma religião a qual professam. Perdem a chance de, pelo menos, obter ilustração intelectual pelas Escrituras.
G.H. Lang em seu opúsculo, "Homens ou Anjos?" levanta uma série de fatos a serem considerados nesta questão, devido as afirmações de que tais assuntos são mitos resultantes da astúcia de sacerdotes e reis a fim de manter o controle sobre o povo. São eles:
1) Moisés foi criado no conhecimento e na ciência do Egito até se tornar adulto conforme At. 7:22. Então, ele estava perfeitamente inteirado das histórias literárias e dos escritos nas paredes dos templos egípcios. Todavia, o próprio Moisés nunca disse que eram mitos ou dominação manipulativas da ideologia dos reis e das classes dominantes.
2) O povo hebreu passou cerca de 430 anos no Egito, tendo contato com relatos e crenças sobre deuses se materializando e coabitando com mulheres humanas. Nenhum hebreu afirmou que eram só mitos, nem profetas disseram que eram apenas lendas.
3) Quando Deus concedeu graça a Moisés para crer, ele rejeitou toda a idolatria dos egípcios, entretanto, não reputou tais fatos como inverídicos, mas apenas como sendo pagãos. Moisés se preocupou com a origem, mas não com a veracidade dos fatos.
Moisés relatou em Gn. 6 algumas informações anteriores ao dilúvio. Como ele sabia desses fatos narrados se viveu muito tempo após os mesmos terem acontecido? De alguma forma ele sabia da ocorrência de misturas ou cruzamentos de seres supra-humanos com mulheres terrenas e, nem por isso, disse que eram invenções. O texto trata com muita seriedade o assunto, mostrando qual foi a ação de Deus em resposta a tais abominações como forma de julgamento e não de aceitação. O dilúvio foi uma forma de expurgo desses seres interferindo nos assuntos terrestres.
No texto de Gênesis 6 são mencionados os "filhos de Deus", que, em hebraico é 'B'nai haElohim', e, ao pé-da-letra é "os filhos dos deuses". Muitos teólogos já se debruçaram sobre esta expressão para explicá-la pelas vias hermenêutica e exegética, mas sempre com base em textos paralelos, porém interpretados à luz da opinião mais fácil de ser aceita e recorrente. Dizem alguns que estes "filhos de Deus" eram os descendentes de Seth, o terceiro filho de Adão, porque no Gn. 4:26 afirma que após o nascimento de Enos, filho de Seth, passou-se a invocar o nome de Deus. Entretanto, mesmo considerando que após o nascimento de Sete, o culto a Deus tenha sido restabelecido, não quer dizer que este culto fosse verdadeiro e que os que tal culto praticasse passaram de pecadores a filhos de Deus, apenas por praticar um certo culto ou uma certa religião. Também, se Sete era descendente de Adão, obviamente era pecador, pois em Rm. 5:12, diz que o pecado entrou no mundo por um homem, Adão, e passou a todos os homens. Também acrescenta-se que, se os descendentes de Sete eram filhos de Deus e os descendentes de Caim eram filhos do Diabo, como ambos morreram no mesmo dilúvio? Porque Deus mataria, tanto os seus fiéis filhos, como os rebeldes servos de Satanás na mesma sentença e na mesma condenação? Também, seria possível em um tempo em que a humanidade era tão reduzida, em um espaço geográfico tão pequeno, como o Oriente Médio, estas duas linhagens nunca terem se misturado biologicamente? Contrariamente, sabe-se que todos os grupos humanos são miscigenados, não há nenhuma etnia pura.
Além do mais, porque o texto apresenta um grande contraste entre "filhos do Deus" e "filhas do Adão", que no hebraico é "B'noth haAdam". Porque a referência apenas a elas como filhas do homem ou descendência de Adão e aos seus pretendentes, como filhos de Deus? Sabe-se, pelo contexto, que os filhos dessas uniões espúrias, eram muito poderosos e se tornaram os homens de renome daquele tempo. Se os pais eram apenas homens, o que lhes causara tamanha diferenciação? Não deveriam ser homens normais? Porque os teólogos e exegetas não levam em conta as características extraordinárias desses nefilim, anakim e refaim? Estas são palavras diferentes para se referir ao mesmo tipo de indivíduos anormais naquele tempo.
O resultado dessa mescla ou dessa miscigenação foi uma onda de impiedade, corrupção das imaginações dos corações dos homens, provocando a ira de Deus, o qual não tardou em destruí-los no dilúvio.
Em toda a literatura da época, a expressão "filhos de Elohim" era uma referência a seres angelicais e não a homens conforme, por exemplo, Jó 1:6 e 2:2, onde a expressão é a mesma de Gn. 6. No caso do relato de Jó, que aliás é concomitante ao relato de Gênesis, o local da aparição dos "filhos de Deus" é o céu e não a Terra. Porque, em um livro a referência seria a anjos e, no outro livro, seria a homens? No livro de Jó, o próprio Satanás declara a Deus que estava vindo de rodear e passear pela Terra. No capítulo 38, verso 7 do livro de é demonstrado que os "filhos de Deus" são anteriores à própria criação dos céus e da Terra.
No Salmo 82, versos 1 e 6, os deuses ou "elohim" são declarados como sendo "filhos do Altíssimo". Neste texto, os tais "filhos de Deus" são ameaçados de serem mortos como morrem os homens, caso permanecessem praticando as abominações das quais Deus reclama no verso 2. Seria sem senso, Ele ameaçar homens a morrerem como homens! Jesus faz menção a esses seres em Jo. 10:34 e 35, porém não esclarece a que ordem eles pertenciam, se a homens ou a anjos. Justamente, porque o objetivo de Cristo no referido texto era mostrar que a inviolabilidade dos decretos eternos de Deus é de grande relevância tanto a homens, quanto a anjos.
Assim, conclui-se que todos aqueles que rejeitam a compreensão de Gn. 6 como sendo a amalgamação entre seres supra-terrestres rebeldes e as mulheres humanas ou as filhas de Adão, não apresentam um argumento convincente, e, muito menos, consistente. Simplesmente negam, mas não convencem por argumentação sólida. Acrescenta-se a estes fatos que, se estes seres referidos em todos os registros culturais dos povos antigos, em monumentos e feitos são extra-terrestres superiores e vieram para alguma finalidade lícita, porque nem profetas, nem Jesus, o Cristo a eles se referiram como tais? Por que Deus omitiria uma tal participação? Contrariamente, os relatos entre todos os povos na antiguidade depõem como sendo anjos caídos ou demônios "daemonia" e não como astronautas, povos de outros mundos ou alienígenas.

OS NEPHILIM II

No artigo anterior viu-se que há muitos registros de fatos no passado da Terra e da humanidade que ainda não foram explicados, ou pelo menos, entendidos. Não é objeto desta série de estudos obter ou dar a palavra final sobre assunto de tal envergadura, posto ser esta tarefa de difícil empreitada. É presunçoso, sob todos os aspectos alguém, por mais aquinhoado que seja de inteligência pretender ter a palavra final sobre quaisquer assuntos. Há coisas que só na eternidade serão desvendadas completa e cabalmente.
No tocante a uma possível interferência de seres espirituais ou não terrenos em assuntos aqui na Terra, não há dúvidas. Em Gn. 18:8 - "Então tomou queijo fresco, e leite, e o bezerro que mandara preparar, e pôs tudo diante deles, ficando em pé ao lado deles debaixo da árvore, enquanto comiam." O texto, em seu contexto, mostra anjos ou emissários de Deus se materializando e recebendo alimentos terrenos na casa de Abraão. Já em Gn. 19: 10 e 16 "À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra... Ele, porém, se demorava; pelo que os homens pegaram-lhe pela mão a ele, à sua mulher, e às suas filhas, sendo-lhe misericordioso o Senhor. Assim o tiraram e o puseram fora da cidade." O texto mostra anjos, tomando homens pelas mãos e conduzindo-os para fora da cidade de Sodoma que iria ser destruída. Então, à luz destas asseverações não é tão difícil reconhecer que seres celestiais e espirituais podem se materializar e interferir aqui na Terra, autorizados ou permitidos por Deus, dependendo da sua condição espiritual.
Alguns teólogos desavisados e outros tantos religiosos de plantão, cujas afirmações são sem profundidade, ou aprendidas de terceiros, poderão dizer que a Bíblia afirma que os anjos não se casam e não se dão em casamento conforme o texto de Mt. 22:30 - "... pois na ressurreição nem se casam nem se dão em casamento; mas serão como os anjos no céu." Primeiramente o texto está tratando de pessoas que vão ressuscitar e, secundariamente a comparação é feita aos anjos como são, e como estão no céu. É uma referência a anjos que permanecem fieis a Deus.
Na curta epístola de Judas em seu verso 6, afirma: "... aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, ele os tem reservado em prisões eternas na escuridão para o juízo do grande dia ..." Que anjos são estes que não guardaram o seu principado e também abandonaram a sua própria habitação? O "principado" é uma referência à esfera de domínio original, no mundo espiritual, na qual Deus os colocou; "a sua própria habitação" é, na verdade, uma referência ao próprio corpo, pois no texto grego original a palavra é 'oiketerion', isto é, uma casa ou moradia íntima, própria. Esta mesma expressão grega só é encontrada em II Co. 5:2, onde se lê: "revestidos da nossa habitação que é do céu." Ora, percebe-se com clareza a que tipo de habitação a palavra se refere, ou seja, a um tipo de corpo celestial ou espiritual e não uma residência, casa ou palácio com paredes, teto, portas e janelas.
No verso 7 do texto de Judas é explicado, que, da mesma maneira como Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas foram após outra carne e pecaram, estes anjos rebeldes também assim o fizeram. A expressão de Judas, "após outra carne" é 'opisô sarkòs eteras'. Ou seja, eles se misturaram a seres heterogêneos, ou a criaturas de natureza e constituição diferenciada da deles.
Em Lc. 17: 26 a 30, o próprio Cristo adverte que os dias que antecederão o Seu retorno, serão semelhantes aos dias anteriores ao dilúvio do tempo de Noé, e ao estado de rebeldia e lascívia anteriores à destruição de Sodoma e Gomorra, no tempo de Ló. Então, podemos deduzir desta Palavra que, quanto mais se aproxima o retorno do Grande Rei, maiores serão as manifestações de seres espirituais interferindo na Terra e na vida dos homens.
O propósito de tais anjos que se rebelaram e abandonaram as suas obrigações, domínios e corpos originais, foi a degradação moral e espiritual da humanidade a fim de mesclá-la e, assim, tentar impedir o nascimento puro do Salvador, o Cristo. Estas coisas, obviamente aconteceram em um passado muito remoto no tempo, mas atualmente visam confundir os homens e ridicularizar a pessoa de Cristo. Assim o que ainda vai acontecer, certamente terá outra natureza, porém na sua origem, a ação destes seres decaídos unidos aos homens decaídos é nefasta e diabólica.

OS NEPHILIM I

Ao observar com mais acuidade, os continentes e ilhas do planeta Terra percebem-se muitos sinais e registros de um tempo esquecido no tempo. Não há dúvidas que tais marcas indicam fatos e acontecimentos nas remotas eras passadas. São assinaturas de acontecimentos dados e ocorridos em determinados momentos recuados na História Planetária. Alguns destes fatos são explicáveis pela racionalidade humana com base na ciência, outros explicáveis pela dedução do senso comum, outros porém, inexplicáveis por todos os canais. Muito já se escreveu e se especulou sobre estes registros e evidências, mas nada está provado, são meras hipóteses. A verdade é que, sobre a Terra se desdobraram muitos acontecimentos que não estão devidamente claros.
Em seu livro "Eram Os Deuses Astronautas", Erich Von Dänick explica as pirâmides do Egito, como sendo o resultado da engenharia de seres extra-terrestres que povoaram a Terra nos primevos dos tempos. Muitos dos argumentos de Von Dänick já foram contestados e explicados, outros ainda não foram satisfatoriamente esclarecidos. A partir daí surgiu a "Teoria do Astronauta Antigo", a qual pretende afirmar que a Terra foi habitada por seres vindos do espaço exterior antes dos homens. Alegam alguns que tais alienígenas tenham sido os arquitetos genéticos da própria raça humana.
A humanidade sempre teve uma grande inclinação para o inexplicável e para o supranatural e nebuloso. Desde os tempos imemoriáveis que se têm registros de fatos estranhos à esfera natural do homem e do mundo terrestre.
Na Cordilheira dos Andes há grandes ranhuras nas rochas, as quais formam figuras de animais, aves e formas geométricas estranhas. Quando vistos do plano horizontal, não parecem significar muita coisa, a não ser a indagação sobre quem gastaria tanto tempo esculpindo rochas duras há mais de 3.000 metros de altitude. Porém, quando vistos do alto, a bordo de um avião, por exemplo, tomam formas e sugerem indicações ou marcações para algo ou alguém. Alguns, afirmam que serviram de aeroportos ou rotas de pouso para naves vindas do espaço exterior. Outros dão outras explicações religiosas ligadas aos cultos dos povos antigos daquela região andina.
Na Grã-Bretanha encontram-se grandes rochas dispostas em círculos razoavelmente organizados denominadas de Stonehangs. No Egito, as pirâmides, que, embora afirma-se que serviam de tumbas aos faraós, contêm muitos dados matemáticos e astronômicos. Para alguns, eram indicações de rotas ou marcadores de pouso e decolagem de aeronaves alienígenas. Outros acreditam que teriam sido geradores de energia para abastecer as naves alienígenas. Na Ilha da Páscoa, há rostos gigantescos esculpidos em rochas vulcânicas dispostos organizadamente em torno da ilha. Ninguém sabe por quem e para que foram ali colocados. As pirâmides da América Central, supostamente utilizadas pelos astecas como observatórios astronômicos ou templos de adoração aos seus deuses, também sugerem muitas coisas ligadas ao mundo exterior à Terra. Há ocorrência de pirâmides em todos os continentes.
G.H. Pember, teólogo reformado, anotou em seu diário de viagem ao Egito algo muito curioso: "Quem já se encontrou em meio às sombras das elevadas colunas do grande Hypostyle Hall no vasto templo de Luxor, facilmente se esquecerá da beleza da vista, ao olhar através do enorme átrio de Amenhotep III e for capturado pelo brilho do sol que agora se põe por detrás das Colinas Theban, irradiando com brilho dourado os potentes pilares das colunatas. Entretanto, a grandeza do átrio exterior é de menor interesse do que a história descrita nas paredes daquele cômodo perto do santuário denominado "Sala de Parto". Os relevos contam como o deus Amon-Ra tomou sobre si a forma de Thothmes IV e visitou sua rainha Mutemua. Ela, pensando que o visitante era seu marido real, o recebeu em sua recâmara. Antes de deixá-la o tal deus se revelou e lhe disse que o filho daquela união deveria ser chamado de Amenhotep."
Há muitos outros relatos ao redor do mundo de encontros noturnos em recâmaras escondidas entre seres sobrenaturais e homens. Há também muitas opiniões sobre este assunto, por exemplo, alguns afirmam que tais relatos de cruzamento entre "deuses" e homens eram meios de criar no povo simples o temor e o respeito à origem divina dos reis e rainhas. Nada mais eram que uma maneira de manter o controle e a dominação por parte das classes sacerdotal e da realeza sobre as massas ignorantes.
Porém, seriam estes relatos meras invencionices, ou teriam eles em seu bojo uma indicação para algo bem mais sórdido e perigoso para a humanidade?
No capítulo 6 do livro de Gênesis, há um relato, no qual o próprio Deus acha-se diante de uma grande promiscuidade entre uns certos "filhos de Deus" e as "filhas de Adão". Destas uniões obscuras, surgiram os Nefilim, homens ou semi-deuses poderosos e de fama, naquele tempo, povoando a Terra. As mais ricas fontes sobre estes seres são as mitologias sumeriana, babilônica, egípcia, grega, romana.
Neste estudo apenas foram levantadas as questões atinentes a esse assunto. Nos estudos seguintes, serão mostrados alguns argumentos e objeções a eles.

E, POR FALAR EM PALAVRA, O QUE É TEOLOGIA?

Não se pode compreender o porquê e o para quê da Teologia. Ela é uma evidente presunção do homem decaído, precisamente, porque, Deus está acima das possibilidades da compreensão humana natural. Caso uma mente pudesse estudar, descrever ou fazer um tratado sobre Deus, certamente, tal mente seria a mente de um 'deus' semelhante e igual em caráter, poder e sabedoria a Ele. Entretanto, tal possibilidade é nula em toda a sua extensão e sentido, pois há um só Deus!
Hoje se vê com mais clareza, que, a Teologia é fruto da alma humana expulsa do paraíso, tentando reencontrar o caminho de volta por suas próprias expensas e riscos. Entretanto, toda vez que chega ao portal, lá estão os anjos guardiões com suas espadas flamejantes, dizendo: não entra! Não com as naturezas pecaminosas! Não com estes trajes da injustiça!
Partindo do pressuposto que Teologia provém de (θεóς) 'theos' = "Deus" + (λóγος) 'logos' = "palavra", e, por extensão de sentido, "estudo", "tratado", "descrição" e "lógica"), fica além das possibilidades humanas realizá-la e desenvolvê-la com precisão e com exatidão. Não se estuda objetivamente um objeto invisível ou não tangível. O que se faz comumente é analisar Deus a partir do que Ele fala de Si mesmo nas Escrituras, ou daquilo que se pode perceber d'Ele na criação. Logo, isto não é teologia, mas apenas uma proclamação daquilo que já foi declarado ou manifestado.
O termo "teologia" foi utilizado pela primeira vez por Platão, em sua obra "A República", porém ele se referia à concepção de Deus por meio da razão, em contraposição à compreensão proporcionada por meio da literatura escrita pelos poetas rapsodos. Aristóteles, discípulo de Platão, se referiu à Teologia por diversas vezes, em dois sentidos: 'theologia" como ramo da filosofia, isto é, a filosofia primeira e, mais tarde chamada de metafísica por outros pensadores; 'theologia' como uma forma de explicar a realidade por meio dos mitos na fase pré-socrática ou pré-filosófica. Neste último sentido, era uma maneira pejorativa de se falar em teologia, cosmogonia, ou teogonia.
Foi Marco Terêncio Varrão (116 - 27 a. C) quem tomou o melhor sentido de Teologia, segundo a concepção de Santo Agostinho. Na obra "Antiquitates Rerum Humanarum et Divinarum", Varrão fala de três teologias: a mítica, a política e a natural. Santo Agostinho toma esta última como plausível. Marco Terêncio Varrão fala também de uma teologia sobrenatural, "Theologia Supernaturalis", como procedente da revelação divina, sendo por isso, superior à Filosofia e acima desta em valor.
Finalmente no século XVIII, Leibnitz se referiu à Teologia como sendo Teodiceia, isto é, uma investigação para discernir a realidade do mal e a bondade de Deus. Entretanto, esta visão tem muita influência do maniqueísmo de origem oriental.
No Cristianismo nominal, a Teologia é organizada e sistematizada a partir da revelação de Deus e na experiência humana, sendo, por isso, chamada de Teologia Sistemática ou Teologia Dogmática. Este foi o primeiro erro dos cristãos nominais: tentar dogmatizar a mente de Deus. Ora, as Escrituras não foram deixadas para serem organizadas conforme as ideologias humanas. Ou se crê, ou não se crê nelas. A verdade não é adaptativa, mas absoluta.
Assim, há muitas teologias no mundo: teologia gnóstica, teologia da libertação, teologia moral, teologia cristã, teologia da prosperidade, teologia relacional, teologia da determinação, teologia reformada, teologia arminiana, teologia pelagiana, teologia natural, etc.
Toda esta variedade de teologias mostra, no mínimo, que a verdade se perdeu em meio a tantas e diversificadas opiniões humanas sobre o que é a revelação de Deus.
Sola Scriptura!